O trabalho do fotógrafo Gustavo Gusmão chamado Limbus que, em latim, significa “margem”, mostra as comunidades filipinas que vivem em cemitérios
A fotografia é um ótimo veículo de denúncias necessárias e uma ferramenta de conscientização. A foto denúncia é um estilo em ascensão e é a base deste trabalho.
Numa abordagem chocante e social, a mostra se volta para comunidades que vivem em cemitérios em Manila, capital das Filipinas. Estima-se que mais de seis mil pessoas vivam nesta situação naquele país, o que se relaciona muito bem com o nome escolhido, Limbus, sendo possível associar ao lugar onde as almas ficam esquecidas, negligenciadas.
Gusmão é focado em trabalhos de longa duração. Passou dois anos imerso em locais como “North Manila Cemetery” que tem 54 hectares de espaço e 2000 moradores.
Ele é formado em cinema pela Universidade Autônoma de Barcelona. Seu estilo tem o objetivo de mostrar a conexão entre o ser humano e os locais em que habita, além de dar voz às realidades esquecidas.
Gustavo conta que a ideia surgiu quando foi morar nas Filipinas com sua ex-mulher. Ele tinha outros projetos em mente, mas a descoberta desta realidade o levou a pesquisar mais sobre as pessoas de lá. Existe uma invisibilidade sobre o tema, pois os próprios filipinos não sabem como se vive nestes lugares.
“Eu me interessei em mostrar o que rolava no cemitério porque é uma comunidade a parte, fora do eixo. Completamente esquecida”.
Manila é a 11ª região mais populosa do mundo com 1,6 milhões de habitantes num espaço de 42,88 Km². Este número sugere grandes dificuldades de deslocamento e uma enorme quantidade de pessoas amontoadas num pequeno espaço. Isso justifica a migração para as regiões dos cemitérios. Alguém que vive num bairro próximo ao trabalho pode levar até quatro horas para chegar.
“Chega num ponto em que a pessoa que mora numa favela perto da cidade percebe que não está cabendo nem ali e vai para as regiões dos cemitérios”.
Apesar das favelas serem um fenômeno presente no Brasil e em muitos outros países, o fato de haver uma população convivendo com túmulos é algo que torna o projeto do fotógrafo extremamente único.
“A cena que mais me tocou foi aquela foto que tirei de um cara fumando e tem uma ossada atrás dele”.
Em Manila se a família não pagar pelo uso das covas, passados cinco anos, os coveiros jogam as ossadas num morro de difícil acesso. Isso acontece no cemitério de Navotas que fica de frente para o mar.
Fontes:
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