“Berna Reale – Rastros e Avisos” está em exposição na Galeria Vicente do Rego Monteiro, localizada na unidade da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) em Recife – PE.
Na mostra, serão projetados em grande dimensões dois vídeos criados pela artista, até o dia 18 de junho. Em “Ordinário” (2013), Berna recolhe e expõe, sobre a carroça que empurra em ruas de Belém, ossadas de vítimas não identificadas de homicídio.
Já em “Palomo” (2012), montada em cavalo branco tingido de vermelho, ela vagueia por uma Belém silenciosa ao amanhecer, como se fosse um vigia. Seja por meio de vídeos performance ou fotografia, a artista se dedica a criar imagens que evoquem e defrontem a exposição seletiva à precariedade da vida.
O curador da exposição, Moacir dos Anjos, destaca que dentro dos mais de 200 títulos que integram o acervo da Fundaj, entre artistas nacionais e internacionais, existem três videoartes da artista paraense, sendo dois responsáveis por ocupar atualmente a galeria no campus Ulysses Pernambucano. Para Moacir dos Anjos, o trabalho de Berna Reale debate um Brasil que brutaliza corpos socialmente à margem. “Rastros e Avisos tem a ver com essa violência tão banalizada no país. Os vídeos escolhidos mostram ossos de pessoas assassinadas que nunca foram identificadas e a artista de algum modo tenta reapresentar essas pessoas a uma cidade que as rejeitou e não conseguiu reconhecê-las nem na morte”, afirma o pesquisador.
A exposição também apresenta tecnologias que facilitam a mediação cultural e incentivam a curiosidade do público visitante. Logo na entrada da mostra há um tablet que apoia o texto curatorial, servindo também para apresentar a artista ao público que deseja se aprofundar no trabalho da mesma.
Berna Reale trabalha com instalações e performances. Artista visual e também perita criminal, Berna Reale denuncia em seu trabalho artístico as violências cotidianas presentes no Brasil e direcionadas, especialmente, aos negros, indígenas e pobres.
Estudou arte na Universidade Federal do Pará e participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, bem como nas bienais : Bienal de Veneza “É tanta coisa que nem cabe aqui”, representação brasileira na 56a Bienal de Veneza (Itália), 2015; Third Beijing Photo Biennial CAFA art Museum (China, 2018); Please Come Back, MAXXI (Roma, Itália),2017; 34o Panorama da Arte Brasileira (São Paulo, Brasil), 2015; Artists Engaged? Maybe, Gulbenkian (Lisboa, Portugal), 2014; Foto Bienal Masp, MASP (São Paulo, Brasil), 2013; Bienal de Fotografia de Liège (Bélgica), 2006; Bienal de Cerveira (Vila Nova de Cerveira, Portugal), 2005.
Exposição “Berna Reale – Rastros e Avisos”
De 13 de abril a 18 de junho.
Visitação de terça a sexta-feira, das 14h às 17h; e aos sábados e domingos, das 13h às 17h
Local: Galeria Vicente do Rego Monteiro (Fundaj – Rua Henrique Dias, 609 – Derby). Recife – PE.
Entrada gratuita
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