Oficina do diretor francês Stephane Brodt em Brasília

Por Paulo Varella - junho 19, 2017
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KOH – Núcleo de Pesquisa da Cena

 

Projeto idealizado para promover o intercâmbio cultural entre artistas da capital e feras da arte nacional e mundial será inaugurado com oficina do francês Stephane Brodt 

A capital do País pulsa arte e por arte. Mas, há tempos, artistas de Brasília reclamam da falta de espaços para apresentações, treinos, além de um contato maior, dentro de “casa”,  com feras do meio artístico nacional e mundial. Afinal, o eixo Rio- São Paulo ainda dita o mercado e continua sendo a pupila dos olhos quando o assunto é arte. Um peso no bolso para os brasilienses que precisam se deslocar para fora, pagar passagens, hospedagens e, claro, os cursos. Tendo em vista promover o intercâmbio cultural, a vivência, a pesquisa e a troca de experiências com renomados nomes das Artes Cênicas e da Dança sem sair de Brasília, a empresa CHANG Produções (214 Norte) acaba de lançar o projeto KOH – Núcleo de Pesquisa da Cena.

Idealizado e coordenado pela produtora, atriz e bailarina Juana Miranda, 34 anos, o núcleo que faz uma alusão à ilha (KOH se remete à ilha, em tailandês) teve seu embrião criado em janeiro deste ano. O intuito é o de promover, de três em três meses, uma imersão entre os artistas e almejantes à arte na capital com  os bambambãs das cênicas e da dança de todo o mundo. Tudo isso sem sair da cidade e com cursos com preços acessíveis.

Em sua estreia, o projeto trará para Brasília o mestre do Amok Teatro (Rio de Janeiro), o ator francês Stephane Brodt. De 23 a 25 de junho, o diretor e ator fará um intensivão de 15 horas onde vai trabalhar sua metodologia que envolve uma visão física do teatro. No curso, ele vai mostrar que o corpo não é somente um instrumento atlético, mas um reservatório de sensações que determina as ações. Sexta, das 18h30 às 22h30; sábado, das 13h às 17h, e, domingo, das 9h às 12h e das 13h às 17h, no espaço Casa dos Quatro (708 Norte – Rua das Oficinas) . A oficina nomeada de Treinamento-Improvisação custa R$ 250. Inscrições pelo e-mail[email protected].

“Quero trazer diretores e coreógrafos do Brasil com treinamentos diferenciados para Brasília. Nossa capital vibra arte, com atores/bailarinos e grupos em constante trabalho, assim podemos ampliar nossos estudos e estar com profissionais reconhecidos pelo seu trabalho e carreira. Pretendo também criar espaços/encontros onde os artistas da cidade vão poder treinar e se apresentar, mantendo vivo o preparo físico e criativo”, frisa Juana, ciente da necessidade.

 

Amok, em Brasília

Ator francês que mora no Rio de Janeiro, Stephane Brodt conheceu a atriz  Ana Teixeira na Escola  de Mímica Dramática, na França. Juntos, eles compartilharam ideias e trouxeram de lá diretamente para o Rio de Janeiro um teatro que é visto através do corpo do ator. Desde 1998, eles tomaram a frente da escola Amok Teatro, localizada no bairro Botafogo (RJ) e acumulam mais de dez premiadas peças teatrais. Inspirada na corrente do Teatro Francês e na metodologia do poeta, escritor, dramaturgo e diretor também francês  Antonin Artaud (1896- 1948), a dupla pensa sempre o teatro poeticamente. E é este método que Brodt trará, desta vez, da capital carioca para a capital federal.  “Num encontro curto precisamos ser objetivos. O curso é

um estudo do ator com ele mesmo e não da relação deste com a plateia. Faremos um treinamento preciso, colocaremos a voz, o corpo, a emoção e a imaginação num diálogo constante, desafiador e fortalecedor”, pontua Stephane Brodt.

 

Sobre a oficina

Com o Treinamento-Improvisação, Stephane Brodt propõe uma abordagem específica da improvisação no trabalho do ator, concebida como um caminho onde técnica e pulsão orgânica se articulam. O treinamento é uma prática fundada sobre uma visão física do teatro, onde o corpo não é somente um instrumento atlético, mas também um reservatório de sensações que determina as ações, fazendo coincidir “interioridade” com “exterioridade”. Uma educação dos meios de expressão do ator, que oferece um suporte concreto para o ator desenvolver a sua capacidade de construção e mudar o seu estado de espírito cotidiano para um estado de espírito criador.

 

Conheça a idealizadora Juana Miranda

Nascida em Brasília, Juana Miranda, 34 anos, começou  a dançar ainda aos seus 8 anos. Aos 18, ingressou também nas Artes Cênicas  e nunca mais parou. Formada em Publicidade e Propaganda pelo UniCEUB/Brasília, a artista é ainda especialista em Gestão Cultural – Políticas Públicas Culturais com foco em produção pela UnB e responsável pela produtora CHANG Produções criada em 2011.

Desde 2009, quando fez o curso Odin Week em Holstebro/Dinamarca com Eugênio Barba e seu atores, Juana  desenvolve espetáculos próprios de pesquisa. Com destaque para o último espetáculo chamado O SILÊNCIO DO MUNDO – VELEJANDO EM SOLITÁRIO, que teve temporada no CCBB Brasília em 2016 e no mesmo ano ganhou prêmio de Melhor Iluminação no Prêmio SESC do Teatro Candango 2016.

Em 2017, lança o KOH – Núcleo de Pesquisa da Cena com intenção de ampliar as possibilidades de troca de experiência em Brasília e estimular treinamento para intérpretes das Artes Cênicas em geral.

 

 

Serviço

Lançamento do KOH – Núcleo de Pesquisa da Cena com oficina ministrada pelo ator e diretor francês do Amok Teatro, Stephane Brodt

De 23 a 25 de junho

Sexta, das 18h30 às 22h30; sábado, das 13 às 17h, e, domingo, das 9h às 12h e das 13h às 17h

Local: Casa dos Quatro – SCLRN 708 Bloco F Loja 42, na rua das oficinas

Valor: R$ 250.

Informações e inscrições: [email protected] ou pelo telefone: (61) 98428 – 9999.

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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