Filhxs do Fim na Casa Triângulo

Por Paulo Varella - janeiro 31, 2018
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Em 2018, a Casa Triângulo completa 30 anos de atividade e abre a temporada de exposições comemorativas com a segunda mostra de Daniel Lie na galeria, que acontece na semana pré-carnaval e no decorrer da quaresma.

Intitulada Filhxs do Fim, a mostra é composta por uma grande instalação que ocupa a sala principal da galeria. A obra é construída por uma combinação de elementos naturais que acentuam a passagem do tempo por meio de seus ciclos naturais. Plantas, sementes e terra criam a estrutura, que permite ao espectador observar a impermanência das coisas, como uma cerimônia lenta, rumo a um fim inevitável. Ao longo da exposição, os elementos dispostos caminham para seus processos de morte e vida, como sementes que brotam e fermentam, flores se decompõem e fungos se proliferam.

A instalação Filhxs do Fim é pensada como um altar para a morte, carregando simbologias presentes em alguns rituais de matrizes africanas e asiáticas, temas que o artista vem se aprofundando nos últimos anos, como a presença da figura do Oroboro, imagem que conduz a instalação – o fim como começo.

Oroboro é uma criatura mitológica, uma serpente que engole a própria cauda formando um círculo e que simboliza o ciclo da vida, o infinito, a mudança, o tempo, a evolução, a fecundação, o nascimento, a morte, a ressurreição, a criação, a destruição, a renovação. Muitas vezes, esse símbolo antigo está associado à criação do Universo.

Além da instalação, o artista apresenta uma linha de vasos em cerâmica, desenvolvidos em parceria com a marca Olive Cerâmica, exclusiva para a Casa Triângulo.

Daniel Lie, que também completa 30 anos em 2018, nos últimos anos vem participando de importantes exposições em museus no Brasil, Inglaterra, Hungria, Indonésia, Áustria, Alemanha e Chile. Tendo o “tempo” como ponto referencial de sua produção, o artista desenvolve trabalhos que questionam tensões entre ciência e religião, ancestralidade e presente, morte e vida.

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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