O MAC USP (Museu de Arte Contemporânea da USP) possui um importante conjunto de 561 desenhos de Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976). Reunidos pelo próprio artista, abarcando sua produção de 1920 a 1950. A exposição Di Cavalcanti: militante, boêmio, brasileiro, que o Museu apresenta a partir de 8 de novembro, traz 115 desenhos desse conjunto. A curadoria de Helouise Costa e Marcelo Bortoloti observa que, embora mais conhecido como pintor “, Di Cavalcanti iniciou-se na arte por meio do desenho e fez dele um espaço de liberdade temática e estilística, de diálogo com outros artistas e rica experimentação”. Em uma projeção audiovisual, todos os 561 desenhos serão apresentados ao público. Além dos desenhos pertencentes ao MAC USP serão apresentadas obras vindas do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB USP), Museu de Arte Brasileira (FAAP), Biblioteca Mário de Andrade, Pinacoteca de São Paulo e coleções particulares.
A curadoria escolheu destacar três adjetivos dentre tantos utilizados para falar da complexidade da vida e da obra de Di Cavalcanti, fortemente presentes em sua produção gráfica: o militante, que fala de seu engajamento na luta por justiça social, o boêmio, que evidencia o seu apreço por uma vida sem amarras, e o brasileiro, que se remete à sua busca incessante pela representação da identidade cultural de seu país. A exposição convida o público a observar as obras de Di Cavalcanti guiado por uma detalhada linha do tempo e em relação aos trabalhos de artistas que lhe foram contemporâneos, como Anita Malfatti, Cândido Portinari, André Lhote, Ivan Serpa, Pablo Picasso, Alfredo Volpi, Milton Dacosta e Noêmia Mourão, entre outros. Tal recurso confere à sua produção uma lógica ditada pelos acontecimentos históricos que marcaram a arte e a cultura brasileiras nas sete primeiras décadas do século XX.
Di Cavalcanti vivenciou uma origem humilde, em uma família de senhores de engenho, militares e abolicionistas, e mais tarde tornou-se um dos protagonistas do modernismo brasileiro. “A representação da população afro-brasileira, a militância política comunista, a adesão ao catolicismo e a luta contra o abstracionismo, são apenas algumas das facetas de alguém que refletiu as ambiguidades de sua época”, diz o texto dos curadores. Ao contextualizar a vida e a obra do artista, essa exposição busca oferecer a oportunidade de se avaliar suas intenções e contradições através das lentes do nosso tempo.
Exposição Di Cavalcanti: militante, boêmio, brasileiro
Curadoria: Helouise Costa e Marcelo Bortoloto
De 8 de novembro de 2025 a 18 de outubro de 2026
MAC USP – Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera – São Paulo/SP
Terça a domingo das 10 às 21 horas
Entrada gratuita
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