Ricardo Von Brusky inaugura Espaço de Arte em São Paulo

Por Paulo Varella - março 16, 2018
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Ricardo Von Brusky inaugura Espaço de Arte nos Jardins, em São Paulo

Programação de lançamento prevê a realização de mostra e leilão com obras raras, de períodos diversos; local promoverá ainda cursos e palestras de arte, gastronomia e lifestyle

Fachada (1970), Alfredo Volpi

Reunir em um único local uma galeria de arte, uma casa de leilões e um espaço para a promoção de cursos e palestras dos mais variados temas, onde a cultura é sempre protagonista. Esse é o mote do Espaço de Arte Ricardo Von Brusky, iniciativa do empresário e colecionador que dá nome ao empreendimento que chega em março aos Jardins, bairro nobre paulistano.

“Queremos atingir um público jovem e conectado, que se interessa por arte e, mais do que isso, transita entre as mais diversas áreas da cultura”, aponta Von Brusky, que possui 35 anos de experiência no mercado de leilões. “São pessoas cujo interesse pela área não se limita ao colecionismo por puro investimento. Elas querem mergulhar em temas que lhes agradam e são ainda capazes de enxergar, por exemplo, a relação entre arte e gastronomia”, afirma.

O Espaço de Arte abre suas portas ao público no dia 17 de março, com a inauguração de uma exposição coletiva que precede a realização de um leilão. Serão aproximadamente 350 peças, das quais cerca de 100 têm como origem a coleção particular de uma família aristocrata de Dresden, na Alemanha, que chegou ao Brasil nos anos 1940, em função da Segunda Guerra Mundial.

Entre as raridades que serão leiloadas, um relevo em cerâmica de autoria de Luca della Robbia (1400-1482). Os Della Robbia foram uma importante família de artistas em Florença, Itália, entre o início do século XV e meados do século XVI. Seus membros produziram esplêndidas esculturas em terracota esmaltadas e policromadas, que despertaram e ainda despertam um enorme fascínio nos colecionadores. Luca della Robbia foi o precursor da família, consagrando-se por sua técnica de cerâmica, que trocou o mármore e o bronze pela terracota. Repletos de serenidade e harmonia, seus trabalhos escultóricos integram coleções de importantes museus, tais como o Calouste Gulbenkian, de Lisboa, e os Museus de Belas Artes de Houston e de Budapeste.

De autoria desconhecida, a estupenda placa italiana, em madrepérola, coral, prata, ouro e lápis-lazúli, do século XVII, é outra peça da coleção que irá a leilão. Raríssima, a obra possui uma semelhante somente na coleção do Museu do Vaticano.

A mostra traz ainda seis gravuras originais e assinadas pelo mestre Rembrandt Harmenszoon Van Rijn (1606-1669), grande pintor da arte ocidental, também reconhecido como um dos principais água-fortistas da história, tendo elevado este meio expressivo a níveis antes sequer imaginados. As obras que chegam à exposição revelam a grandiosidade gráfica do artista holandês. São peças museológicas, dignas das mais importantes instituições culturais do mundo. Gravuras similares integram o acervo, por exemplo, do Rijksmuseum, de Amsterdã, e do British Museum, de Londres.

“Este pregão é de altíssimo nível, equiparando-se às mais relevantes feiras do mundo. Talvez pela primeira vez, teremos obras dessa envergadura ofertadas no mercado de arte nacional”, pontua Von Brusky. “Coincidentemente, também em março, a cidade de Maastricht, na Holanda, recebe a Tefaf, a mais exclusiva das feiras europeias voltadas à comercialização de obras de arte e antiguidades. Muitas das raridades que lá serão negociadas têm equivalentes aqui. É exatamente o caso dessas gravuras. Agora, nossos colecionadores têm fácil acesso aos trabalhos mais valorizados pelos europeus”, afirma o empresário.

Produções de grandes nomes da arte moderna e contemporânea brasileira também marcam presença na exposição. De Alfredo Volpi, ítalo-brasileiro que tem ganhado cada vez mais espaço nas coleções estrangeiras, há uma têmpera sobre tela da década de 1970. Geraldo de Barros aparece com uma montagem de plástico laminado, de 1983. A suíça naturalizada brasileira Mira Schendel surge com duas obras da série Toquinho, datadas de 1972. Sandra Cinto, Wanda Pimentel, Hildebrando de Castro e Heitor dos Prazeres são mais alguns dos artistas que terão seus trabalhos colocados a leilão.

A exposição fica em cartaz até 25 de março. Neste período, o público poderá conferir de perto todos os trabalhos expostos e acompanhar visitas guiadas por especialistas e por Ricardo Von Brusky. Na noite dos dias 26 e 27, as peças serão leiloadas a partir das 20h30. Os lances poderão ser ofertados presencialmente, por telefone ou ainda pelo site www.vonbrusky.com.br, onde estarão disponíveis as regras do pregão.

Além de áreas destinadas a exposições, cursos e palestras, o Espaço de Arte Ricardo Von Brusky possui uma cozinha gourmet e um terraço do qual se pode contemplar parte da cidade. Em breve, a programação da casa será divulgada.

Ricardo Von Brusky

Empresário, investidor e colecionador de arte e antiguidades há mais de 35 anos, é especialista em arte sacra, mobiliário luso-brasileiro, arte do Extremo-Oriente, marfim, ourivesaria, porcelanas da Companhia das Índias, peças imperiais e escultura brasileira.

Colaborador assíduo de museus paulistanos, para quem frequentemente empresta obras de arte para exposições, recebeu em 2001 o título de Benemérito da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Membro do conselho artístico do Museu Afro Brasil e conselheiro administrativo do Museu de Arte Sacra de São Paulo, o empresário aprofundou o seu conhecimento em arte em diversos cursos livres de arte com curadores e mestres de expressão no meio como Francesca Cavalli, José Roberto Teixeira Leite e Laerte Ottaiano, entre outros; além de inúmeras viagens de estudo, observação e visita a museus e instituições culturais do Brasil e do exterior

Serviço:

Espaço de Arte Ricardo Von Brusky
Endereço: Rua Estados Unidos, 336 | Jardim América
Exposição: de 17 a 25 de março
Visitação: diariamente, das 11h às 20h
Leilão: 26 e 27 de março, a partir das 20h30
Telefones para contato: (11) 2373-0768 / 9.7285-5436 / 9.7488-4367
Email: [email protected]

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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