Tropicalismo 50 anos na Galeria André

Por Paulo Varella - outubro 30, 2017
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Dentro do espírito comemorativo aos 50 anos do Movimento Tropicalista, a Galeria André vai mostrar obras contemporâneas repletas das cores que contribuíram para que as artes se tornassem mais nacionalista. Dois artistas foram escolhidos para brincar com as cores, deixar emanar a alegria e fazer com que suas obras se aproximem do grande público através da irreverência.

 

João César de Melo reproduz a arquitetura nas artes visuais tendo como referência a paisagem urbana. Nada mais brasileiro do que traços feitos com calculadas estruturas mostrando um equilíbrio arquitetural. O olhar do espectador define o contexto.

 

Alina Fonteneau tem sua inspiração em formas orgânicas de corais, animais marinhos, plantas e flores, em esculturas de fibra de vidro com um colorido vibrante e muito brasileiro.

 

SOBRE O MOVIMENTO TROPICALISTA

O tropicalismo foi um movimento que atingiu várias esferas culturais no Brasil, como a música, as artes plásticas, o cinema e a poesia. Pouco se fala, mas nas artes plásticas o movimento Tropicalista teve uma influência enorme da cultura pop brasileira e internacional, associada a correntes de vanguarda como o concretismo. A Tropicália mesclou o tradicional da cultura nacional com inovações estéticas, como a pop art, mas, é comum associar à produção musical que virou a área mais expressiva dessa corrente artística entre o público.

 

O grande nome das artes plásticas no tropicalismo foi Hélio Oiticica, que em abril daquele ano abriu a exposição Nova Objetividade Brasileira, no MAM do Rio de Janeiro com uma instalação intitulada “Tropicália” que era um ambiente labiríntico com plantas, areia, poemas-objetos, araras, um aparelho de TV e capas de Parangolé (uma espécie de obra de arte feita para ser usada como roupa). O objetivo era fazer um novo símbolo da cultura no país através da “devoração”, uma retomada à antropofagia e ao modernismo de Osvald de Andrade e aproximar o mundo das coisas da arte, fazer com que o espectador participasse da obra. A “Tropicália” de Hélio Oiticica impõe-se como arte contemporânea e arte conceitual, dialogando com as ideias de Marcel Duchamp (1887-1968), que incorporou um objeto industrializado como obra de arte, na tentativa de democratizar a arte através da interpretação individual e da aproximação dos seus objetos do grande público.

 

Alguns dos artistas envolvidos faziam parte do círculo do concretismo brasileiro e a principal meta deles era a produção de uma arte nova, vanguarda, sem a imposição de copiar técnicas e ideias que vinham de fora, de outros países, uma arte que falasse diretamente ao povo brasileiro, que passasse uma imagem tipicamente nacional.

 

Na música o Tropicalismo trouxe a presença da cultura brasileira através do berimbau, do português, das influências da antropofagia. Nas artes plásticas a estética inovadora mostrava a alegria brasileira e seguia a moda das roupas coloridas e extravagantes, que combinavam com as performances complexas. Nas Artes Plásticas o tropicalismo foi representado por Hélio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape e Ivan Serpa.

Exposição TROPICALISMO 50 ANOS

Abertura dia 7 de novembro 2017, às 20hs, coquetel para convidados

Aberta ao público de 08 de novembro a 02 de dezembro 2017

Horário de Funcionamento: de 2ª à sexta-feira das 10 às 20 horas / sábados das 10 às 14 horas

Curadoria – Sonia Skroski – Octávio Guastini

Endereço – Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1753

Tel/Fax: (11) 3064-2242 e 3082-8029
Estacionamento no local

Acesso a deficientes facilitado

Entrada gratuita

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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