Voyage, última exposição de 2017, oferece ao espectador mais perguntas do que respostas. A coletiva apresenta obras de diversos artistas, entre eles Lygia Clark, Marisa Merz e Jac Leirner
Caragh Thuring, Julius Heinemann e Samara Scott criarão obras inéditas especialmente concebidas para a mostra que abre no dia 15 de novembro
Alexandre da Cunha é atualmente um dos mais importantes artistas brasileiros. Como curador da exposição Voyage, ele divide algumas de suas inquietações através das obras de 15 artistas selecionadas por ele. O título, inspirado na comédia francesa Voyage Surprise, de Pierre Prévert (1947), traduz a sua proposta: “Mais do que um tema, a exposição aborda a ideia de viajar em um sentido mais amplo e suas possíveis associações: sonhos, expectativas, idealização, fantasia, fuga, frustração, medo do desconhecido”.
No filme, um motorista de ônibus aposentado comanda uma viagem surpresa onde passageiros desconhecem o destino final. Na mostra, da Cunha convida artistas, que possuem proximidade formal com o seu próprio trabalho, a criarem uma situação onde as obras se relacionam de uma forma fluida. “Meu papel como curador neste projeto funciona como um mediador, que sintetiza questões que surgiram no curso da montagem da exposição”.
Voyage será composta por obras de diversos períodos de artistas brasileiros e internacionais apresentando também artistas jovens como Thiago Barbalho, Camila Sposati, Joel Croxson e Pablo Accinelli.
O público, por sua vez, completa a exposição: assim como os passageiros do filme, o espectador é convidado a embarcar na quebra das estruturas preestabelecidas na maioria das exposições coletivas: “O espectador geralmente é confrontado com uma grande quantidade de informações, uma ansiedade conceitual corre acima da possibilidade de ler os trabalhos de forma mais intuitiva; Nesta exposição as perguntas são mais importantes do que as respostas e as imagens são mais importantes que o texto que acompanha”, acrescenta Alexandre da Cunha.
Voyage
Exposição coletiva
Artistas: Samara Scott, Caragh Thuring, Julius Heinemann, Thiago Barbalho, Lygia Clark,
Marisa Merz, Brian Griffiths, Camila Sposati, Laura Lima, Ed Flood, Joel Croxson, Jac Leirner,
Pablo Accinelli, Rivane Neuenschwander, José Damasceno
Curadoria: Alexandre da Cunha
Abertura:
Dia 15 de novembro (sábado), de meio-dia às 19h
Até dia 20 de janeiro de 2018
Visitação:
Seg. a sex., 10h/19h; sáb., 10h/15h
Em janeiro a galeria não funcionará aos sábados
Entrada gratuita
Galeria Bergamin & Gomide
Rua Oscar Freire, 379, loja 1, tel. 11 3853-5800
Sobre a Bergamin & Gomide:
Criada em 2000 em São Paulo por Jones Bergamin, a galeria Bergamin ficava numa casa da década de 1950 do arquiteto Vilanova Artigas nos Jardins. A exposição inaugural foi uma retrospectiva do artista Iberê Camargo e, entre 2001 e 2005, André Millan (que atuava como sócio) organizou exposições de Mira Schendel, Lygia Pape, Tunga e Miguel Rio Branco. Neste período, a galeria também convidou curadores a desenvolver projetos, como “Através” de Lisette Lagnado que trouxe a público “Tteia”, obra icônica de Lygia Pape – hoje permanentemente exposta em Inhotim. Foram realizadas também exposições individuais de artistas como José Resende, Aluísio Carvão, Alair Gomes e Milton Dacosta e coletivas tais quais “Arte Cinética”, “Os Modernistas”, “As Bienais” e “Nus”, em parceria com a galeria Fortes Vilaça. Em 2012, Antonia Bergamin, filha de Jones Bergamin, assumiu a direção da galeria junto com Thiago Gomide. Os sócios então definiram um novo perfil: com foco em vendas privadas de artistas brasileiros e estrangeiros do período Pós-Guerra, a Bergamin & Gomide inaugurou seu novo espaço na rua Oscar Freire, em agosto de 2013. Tem uma lista fixa de artistas, a galeria tem flexibilidade para trabalhar com um amplo número de artistas, sejam eles consagrados ou jovens, brasileiros ou estrangeiros. Essa liberdade também permite a organização de exposições que abrangem diferentes temas, períodos e movimentos. O programa conta com quatro exposições por ano, entre individuais e coletivas: “E você nem imagina que Epaminondas sou eu”, com obras de Amadeo Luciano Lorenzato e curadoria de Rivane Neuenschwander e Alexandre da Cunha (2014), a coletiva “Atributos do Silêncio” com curadoria de Felipe Scovino (2015), “BEUYS” que apresentou esculturas, desenhos, papéis e vídeos, incluindo os clássicos “Felt Suit”, “I like America and America likes me” (2016), na primeira exposição individual do artista alemão em galeria no Brasil e Fabio Mauri (Senza Arte), exposição dedicada ao artista italiano (2017).