Dossiê

Sandra Rigo: a dança pictórica entre continentes e estações

No vasto universo da arte contemporânea, a alma forasteira de Sandra Rigo se manifesta como uma sinfonia visual que percorre estações distintas com suas mãos pictóricas. Sua abordagem vigorosa e explosiva ganha vida em grandes formatos, levando nosso olhar a uma dança entre contrastes e distintos matizes, sempre à procura dos detalhes minuciosos presentes nos formatos menores. Do micro ao macro, suas obras são verdadeiras explosões poéticas.

Nascida nos Pampas Gaúchos, Sandra traz consigo as raízes do sul do Brasil. Sua jornada artística atravessou terras e culturas, passando por Salvador, onde absorveu a luz pulsante por quinze anos, e Brasília, onde, de 1990 a 2019, desvendou o cerrado, tingindo suas mãos com o barro vermelho e se deixando contaminar pelas músicas brasileiras em seu atelier solitário.

A mão caminhante de Rigo não se conteve, pintando em todos os seus deslocamentos. Seja nos Pampas Gaúchos, em Salvador, em Brasília, ou até mesmo em Stuttgart, Alemanha, onde viveu por três meses sob a orientação da artista Mares Schultz. De maio de 2019 a 2023, a artista encontrou residência em Daejeon, na Coreia do Sul, experimentando as marcantes mudanças de estações e os distintos matizes cromáticos que tingiram suas mãos ao longo das margens do rio Han, embaladas pelas músicas coreanas.

É impossível não notar a influência da caligrafia pictórica de Shin Saimdang, pintora coreana do período Joseon, nas obras de Rigo. Sombras de bambus que gotejam nas telas e cromas de orquídeas, ameixas, crisântemos ou cerejeiras revelam uma conexão sutil, uma reverência à tradição.

Te convidados a escutar e dançar na paleta cromática de Sandra Rigo, tendo a certeza de que novos jardins estão por vir. Sua arte é um testemunho do constante caminhar, um retrato em constante germinação.

Biografia

A narrativa de Rigo se entrelaça com sua biografia. Nascida em 1959 em Santo Ângelo, Rio Grande do Sul, a arte sempre foi sua companheira. Ao se mudar para Salvador e iniciar o curso de Belas Artes na Universidade Federal da Bahia, ela mergulhou ainda mais fundo na sua paixão. A música, uma presença constante em seu atelier, se tornou uma parte intrínseca de seu processo criativo. A mudança para Brasília e o retorno à formação acadêmica em 2004 marcaram um período de aprimoramento técnico e exploração artística.

A decisão de concentrar-se exclusivamente na carreira artística a partir de 2015 demonstrou seu comprometimento, culminando na mudança para a Coreia do Sul em 2019. Após um sabático de 4 anos, Rigo retomou a pintura, produzindo uma notável quantidade de telas que marcaram seu retorno triunfante entre as estações da Coreia e do Brasil.

Assim, a jornada artística de Sandra Rigo é um testemunho da conexão entre as influências culturais e geográficas, uma dança poética entre cores, formas e melodias, deixando-nos ansiosos por novos capítulos em seu vibrante caminho artístico.

Obras

Série “Alma Forasteira”

“Da minha aproximação com a compositora e cantora Cris Araujo, brotou uma linda amizade e uma série de pinturas, na ocasião em que Cris gravou seu primeiro CD. Pintei uma tela para cada música e juntas decidimos que não seria apenas uma que iria para a capa do cd, mas todas elas comporiam um catálogo de arte para acompanhá-lo. As telas foram expostas na galeria da Casa Thomas Jefferson, em Brasília – Brasil, em abril de 2019, no mesmo local do show de lançamento do cd, onde o fruidor pôde sentir o entrelaçamento entre música e artes plásticas de uma alma forasteira.” Sandra Rigo, Brasília, 2019.

“Beira d’água”. Acrílico sobre tela. 90x120cm. Obra da série “Alma Forasteira”, por Sandra Rigo.
“Olhos da Lua”. Acrílico sobre tela. 100x120cm. Obra da série “Alma Forasteira”, por Sandra Rigo

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Exposição “Músicas que pintam e cores que dançam entre Brasil e Coreia do sul”

“Nesta mostra individual, na Embaixada em Seul, Sandra Rigo, já com o coração repleto de saudade do Brasil, despede-se da Coreia, homenageando sua bandeira. Traz o simbolismo do yin-yang para sua paleta antagônica, onde cores complementares saltam do outono coreano à primavera brasileira, em grandes e pequenos formatos, celebrando, em gotejamentos e detalhes preciosos, músicas que pintam e cores que dançam entre Brasil e Coreia do Sul.” Viga Gordilho – Curadora

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“Verão – Brasil”. Acrílico sobre telas. Tela maior 97x97cm. Telas menores 30x30cm. 2023. Obra da Exposição “Músicas que pintam e cores que dançam entre Brasil e Coreia do Sul”, por Sandra Rigo.
“Outono – Coreia”. Acrílico sobre telas. Tela maior 97x97cm. Telas menores 30x30cm. 2023. Obra da Exposição “Músicas que pintam e cores que dançam entre Brasil e Coreia do Sul”, por Sandra Rigo.

Currículo

Exposições individuais

​2023
“Músicas que pintam e cores que dançam entre Brasil e Coreia do Sul” – de novembro de 2023 a janeiro de 2024, na Embaixada do Brasil em Seul, Coreia do Sul.

2019
“Alma Forasteira” em maio de 2019 na Casa Thomas Jefferson, em Brasília – DF.

2017
“MusiCor” de maio a junho de 2017 no Espaço Cultural da Biblioteca Central da Ucb, em Brasília – DF.

2015
“Cores” de dezembro de 2015 a janeiro de 2016 no Túnel das Artes no Ministério da Fazenda, em Brasília – DF.
“A Arte Inspirando a Arte” em setembro de 2015, no Teatro SESC Garagem, no SESC 913 Sul em Brasília – DF.

2012
“Tons da Arte” em agosto de 2012 na Galeria Mali Villas-Bôas, em São Paulo/SP.

Exposições coletivas

2017
“Women in Art” em março de 2017 na Ward-Nasse Gallery, em New York – EEUU.

2016
ARTES AO VENTO II – Março de 2016 – Iate Clube de Brasília – DF.
EXPOSIÇÃO COLETIVA DE INVERNO DA ACAV – Junho de 2016 – SESC ESTAÇÃO 504, em Brasília – DF.
ARTE CANDANGA – Julho de 2016 – Espaço Cultural do Liberty Mall, em Brasília – DF.

2015
“Casa Cor” – de setembro a novembro de 2015, em Brasília – DF.
“XX Circuito Internacional de Arte Brasileira” – exposição coletiva itinerante – de setembro a outubro de 2015 na Fundação José Rodrigues, cidade do Porto/ Portugal
“XX Circuito Internacional de Arte Brasileira” – exposição coletiva itinerante – outubro de 2015 – Instituto Cervantes, em Bucareste/ Romênia.
EXPOSIÇÃO COLETIVA ANUAL DA ACAV – de novembro a dezembro de 2015 – Câmara Legislativa, em Brasília – DF.
BRASÍLIA 55 ANOS – Abril de 2015 – Casa Thomas Jefferson, em Brasília – DF.
ARTES AO VENTO – Março de 2015 – Iate Clube de Brasília – em Brasília – DF
AMIGOS NA ARTE – Dezembro de 2015 – Galeria Studio Art M D’Azevedo, em Brasília – DF

2014
Morar Mais” de novembro a dezembro de 2014, em Brasília – DF
PEQUENOS FORMATOS – Junho de 2014 – Galeria Arte Democrática – em Brasília – DF
Exposição da ACAV 2014 – Setembro de 2014 – Administração Regional do Lago Sul – em Brasília – DF

2013
Exposição Anual da ACAV 2013 – Outubro a Novembro de 2013 – Galeria de Arte do Shopping Deck Norte – em Brasília – DF
“SeuMuSeu EXPOEXPERIMENTO” de outubro de 2013 a fevereiro de 2014 no Museu Nacional da República em Brasília – DF.

2012
A Arte de Hoje – Agosto a setembro de 2012 – AABB São Paulo Sede Sul – em São Paulo – SP
Projeto Cultural Café Journal – Junho a agosto de 2012 – em São Paulo – SP
Arte no Varal – Maio de 2012 – Galeria Mali Villas-Bôas – em São Paulo – SP
“De São Paulo à Paris” em outubro de 2012 na Galeria Artitude Art Contemporain em Paris, França.
“Connexion Art Brésil-France” em setembro de 2013, Paris, França.

2009
“II Bienal de Artes de Brasília” em 2009 – Brasília/DF.

2007
“I Bienal de Artes de Brasília” em 2007- Brasília/DF.

2005
Mostra processual e itinerante “Afetos Roubados no Tempo”, com artistas de vários países, iniciada em novembro de 2005, em Salvador/BA, com curadoria da artista Viga Gordilho.

2004
Diversos Salões da Marinha do Brasil de 2002 a 2004, em Brasília/DF.

Residências artísticas e Prêmios

​​Curso de artes em Stuttgart, Alemanha, de setembro a novembro de 1995, tendo como mestra a artista plástica alemã Mares Schultz.

Menção honrosa na exposição coletiva itinerante “XX Circuito Internacional de Arte Brasileira” de setembro a outubro de 2015 na Fundação José Rodrigues, cidade do Porto/ Portugal.​

Leia tambémJacqueline Duncan: A arte como uma celebração da natureza.

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