Maracatu - 200x400, de Heinz Budweg
A Galeria 18 e o ICC – Instituto Casa Comum, apresentam a exposição Crônicas brasileiras, uma ampla retrospectiva do artista Heinz von Haken Budweg, cuja obra se tornou um verdadeiro retrato poético do Brasil. Alemão de origem e brasileiro por escolha, Heinz percorreu o país durante décadas, registrando em suas telas a diversidade de rostos, paisagens e manifestações culturais que formam o imaginário nacional.
Com uma técnica precisa e um olhar profundamente humano, Heinz retratou o Brasil em toda a sua pluralidade, da Amazônia às festas populares, dos trabalhadores rurais às paisagens tropicais. Suas telas equilibram lirismo e realismo, unindo cor, luz e emoção em composições de grande força simbólica.
Entre as obras expostas destaca-se o monumental painel “Amazônia”, com nove metros de extensão, além de pinturas emblemáticas como “Maracatu”, “Moçambique”, “Os colhedores de café” e “Arrastão”. Organizada em quatro eixos temáticos — Natureza, Festas e Manifestações Populares, Trabalhadores e Paisagens — a mostra apresenta um percurso sensível pelas diferentes geografias e culturas brasileiras que marcaram a trajetória do artista.
A exposição inclui ainda registros originais das expedições de Heinz, filmados em Super 8, exibidos em um espaço audiovisual que permite ao público acompanhar suas viagens pelo interior do país e seu processo de criação.
Com uma carreira reconhecida nacional e internacionalmente, Heinz recebeu o título de Comendador da Academia Brasileira de Arte e Cultura, além de diversas homenagens por sua contribuição à arte figurativa e à representação da identidade brasileira.
Crônicas brasileiras é mais do que uma retrospectiva: é um mergulho no Brasil profundo, diverso e luminoso que o artista soube traduzir com sensibilidade e devoção. A mostra reafirma a importância de Heinz como um verdadeiro cronista visual do país, alguém que fez da pintura um testemunho do povo, da paisagem e da alma brasileira.
Heinz Budweg nasceu em Berlim, em plena Segunda Guerra Mundial. Aos 13 anos, chegou ao Brasil, fixando-se em São Paulo. Em 1958, realizou sua primeira mostra individual, no Colégio Visconde de Porto Seguro. Ao longo de sua carreira, ganhou inúmeros prêmios; entre eles, o Prêmio Jabuti, em 1974, pelas ilustrações da série infantil 24 lendas brasileiras da Editora Melhoramentos. Na década de 1960, iniciou suas viagens pelo interior do Brasil, visitando centenas de cidades e povoados. Ele percorreu em território brasileiro mais de 450 mil quilômetros, o equivalente a mais de onze voltas ao redor do planeta. Em 1976, vivenciou o dia a dia das aldeias indígenas Xerente (Goiás), Krahô (Goiás) e Urubu-Kaapor (Maranhão). Em 1978, as áreas do Pantanal mato-grossense e das aldeias indígenas Bororo, Xavante e Avê Canoeiros.
Nos anos de 1980, foi da nascente até a foz do Rio São Francisco; aos Sete Povos das Missões, incluindo as missões jesuíticas do Paraguai e Argentina; e esteve com as comunidades indígenas do Alto Xingu: Kalapalo, Mehinaco, Waurá e Kuikuro (Brasil-Central). Em 1986, durante sua exploração do Alto Rio Coluene, conheceu os indígenas Maitipu, Yawalapeti, Mehinaco e Kamaiurá.
Em 1987, fez mais duas viagens ao Parque Nacional do Alto-Xingu em Mato Grosso. A partir de 1988, explorou a Bahia, conhecendo os indígenas Kalapalo, Kiriri e Pataxó. Suas viagens aos territórios indígenas o consagraram como o maior pintor vivo de indígenas do mundo. Foi batizado pelas aldeias com o nome Agabe Werajecupê.
Na década de 1990, o Projeto Tapajós direcionou as viagens de Heinz para uma prospecção arqueológica pelos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a bordo de um ateliê móvel (adaptado em uma perua Kombi). Heinz registrou 18 sítios arqueológicos, destacando-se, na Amazônia mato-grossense, o “Santuário da Pedra Preta”. Por conta desta descoberta, Heinz Budweg recebeu a Medalha D. Pedro I da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.
A 18 é uma galeria de arte contemporânea com uma seleção de artistas renomados e em ascensão, de diferentes vertentes, estilos e suportes.
Desde seu início, preocupa-se em criar e expandir relações dentro do mundo da arte, seja com os artistas, clientes ou espectadores, que encontram na 18 um ambiente receptivo, diferente da hostilidade hermética vista em outras galerias.
Seu time, com diversos artistas representados, oferece vários tipos de experimentações resultando em uma pluralidade visual e cultural que poucos locais possuem.
Exposição “Crônicas brasileiras”, do artista alemão Heinz Budweng
Local: Galeria 18. Rua Simpatia 23, Vila Madalena – São Paulo/SP
Vernissage: 05/11/2025, 19h00 as 22h00
Período: 06/11 a 29/11 de 2025
Visitação: Terça a Sexta | 10h às 19h.
Sábado | 10h às 18h
ENTRADA GRATUITA
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