Obra de Beatriz Milhazes
Beatriz Milhazes, um dos grandes nomes da arte contemporânea internacional, ganha destaque na Casa Roberto Marinho com a exposição “Pinturas Nômades”, inaugurada em 25 de setembro. Com curadoria de Lauro Cavalcanti, a mostra apresenta pela primeira vez no Brasil a reprodução de projetos arquitetônicos desenvolvidos pela artista em quatro continentes — Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia. A individual celebra ainda 20 anos da trajetória de Milhazes no campo das instalações pictóricas em espaços arquitetônicos e institucionais.
Beatriz Milhazes e sua arte geométrica
A exposição constitui um panorama único: reúne intervenções site-specific realizadas na Ópera de Viena; na Tate Modern, em Londres; na loja Selfridges, em Manchester; no metrô de Londres; na Fundação Cartier, em Paris; no Museu de Arte Contemporânea de Tóquio; no Long Museum, em
Xangai; e na Fundação Gulbenkian, em Lisboa; entre outras permanentes, como no projeto Art House, na Ilha de Inujima, Japão, e no Hospital Presbiteriano de Nova Iorque. Esses projetos, que formam o núcleo central da mostra, são apresentados em maquetes, estudos e painéis inéditos no Brasil, permitindo ao público uma rara imersão na dimensão arquitetônica da obra de Beatriz.
De acordo com o curador, estas intervenções de Milhazes, realizadas entre 2004 e 2023, consolidam uma pesquisa visual em diálogo com superfícies arquitetônicas. Utilizando principalmente vinil colorido, pintura mural e cerâmica, a artista desenvolve composições que exploram luz, cor e transparência, estabelecendo relações entre interior e exterior, opacidade e translucidez, desenho e arquitetura.
A pintura é o tronco principal do trabalho de Beatriz e pontua poeticamente o percurso pela Casa, como no caso das obras Mocotó (2007), A Mosca, (2010/2012) e Lampião, 2013/2014. Beatriz tem, desde o início de sua prática, uma longa relação de observação das variadas representações da natureza e da vida cotidiana encontradas na Arquitetura, Arte Popular, Arte Indígena, Arte Decorativa e universo da Arte Aplicada e História da Arte. Desta forma, a mostra apresenta ao público carioca uma sala dedicada a seu projeto especial para a 60ª Bienal de Arte de Veneza, em 2024, desenvolvido para o Pavilhão das Artes Aplicadas, uma colaboração entre o Victoria and Albert Museum, em Londres, e a Bienal.
As pinturas O céu, as estrelas e o bailado (2023) e Meia-noite, Meio-dia (2023) são exibidas com a mesa de tecidos do acervo pessoal de Milhazes, de diferentes culturas e regiões ao redor do mundo, referência para o desenvolvimento das obras. Completa este espaço a tapeçaria inédita Dance in Yellow (2020). Uma das salas é dedicada a um conjunto de 11 gravuras. De acordo com a artista, “é
a técnica que mais se aproxima plasticamente do resultado dos painéis e murais”, uma conversa entre a arte gráfica como ponto de diálogo entre as duas práticas. A exposição contará também com apresentações de Marcia Milhazes Cia de Dança que apresentará criações recentes, concebidas em diálogo direto com o universo da mostra. A recorrente colaboração entre as irmãs Milhasses nas exposições de Beatriz, no Brasil e no exterior, é marcada por encontros que articulam composições visuais e propostas coreográficas.
Beatriz Ferreira Milhazes (Rio de Janeiro, 1960) é uma artista visual brasileira reconhecida por sua pintura abstrata, colagens e gravuras que combinam forte influência das artes modernas ocidentais com motivos da cultura brasileira. Formou-se inicialmente em Comunicação Social na Faculdade Hélio Alonso (1981) e paralelamente estudou artes plásticas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage entre 1980-82. Lecionou pintura e coordenou projetos culturais nesta escola até 1996.
Sua obra se caracteriza pelo uso intenso da cor, pela sobreposição de formas ornamentais – arabescos, flores, padrões geométricos –, e por uma técnica própria em que pinta sobre folhas de plástico e depois transfere esses fragmentos para a tela, criando camadas precisas de imagem. Beatriz alcançou projeção internacional ainda nos anos 1990, participando de grandes bienais (como São Paulo, Shanghai, Veneza) e exposições solo em museus de destaque como o MoMA, o Guggenheim e o MASP. Em 2025, por exemplo, sua exposição ‘Beatriz Milhazes: Rigor and Beauty’ está em cartaz no Solomon R. Guggenheim de Nova Iorque.
Exposição “Pinturas Nômades”, de Beatriz Milhazes
Período: até março de 2026.
Local: O Instituto Casa Roberto Marinho. Rio de Janeiro – RJ
Endereço: Rua Cosme Velho, nº 1105.
Visitação: terça a domingo, das 12h às 18h
Ingressos à venda exclusivamente na bilheteria: R$ 10 (inteira) / R$ 5 (meia entrada)
Às quartas-feiras, a entrada é franca para todos os públicos.
Aos domingos, “ingresso família” a R$10 para grupos de quatro pessoas.
Com informações de Art Rio.
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