A Cartografia o Possível: Dança em São Paulo

Por Paulo Varella - março 14, 2018
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Esta semana, a programação do Cartografia do Possível do Centro de Referência da Dança chega recheada: na sexta, 16/3, o performer Florido, apresenta “Estado de Violência”, às 19h, e a Cia Os Crespos faz, às 20h, na Praça Ramos de Azevedo, a performance urbana “Alguma Coisa a Ver com uma Missão”. No sábado, às 19h, Maria Basulto apresenta “Tirinhas”; às 20h, o Grupo Pró-Posição, de Janice Vieira e Andréia Nhur, interpreta “Peças Fáceis”, enquanto Os Crespos reapresentam “Alguma Coisa a Ver com uma Missão”, na Ramos de Azevedo.

‘Estado de Violência’ é um trabalho ‘in progress’ que envolve performance, música experimental e dança. O processo é construído após longo tempo de imersão dos artistas – Florido conta com o músico performer Rodrigo Florentino na cena. Ao expor seu corpo a uma série de dispositivos sonoros e elementos que o leve a estados alterados de percepção, em cada experiência acaba por estabelecer um recorte de abordagem diferente dentro do espectro do Estado como instituição de controle de nossos corpos.

Em “Alguma Coisa a Ver com uma Missão”, uma auxiliar de enfermagem e uma gari, conduzidas por uma barqueira dos mortos – referência à mitologia da Umbanda –, fazem uma viagem mítica pelo passado e revisitam episódios das revoluções negras no Brasil e América Latina. Cantada ao vivo, a trilha sonora se inspira nos vissungos, cantos afro-brasileiros entoados pelos escravos durante o trabalho na mineração ou na lavoura, nos enterros dos motos e brincadeiras. A peça é parte do projeto “De Brasa e Pólvora – Zonas Incendiárias, Panfletos Poéticos”, urma releitura da obra “A Lembrança de uma Revolução”, do dramaturgo alemão Heiner Müller (1929-1995).

Durante 25 minutos, na Sala Plural, Maria Basulto propõe em “Tirinhas” possíveis leituras, a partir de diversas combinações entre trilhas – criadas por Pedro Destro – e cenas curtas para rápido consumo. Basicamente, o trabalho fala da passagem do tempo, da ansiedade da espera e da sensação de se estar sempre correndo atrás de algo que não se consegue chegar. Carolina Canteli assina o figurino.

Em seguida, enquanto Os Crespos reapresentam “Alguma Coisa a Ver com uma Missão”, no entorno do CRSP, as bailarinas Janice Vieira e Andréia Nhur ocupam a Sala Cênica Ivonice Satie com sua “Peças Fáceis”. Nesta criação, baseada em estudo da dança e da música por meio de composições barrocas de Bach e Petzold, mãe e filha dançam, cantam e tocam instrumentos, numa proposta que nomeiam “sonorocoreografia”. A partir de memórias musicais comuns, movimentos e sons são produzidos na mesma dimensão temporal, ora por um disparo de voz que é gesto dançado, ora por uma propulsão de instrumento que é corpo. Colaboraram Helena Bastos na criação coreográfica, Andrea Drigo na orientação vocal e musical, e Roberto Gill Camargo, que também responde pelo desenho de luz, na dramaturgia.

Todas as apresentações têm entrada gratuita.

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Serviço:

Cartografia o Possível – dias 16 e 17/3

“Estado de Violência”, com Florido

Dia 16/3 (sexta-feira), 19h

Sala Cênica Ivonice Satie

Duração: 50 minutos | Classificação indicativa: 16 anos

 

“Alguma Coisa a Ver com uma Missão”, com Cia Os Crespos

Dias 16 e 17/3 (sexta e sábado), 20h

Praça Ramos de Azevedo (performance urbana)

Duração: 60 minutos | Classificação indicativa: livre

 

“Tirinhas”, com Maria Basulto

Dia 17/3 (sábado), 19h

Sala Plural

Duração: 25 minutos | Classificação indicativa: livre

 

Dia 17/3 (sábado), 20h

Peças Fáceis – Grupo Pró-Posição

Sala Cênica Ivonice Satie

Duração: 45 minutos | Classificação indicativa: livre

 

Centro de Referência da Dança de São Paulo – CRDSP

Baixos do Viaduto do Chá, s/n – ao lado do Theatro Municipal (próximo às estações Anhangabau, República e São Bento do Metro).

Informações: 32143249 | 953013769

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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