Com uma semana inteira de atividades culturais, a proposta do projeto “BRASIL: A MARGEM” é sensibilizar as diferentes plateias do Centro de Artes UFF para uma reflexão: o Brasil da atualidade precisa olhar à frente e pensar melhor diante situações-limite e das necessidades de superação no presente.
A semana “BRASIL: A MARGEM” tem como objetivo levar ao público as diversas vozes, expressões e discussões que ecoam por todo o país. No Centro de Artes UFF, a percepção dessa urgência chama para muitas frentes em arte e cultura: exposições, música, debate, sarau, feira e mostra de filmes presentes no projeto.
Saiba mais sobre os destaques da programação:
A metáfora da margem, expressa nos eventos de 17 a 25 de abril, traz à tona um país de impasses e indefinições, um campo de possibilidades em que conflitam forças reativas, com seus aparatos de contenção e repressão, e, por outro lado, forças ativas de criação, reação e emancipação.
Como a voz do morro contada e cantada por Nelson Sargento, mestre do samba, no show “Nelson Sargento CoM vida”, nos dias 21 e 22, às 20h, no Teatro da UFF. O multiartista, de quase um século de vida e poética, traduz o universo contido nesta “margem”, que é a favela. O espetáculo tem direção artística do próprio Nelson Sargento que traz para a cena sua experiência de 80 anos de carreira dedicada ao samba, dentro e fora dos palcos do Brasil e do Mundo. O mestre selecionou e montou todo o repertório do show e pensou minuciosamente, com os produtores Ronaldo Mattos e Lívea Mattos, cada detalhe.
O resgate da poesia e do ritmo das ruas no espetáculo dos percussionistas Robertinho Silva e Foguete, como atração do Música Instrumental Brasileira, no dia 20, às 20h. Dudarua é o nome do projeto que nasceu do encontro e encantamento de Robertinho Silva com Foguete, artista dedicado aos estudos dos sons através da construção de instrumentos musicais percussivos. Já Robertinho Silva desenvolveu, nos últimos anos, ações com jovens de comunidades da Zona Portuária e adjacências do Rio de Janeiro, por meio da capacitação social e profissional de jovens músicos. A dupla estruturou um trabalho que reproduz sons e ritmos do folclore brasileiro com instrumentos de percussão melódica.
O manifesto presente na exposição “O Agro não é pop!”, entoado no trabalho do artista plástico Denilson Baniwa, que será inaugurada no dia 17 de abril, às 19h, na Galeria de Artes UFF. Sua obra faz uma crítica ao crescimento vertiginoso do denominado agronegócio, enquanto celebra o papel dos nossos povos originários, ações e atores indígenas inseridos no mundo contemporâneo, valendo-se das estratégias de luta colocadas ao seu alcance e se reapropriando criativamente dos meios, tecnologias e expressões do mundo atual como estratégia de (r)existência.
As imagens das mostra fotográfica “Devotos”, a partir das 19h do dia 17 de abril, no Espaço UFF de Fotografia. A exposição, com fotografias de Paulo Duque Estrada e Robson Leitão, é uma homenagem a São Jorge/Ogum, que no cântico coletivo é o santo guerreiro e o orixá que vence as demandas, ou dragões, numa união entre elementos sagrados e profanos. Essa mesma relação está presente em duas instalações cenográficas da exposição, onde se revelam momentos de fé, devoção, intimidade e irreverência do povo em relação ao seu intercessor junto a Deus.
Já no dia 24 de abril, no Teatro da UFF, às 15h, o UFF Debate Brasil traz o tema “Intervenção Militar e Criminalização da Pobreza”, com transmissão ao vivo pelo YouTube do Centro de Artes UFF. Contará com os seguintes participantes: Jacqueline Muniz (professora do Departamento de Segurança Pública da Faculdade de Direito/UFF), Marcelle Decothé (Anistia Internacional Brasil) e Marcus Faustini (Agência de Redes para Juventude). Em discussão, a recente decisão de intervenção federal e os modelos históricos de segurança pública implementados no Brasil, que impactam profundamente a vida da população pobre, jovem e negra das periferias.
E, a partir do dia 19, a mostra cinematográfica “Moro no Brasil”, com filmes retratam as múltiplas facetas do que é viver nesse país tão repleto de contrastes. A seleção traz lançamentos como “Guardiões da Memória”, “Híbridos, os espíritos do Brasil” e “Imagens do Estado Novo”, e reapresentações, como “Aquarius”, “Era o Hotel Cambridge” e “Joaquim”.
Programação completa no site www.centrodeartes.uff.br