Quando o cinema se desfaz no MIS

Por Paulo Varella - fevereiro 26, 2018
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Reconfigurações de fotogramas do cinema clássico, do acervo do artista cearense Solon Ribeiro, estarão presentes no MIS – Instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo -, durante a exposição Quando o cinema se desfaz. Com curadoria de Ricardo Resende (Museu Bispo do Rosário/RJ), a mostra traz um recorte da produção de Solon por meio de Instalações, vídeos e fotografias – incluindo uma área com dezenas de monóculos com fotogramas de seu acervo original. A exposição fica em cartaz de 3 março até 8 de abril e ocupa todo o segundo andar do Museu.

 

Nos anos de 1990, Solon Ribeiro herdou de seu pai uma coleção de mais de 20 mil fotogramas mostrando, em geral, protagonistas de filmes clássicos de Hollywood. A coleção foi iniciada nos anos 50 por seu avô, Ubaldo Uberaba Solon. Os fotogramas eram cuidadosamente guardados em álbuns feitos especialmente para esse fim, contendo o nome e o ano de cada filme, bem como uma legenda com os nomes dos atores.

 

A mostra no MIS é composta do deslocamento desses fotogramas em vídeos e novas imagens fotográficas, demonstrando o desejo do artista de exorcizar essa herança que carrega ao longo de sua vida. Em suas mãos, os fotogramas são reconfigurados, ganhando um novo sentido na forma de instalações e projeções performáticas criando, assim, novos filmes e novos contextos para as cenas originais.

 

“Trabalhando com um acervo constituído fundamentalmente por fotogramas originários do cinema clássico, eu venho deslocando esses objetos em diversas configurações para desprogramar o dispositivo clássico e ativá-lo para outras possibilidades de fruição, estimulando a atuação imaginativa do espectador”, afirma Solon.

 

Segundo o curador Ricardo Resende, Solon Ribeiro é artista da família dos inclassificáveis e não se enquadra em nenhuma categoria da arte tradicional. Do mesmo modo, o que faz como arte também não se coloca em uma gaveta, não deixa o pensamento se acomodar. É um turbilhão de coisas que remove tudo do seu lugar.

 

Sobre Solon Ribeiro

Artista visual, fotógrafo, professor e curador, Solon é formado em comunicação e arte pela L’école Superieure des Artes Décoratifs, París-France. É também autor dos livros “Lambe- Lambe Pequena História da Fotografia Popular” e “O Golpe do Corte”. Em 2016, o artista foi contemplado com o projeto O Golpe do Corte, no Rumos Itaú Cultural, em que propunha a preservação, a digitalização, a catalogação e a publicação desse acervo de fotogramas (www.ogolpedocorte.com.br). Como muitos artistas contemporâneos, seu trabalho se volta para a problematização das imagens clichês, tendo em vista o fenômeno contemporâneo (já ecológico) da saturação de imagens. Com a herança dos fotogramas, dá-se uma espécie de reencontro no caminho traçado por Solon: encontro entre o percurso questionador do artista e suas primeiras experiências em salas de cinema. Com a volta de fantasmas hollywoodianos, seu trabalho sofre uma metamorfose. Solon e as imagens de Hollywood se fundirão num ato violento e revelador.

 

 

Serviço

 

QUANDO O CINEMA SE DESFAZ

 

ABERTURA 2/03, às 19h00 (entrada gratuita)

DATA 3/03 a 8/04

HORÁRIO terça a sábado, das 12h00 às 20h00; domingos e feriados, das 11h00 às 19h00

LOCAL Espaço Expositivo 2º Andar

INGRESSO R$ 10 inteira e R$ 5 (meia) – terças-feiras gratuitas

 

Informações para a imprensa – MIS

Clarissa Janini | [email protected]| (11) 2117 4777, r 312

Marina de Castro Alves | [email protected]| (11) 2117 4777, r 363

 

Informações para a imprensa – Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo

Gisele Turteltaub – (11) 3339-8162 | [email protected]

Damaris Rota – (11) 3339-8308 | [email protected]

Gabriela Carvalho – (11) 3339-8070 | [email protected]

Stephanie Gomes – (11) 3339-8243 | [email protected]

Marina Teles – (11) 3339-8164 | [email protected]

 

Museu da Imagem e do Som – MIS

Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo | (11) 2117 4777 | www.mis-sp.org.br

Estacionamento conveniado: R$ 18. Acesso e elevador para cadeirantes. Ar condicionado.

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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