Neste fim de ano e durante as férias escolares a dica é aproveitar o tempo livre para conferir 10 exposições imperdíveis na capital paulista. Apesar de possuírem características e abordagens diferentes, as mostras têm em comum a participação de artistas brasileiros ou homenagem a grandes nomes da cultura nacional.
Algumas das exposições são interativas e possuem entrada gratuita. Todas estão localizadas em endereços de fácil acesso -próximas de estações de metrô e ônibus – como o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB SP), o Museu da Imagem e do Som (MIS), o Espaço de Exposições do Centro Cultural Fiesp e o Museu das Culturas Indígenas (MCI).
A exposição em exibição no MIS é um convite à diversão. Interativa – praticamente tudo envolve a participação do visitante – reúne obras inusitadas, como uma pedra que emite risadas assim que alguém passa por ela. Os trabalhos assinados por artistas contemporâneos, incluindo grandes ícones como Hélio Oiticica e Lygia Clarck (já falecidos), ficam em exibição somente por mais algumas semanas.
Já imaginou ler o clássico “Chapeuzinho Vermelho” por meio de símbolos e não letras? Este é só um exemplo dos trabalhos presentes na mostra coletiva em cartaz no Espaço de Exposições do Centro Cultural Fiesp (CCF). Voltada especialmente ao público infantil, ‘Cria’ conta com obras interativas, que permitem vivencias plurissensoriais e o acesso a diferentes culturas e linguagens artísticas.
A mostra exibe obras em grafitti de 81 personalidades negras que fizeram história no Brasil. Entre os homenageados está Emanoel Araujo, artista e idealizador do Museu Afro Brasil, que se notabilizou por lutar pelo reconhecimento e a valorização da produção afro-brasileira nos mais diversos âmbitos. A exposição em cartaz no MIS também apresenta biografias desses personagens.
A exposição conta com trabalhos do artista de origem indígena: Xadalu Tupã Jekupé. As obras denunciam como os territórios originários em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, estão sendo engolidos pelo progresso dos grandes centros urbanos. A mostra, no Museu das Culturas Indígenas, reflete a violência dessa invasão e a segregação étnica vivida pelo povo Guarani.
A exposição apresenta conjunto de imagens de três artistas contemporâneos. “Memórias futuras”, de Grasielle Barbaresco, utiliza uma abordagem poética para retratar como questões culturais determinam as infâncias, e de que forma o traumático incide na constituição psíquica dos adolescentes. “Morro dos espíritos”, de Givva e Quebrantxy, cria um paralelo entre a relação dos moradores das periferias com imagens de espíritos ancestrais. Em “Nascer”, Ivete Siqueira reflete como o parto é uma dinâmica complexa que envolve ressignificações da vida, construção e intensificação de vínculos.
Essa exposição coletiva está instalada na área externa do Museu das Culturas Indígenas. O grafismo guarani adorna o gradil da entrada, paredes e fachada. Os desenhos foram criados e executados pelos próprios indígenas, que abordaram temáticas como a resistência e luta pelos direitos dos povos originários.
As obras presentes nessa mostra coletiva, que foi sucesso em Portugal, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, propõem reflexões sociais e questionamentos sobre pautas contemporâneas por meio dos jogos. Alguns dos trabalhos são interativos. Entre eles estão os games que fazem referências aos povos indígenas, a mitologia grega, ao tempo e a velhice. Em cartaz no CCBB SP, a exposição conta com participação de brasileiros e artistas de outros 14 países.
A exposição do artista e curador Denilson Baniwa reúne produções contemporâneas e tradicionais de músicos indígenas. A dança, o canto e a conexão com a natureza são para os povos originários uma maneira de dar continuidade a cultura e a vida. A palavra Yagapó é uma metáfora da resistência indígena.
A exposição reúne séries de três artistas contemporâneos. Em “As primeiras vezes que fui a vênus”, Victor Galvão apresenta um exercício de investigação sobre desertos e paisagens a partir da perspectiva de ser um estrangeiro. “Plano de Voo”, de Carolina Koff, é inspirada em verdades e mentiras sobre uma mulher chamada Olga, que tirou o brevê de avião em 1943, aos 25 anos de idade. Já em “Museu da Loucura – do Barroco ao Eletrochoque”, de Ck Martinelli, o espectador se depara com poucas imagens do que seria outro museu. Um espaço que aprisionou ou aprisiona, que apresenta a história por memória e a loucura alheia.
A mostra celebrará o centenário de Paulo Autran, um ícone do teatro, cinema e teledramaturgia nacional. Farão parte da exposição: fotografias, cartazes, trechos de entrevistas, programas de teatro e stills. Sessões de filmes, como “Apassionata” (1952), de Fernando de Barros (primeira aparição de Paulo Autran nas telonas) e “O ano em que meus pais saíram de férias” de Cao Hamburger, também estão previstas na programação de férias do MIS.
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