Edgar Morin (pseudônimo de Edgar Nahoum) nasceu em Paris, 1921.
Sua formação é extremamente vasta, sendo graduado em Direto, História e Geografia além de ter realizado estudos nos campos da antropologia, sociologia e filosofia.
Judeu de origem sefardita (descendentes de Portugal e Espanha), é autor de mais de trinta livros, dentre eles: “O Método” (6 volumes); “Introdução ao pensamento complexo”; “Ciência com consciência” e “Os sete saberes necessários para a educação do futuro”.
Ao longo de sua vida participou da Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial e criticou a URSS stalinista, apesar de ter se filiado ao Partido Comunista.
Pesquisador emérito do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique), é considerado um dos principais pensadores contemporâneos e teóricos do campo de estudos da complexidade, que inclui perspectivas anglo-saxônicas e latinas. Sua abordagem é conhecida como “pensamento complexo” ou “paradigma da complexidade”.
Um dos estudos sociológicos do autor se refere à compreensão. Isso o torna um intelectual de destaque num mundo onde ninguém se entende. Ele alerta que o problema começa na família e permeia todas as relações que temos em nosso dia a dia.
1) “A compreensão não desculpa nem acusa: pede que se evite a condenação peremptória, irremediável, como se nós mesmos nunca tivéssemos conhecido a fraqueza nem cometido erros. Se soubermos compreender antes de condenar, estaremos no caminho da humanização das relações humanas”.
2) “… compreender não só aos outros como a si mesmo, a necessidade de se auto-examinar, de analisar a auto-justificação, pois, o mundo está cada vez mais devastado pela incompreensão, que é o câncer do relacionamento entre seres humanos”.
3) “O ato ético é um ato de religação: com o outro, com os seus, com a comunidade, e uma inserção na religação cósmica”.
4) “O destino da humanidade é desconhecido, mas sabemos que o processo de existir modifica-se”.
Um dos objetos de estudo de Morin é a educação, e uma de suas contribuições é a criação de um método que possibilita a articulação de conhecimentos diversos. Para ele, quebrar o conhecimento em categorias é uma mutilação que nos leva ao erro e impede que possamos responder as dúvidas que sempre acompanharam a humanidade.
5) “É necessário dizer que não é a quantidade de informações, nem a sofisticação em Matemática que podem dar sozinhas um conhecimento pertinente, mas sim a capacidade de colocar o conhecimento no contexto”.
6) “Reforma de pensamento significa reforma de educação”.
7) “O saber não nos torna melhores nem mais felizes.”
Morin está sempre disposto a opinar sobre questões do momento. Com uma visão crítica, ele nos deixa estas frases que se aplicam perfeitamente aos acontecimentos locais e internacionais.
Para o escritor, encarar a humanidade através da economia apaga o ser humano como indivíduo e o transforma num número. Esta frieza é um empecilho para a resolução dos problemas sociais que estão além de meras estatísticas.
8) “A pobreza permite autonomia. A miséria priva-nos dos direitos”.
9) “Todo desenvolvimento verdadeiramente humano significa o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e do sentimento de pertencer à espécie humana”.
10) “O pensamento político está reduzido à economia, como se tudo pudesse ser calculado”.
11) “A política passa incessantemente pelo conflito entre realismo e utopia”.
12) “A mundialização, a industrialização, atinge a todos, por esses motivos compartilhamos dos mesmos problemas e medos”.
Apesar de todo o mérito, ele se considera um marginal em todas as áreas em que estuda e não gosta de se restringir a definições, posicionamento que combina com sua obra acadêmica que se distingue entre perspectivas restritas, limitadas, e amplas ou generalizadas da complexidade.
13) “… você é um ser complexo, eu sou um ser complexo, não podemos estar reduzidos a um único aspecto da personalidade”.
14) “A consciência da complexidade nos faz compreender que não poderemos escapar jamais da incerteza e que jamais poderemos ter um saber total: a totalidade é a não verdade”.
15) “Não há conhecimento que não esteja ameaçado pelo erro e pela ilusão”.
16) “Temos todos o mesmo destino porque vivemos com os mesmos problemas, medos e tensões. Vivemos os mesmos perigos, e eles são vários: as doenças, as guerras, as tensões religiosas”.
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