A Galeria Roberto Camasmie apresenta a exposição Alquimia das Cores, do artista norte-americano radicado no Brasil John Nicholson. Com 15 obras inéditas, a mostra tem abertura marcada para dia 24 de outubro, sábado, das 13h às 17h, na galeria localizada no bairro dos Jardins, e conta com curadoria de Zenon Valcacer e Beatriz Vicente de Azevedo. O texto curatorial é assinado por Zenon Valcacer, que prepara um documentário sobre o artista, a ser lançado em janeiro de 2021.
Adiada devido à pandemia da Covid-19, a exposição traz obras inéditas feitas entre os anos de 2019 e 2020 pelo artista plástico nascido no Texas, John Nicholson.
Remetendo aos conceitos da Alquimia, o curador Zenon Valcacer afirma, em seu texto curatorial “Como numa transformação hermética, a obra de John Nicholson leva o observador por estágios de entendimentos paulatinos e sucessivos que, semelhantes ao processo alquímico conduz por final a compreensão da totalidade de sua obra, a pedra filosofal do artista”.
Para o curador, na obra de John Nicholson, podem ser encontradas todas as qualidades da Alquimia, como “Solutio”, elemento água que pode ser identificado na obra dele com a “presença de linhas sinuosas, curvas e formas onduladas”; a etapa seguinte seria “Coagulatio”, “que representa a materialização terrena e suporte do olhar por meio das formas angulares e retilíneas”; em seguida há a etapa do “Calcinatio”, o fogo primordial, e que na obra de Nicholson parece entrar “nas cores primárias e na escolha de pigmentos bem definidos sua expressão mais forte”; e por fim há a etapa do “Sublimatio”, relacionado ao elemento Ar e representado pelos tons azul claro, rosa e branco.
Tendo como principais referências de seu trabalho o pintor americano Richard Diebenkorn, o francês Henri Matisse, o escultor americano Richard Serra, o artista plástico norte-americano Frank Stella, entre outros, Nicholson se consagra com uma pintura mais subjetiva, que expressa abstrações líricas através da superposição de planos e cores.
A mostra Alquimia das Cores contará com obras como O Voo Noturno e The Whale’s Song, Um Instante num Dia de Verão, O Por do Sol sobre a Cidade num Dia de Verão, Into the Qizzical Whimsical, O Céu da Noite sobre as Luzes da Cidade, A Vista da Varanda, entre outros.
Nascido em 1951, em Comanche, no Texas, estudou no Programa de Artes Visuais, da Universidade de Houston, no Texas, e no Departamento de Artes, da Universidade do Texas, em Austin, ambos nos anos 1970.
Já no Rio de Janeiro, nos anos 1980, lecionou nos cursos de Desenho e Pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, tendo sido professor de artistas como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes e Daniel Senise. Seguiu lecionando na mesma instituição até os anos 2000, em cursos de Desenho e Composição e Desenho de Observação.
Por causa de sua atuação como pintor e professor, Nicholson tornou-se um dos mestres da chamada “Geração 80”, lançada no Brasil em exposição histórica realizada no Parque Lage, em 1984.
Sua pintura, inicialmente figurativa, se transformou a partir da mudança para o Brasil e da convivência com Luiz Aquila, companheiro de ateliê durante alguns anos, que passou a apoiá-lo na criação abstrata.
Suas obras, atualmente, expressam essa abstração através do uso da superposição de planos e das cores fortes da pop arte e do expressionismo abstrato.
John Nicholson tem mais de 30 exposições individuais, no Rio de Janeiro, Paris, Berlim, São Paulo, Suíça, Minas Gerais, em galerias e instituições como Paço Imperial (RJ), Museu da Inconfidência (MG), Museu Nacional de Belas Artes (RJ), além de participações em coletivas também no Rio de Janeiro, China, Suíça, Paris, Basel e Mônaco.