Dentro do espírito comemorativo aos 50 anos do Movimento Tropicalista, a Galeria André vai mostrar obras contemporâneas repletas das cores que contribuíram para que as artes se tornassem mais nacionalista. Dois artistas foram escolhidos para brincar com as cores, deixar emanar a alegria e fazer com que suas obras se aproximem do grande público através da irreverência.
João César de Melo reproduz a arquitetura nas artes visuais tendo como referência a paisagem urbana. Nada mais brasileiro do que traços feitos com calculadas estruturas mostrando um equilíbrio arquitetural. O olhar do espectador define o contexto.
Já Alina Fonteneau tem sua inspiração em formas orgânicas de corais, animais marinhos, plantas e flores, em esculturas de fibra de vidro com um colorido vibrante e muito brasileiro.
SOBRE O MOVIMENTO TROPICALISTA
O tropicalismo foi um movimento que atingiu várias esferas culturais no Brasil, como a música, as artes plásticas, o cinema e a poesia. Pouco se fala, mas nas artes plásticas o movimento Tropicalista teve uma influência enorme da cultura pop brasileira e internacional, associada a correntes de vanguarda como o concretismo. A Tropicália mesclou o tradicional da cultura nacional com inovações estéticas, como a pop art, mas, é comum associar à produção musical que virou a área mais expressiva dessa corrente artística entre o público.
O grande nome das artes plásticas no tropicalismo foi Hélio Oiticica, que em abril daquele ano abriu a exposição Nova Objetividade Brasileira, no MAM do Rio de Janeiro com uma instalação intitulada “Tropicália” que era um ambiente labiríntico com plantas, areia, poemas-objetos, araras, um aparelho de TV e capas de Parangolé (uma espécie de obra de arte feita para ser usada como roupa). O objetivo era fazer um novo símbolo da cultura no país através da “devoração”, uma retomada à antropofagia e ao modernismo de Osvald de Andrade e aproximar o mundo das coisas da arte, fazer com que o espectador participasse da obra. A “Tropicália” de Hélio Oiticica impõe-se como arte contemporânea e arte conceitual, dialogando com as ideias de Marcel Duchamp (1887-1968), que incorporou um objeto industrializado como obra de arte, na tentativa de democratizar a arte através da interpretação individual e da aproximação dos seus objetos do grande público.
Alguns dos artistas envolvidos faziam parte do círculo do concretismo brasileiro e a principal meta deles era a produção de uma arte nova, vanguarda, sem a imposição de copiar técnicas e ideias que vinham de fora, de outros países, uma arte que falasse diretamente ao povo brasileiro, que passasse uma imagem tipicamente nacional.
Na música o Tropicalismo trouxe a presença da cultura brasileira através do berimbau, do português, das influências da antropofagia. Nas artes plásticas a estética inovadora mostrava a alegria brasileira e seguia a moda das roupas coloridas e extravagantes, que combinavam com as performances complexas. Nas Artes Plásticas o tropicalismo foi representado por Hélio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape e Ivan Serpa.
Exposição TROPICALISMO 50 ANOS
Abertura dia 7 de novembro 2017, às 20hs, coquetel para convidados
Aberta ao público de 08 de novembro a 02 de dezembro 2017
Horário de Funcionamento: de 2ª à sexta-feira das 10 às 20 horas / sábados das 10 às 14 horas
Curadoria – Sonia Skroski – Octávio Guastini
Endereço – Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1753
Tel/Fax: (11) 3064-2242 e 3082-8029
Estacionamento no local
Acesso a deficientes facilitado
Entrada gratuita