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Âmbar de Felipe Fernandes na IBEU/RJ

maio 9, 2018maio 30, 2018

 

Ocupando um lugar entre a figuração e a abstração, o artista visual Felipe Fernandes lança mão de materiais facilmente encontrados em papelarias para compor a exposição “Âmbar”, que será inaugurada no dia 8 de maio, às 18h30, na GALERIA DE ARTE IBEU, sob curadoria de Cesar Kiraly. A mostra será composta por 30 pequenas telas – 15x20cm, aproximadamente -, tendo como referência ilustrações de livros infantis, cujo uso de técnicas artesanais na produção de imagens é frequente, como recortes, canetas hidrocor, métodos de impressão rudimentares, assim como ilustrações inteiramente digitais que simulavam a construção de imagem artesanal.

O uso de materiais baratos permitiram que o artista pudesse fazer diversas experimentações durante o processo de criação da mostra, que foi pensada sem que ele recorresse a alguma referência visual anterior ao ato da pintura, como um registro fotográfico, por exemplo. As telas de Felipe começam a partir de pinceladas e elementos que deposita sobre elas da forma mais espontânea possível. A partir do que é depositado, o artista tenta construir uma composição através de uma livre-associação de imagens, ou seja, procura não estar muito consciente do que é depositado.

 

“A partir das imagens que coloco, vou construindo outras a partir do que a anterior me insinua. Isso faz com que, nos melhores casos, o resultado final da composição seja completamente inesperado. Muitas vezes ao final do processo me deparo com cenas que eu jamais pensaria em construir de forma consciente. É desta forma que, ao meu ver, o trabalho se torna bem sucedido. É uma pintura que tenta se apoiar o máximo possível no acaso pra isso”, avalia Felipe Fernandes.

 

Para o curador Cesar Kiraly, as pinturas passam uma ideia sutil de instante, como uma cena apreendida no tempo, mas não muito bem definida. Por se tratarem de cenas com uma forte carga abstrata, acabam remetendo mais à sensação, humor, “clima”, do que de um instante onde é possível construir uma narrativa mais eficiente. A palavra “âmbar” remete a  uma resina natural que muitas vezes é encontrada na natureza com algum pequeno instante capturado. É também usada como objeto ornamental, lapidado e usado como uma pequena gema, lembrando o tamanho das telas e o grau de atenção depositado nelas. Para compor a exposição, o artista utiliza pinturas de execução lenta trabalhadas em grupos de 10 telas, voltando em cada uma delas até a composição final.

 

As intervenções em cada tela foram feitas rapidamente, se assemelhando mais a um processo de colagem do que o que Felipe vinha trabalhando nas últimas pinturas feitas estritamente com tinta acrílica. Com isso, o artista notou que passou a “depositar” imagens ao invés de construí-las. Curiosamente, começou a desenvolver esses trabalhos após sair de um pequeno atelier para um maior na Fábrica Bhering.

 

“Ele privilegia um clima alegre como nas colagens de Matisse, mas prevê momentos de boicote ao submundo, completamente, leve e festivo. Para obter tal efeito desenvolve diversas formas de moldura às abstrações. A pintura que desenvolve é fusionada à delicadas pétalas de papel, pedaços de fita crepe e imprevistas camadas de cola conferidoras de brilho à tinta. O drama das quase figuras começa e é interrompido antes de iniciar a narrativa”, analisa o curador Cesar Kiraly.

 

 

SOBRE O ARTISTA

Com formação em Desenho Industrial pela PUC-Rio, iniciou sua investigação em pintura no Parque Lage com João Magalhães. Desde 2008, desenvolve em seu atelier um trabalho que busca a harmonia entre o gráfico e o pictórico, valorizando a espontaneidade e a livre associação em seu processo criativo.
Já participou de exposições em galerias como A Gentil Carioca (RJ) e Oscar Cruz (SP), além dos salões de arte Novíssimos, na Galeria de Arte IBEU (RJ) e o 37º Salão de Arte Contemporânea de Santo André (SP).

Possui duas obras no acervo de Gilberto Chateaubriand e atualmente trabalha também como assistente do artista plástico Luiz Zerbini.
Em 2015 fez sua primeira exposição individual intitulada “Primário” na galeria MUV, no Rio de Janeiro, e no ano passado apresentou a exposição “Barulho” na Galeria DotArt em Belo Horizonte.

 

 

GALERIA DE ARTE IBEU – Felipe Fernandes inaugura exposição “Âmbar”

Abertura: 8 de maio (terça-feira), às 18h30

Exposição: 9 a 30 de maio de 2018

Funcionamento: 2ª a 5ª, de 13h às 19h; 6ª, de 12h às 18h.

Endereço: Rua Maria Angélica, 168 – Jardim Botânico – RJ
(21) 3239-2863 / [email protected]
ENTRADA FRANCA
Classificação etária: livre

Detalhes

Início:
maio 9, 2018
Final:
maio 30, 2018