Festival de Fotografia de Paranapiacaba

Por Paulo Varella - setembro 6, 2018
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Festival de Fotografia de Paranapiacaba propõe convergência entre arte e educação

 

Dias 15 e 16 de setembro a vila inglesa será tomada por programação gratuita de exposições, bate-papos, feira de publicações e presença de grandes nomes como Claudia Andujar, João Roberto Ripper, Alexandre Sequeira, Evandro Teixeira, Denise Camargo, Diógenes Moura e Márcio Vasconcelos

 

Um trem histórico sairá da estação da Luz, em São Paulo, no dia 15 de setembro, até Paranapiacaba, percorrendo 48 quilômetros em um hora e trinta minutos

 

Ponto comum entre fotógrafos amadores e profissionais, o distrito de Paranapiacaba ganha em setembro um Festival que pretende unir cultura, educação e acessibilidade a partir da fotografia. A vila inglesa, que surgiu para abrigar os trabalhadores que construíram a linha ferroviária Santos-Jundiaí, fica a 44 quilômetros de São Paulo e encanta pelas construções em madeira, paredes coloridas, ruas estreitas de paralelepípedo e luz encoberta pela neblina. “É preciso criar oportunidades de debate e aprendizado para todos, inclusive propondo a reflexão sobre o uso consciente e crítico da imagem”, diz João Kulcsár, idealizador e coordenador do projeto.

 

Nos dois dias de programação, 15 e 16 de setembro, o público terá acesso a exposições, ações educativas, oficinas para crianças e adolescentes, palestras, feiras de publicações, projeções noturnas, uma câmera obscura gigante e lançamentos de livros. “A ideia é estimular uma troca entre profissionais e amantes da fotografia, educadores e alunos, potencializado por um local propício a se tornar um museu a céu aberto”, reflete Kulcsár, que é Mestre em Artes pela Universidade de Kent (Canterbury, UK) e professor visitante na Universidade de Harvard, além de coordenar um projeto de Alfabetização Visual.

 

Entre os convidados para as mesas de conversas, estão confirmados Claudia Andujar, João Roberto Ripper, Alexandre Sequeira, Evandro Teixeira, Nair Benedicto, Jailson de Souza (Observatório de Favelas – RJ), Rubens Fernandes Jr., Thyago Nogueira (IMS) e Denise Camargo, além de nomes que participarão das programações das casas parceiras, as Estações, que abrigarão pequenas exposições, bate-papos e lançamentos. Na Estação Vento Leste já estão confirmados os fotógrafos Márcio Vasconcelos, Érico Hiller e Marcos Piffer, e o curador e escritor Diógenes Moura, que lerá um dos textos do recém-lançado O Livro dos Monólogos (Recuperação para Ouvir Objetos).

 

Convocatória e Exposição Fotográfica

Com o objetivo de provocar diálogos sobre nós, o outro e o lugar onde vivemos, o tema proposto para esta primeira edição da convocatória são os direitos básicos fundamentais de todos, como educação de qualidade, a liberdade de expressão e igualdade. Os ensaios podem ser de caráter jornalístico ou conceitual, neste caso contendo ou não manipulação das imagens, por metáforas, enfim, explorando todas as possibilidades que a fotografia permite. Os 10 selecionados pela comissão julgadora terão seu trabalhos expostos na entrada principal da Vila.

 

Trem – Olhar Expresso

Pela primeira vez, no sábado, dia 15 de setembro, um trem histórico construído na década de 1950 fará o trajeto da estação da Luz até Paranapiacaba. Os 48 quilômetros serão percorridos em uma hora e trinta minutos. Além das passagens de ida e volta, o ingresso contemplará um lanche durante a viagem, um tour pela Vila de Paranapiacaba e visitas guiadas em duas exposições do Festival.

 

Acessibilidade

A exposição Vila de Paranapiacaba reunirá fotografias feitas por deficientes visuais, e poderá ser visitada por todos, já que será acessível, com imagens tridimensionais que possibilitam o toque. O projeto é parte da pesquisa realizada por Kulcsár desde 2008. “Ao dispararem o botão da câmera, focando a acessibilidade, pessoas com deficiência visual propõem uma discussão sobre a questão da técnica e da estética fotográfica, além de transformar o ato de fotografar num ato político, que nos faz repensar o conceito de cegueira”, garante.

 

Ação social e Comunidade

O Festival pretende promover a participação ativa da comunidade em todas as suas dimensões, desde cursos de formação, reuniões de apresentação do projeto para contribuição dos moradores, formação de público, trabalho de alfabetização visual com a escola, artistas locais, planejamento do evento com os restaurantes, pousadas e moradores.  O processo foi iniciado três meses antes do Festival e continua por mais dois meses após o encerramento.

 

Feira de publicações     

Durante o festival teremos a Feira de Publicações: um espaço para lançamentos e discussões sobre livros e visibilidade para editoras e produções independentes de fotolivros e zines, além de fotos autorais e objetos de fotografia. O espaço já está praticamente todo preenchido.

 

Estação Alfabetização visual  

Uma casa típica da Vila de Paranapiacaba será ponto de encontro de formação para crianças, adolescentes e professores da rede pública, com atividades lúdicas, brinquedos, câmeras de orifício, caleidoscópios, laboratório fotográfico, lanterna mágica, jogos com imagens e oficinas. Uma exposição fotográfica pensada nas crianças terá suas obras numa altura mais baixa que as comuns em museus. Para os professores, teremos a formação de Uso de Fotografia em Sala de Aula na Escola Estadual Senador Lacerda Franco e na escola Municipal.

 

Exposições:

 

Histórias de Brinquedos – Quais são seus brinquedos favoritos?

Fotografias de Gabriele Galimberti

Com a pergunta do título em mente, Gabriele Galimberti visitou mais de 50 países durante 2 anos registrando imagens de crianças com seus bens mais preciosos: seus brinquedos. O Fotógrafo captou a espontaneidade e a naturalidade que envolve o brincar independente do território e de suas diversas origens.

 

Evandro Teixeira, 1968 – 50 anos

Fotografias de Evandro Teixeira

A exposição reúne fotografias de um dos mais importantes nomes do fotojornalismo brasileiro. Evandro fixou inúmeras imagens que marcaram a ditadura, estabelecida em 1964, com destaque a implantação do AI-5, no ano de 1968. Protestos, repressão militar, violência, arbitrariedade, são algumas das cenas que serão apresentas nesta mostra.

 

Parcerias

Senac-SP, SESC-SP, Vento Leste Editora, REDE de produtores culturais da Fotografia e CPTM.

 

Realização

Alfabetização Visual e Prefeitura de Santo André.

 

A programação completa será divulgada em breve no site e redes do Festival:

https://www.festivalfotoparanapiacaba.com.br/

https://www.instagram.com/FFPARANAPIACABA/

https://www.facebook.com/ffparanapiacaba/

https://twitter.com/ffparanapiacaba

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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