O Centro Cultural Correios RJ convida, no dia 28 de setembro de 2024, às 15h, para a conversa em torno da exposição coletiva “Tanto Mar”, com as artistas Ana Herter, Andreia Antonon, Flavia Fabbriziani, Marilene Nacaratti e Ryshy Soriane com mediação da historiadora da arte Priscila Medeiros.
A mostra, que tem a curadoria de Shannon Botelho, está em cartaz desde o dia 21 de agosto de 2024 e reúne 30 obras dos artistas Adriana Amaral, Ana Herter, Andrea Antonon, Andréa Brächer, Consuelo Veszaro, Erica Iassuda, Flavia Fabbriziani, Liliana Buzolin, Lourdes Colombo, Lucy Copstein, Marcia Rosa, Marilene Nacaratti, Rhyshy Soriani, Sandra Gonçalves, Simone Dutra, Simone Moraes, Tuca Chicalé Galvan e Vitória Kachar, que transitam entre pinturas, gravuras, fotografias, objetos, vídeo e esculturas.
Segundo o olhar do curador Shannon Botelho, o mar é um ponto de encontro entre o visível e o desconhecido, carregando em si o peso das histórias humanas. Ao longo dos séculos, foi palco de navegações que impulsionaram a colonização, mas também de despedidas e sofrimentos, especialmente para aqueles submetidos à escravidão e ao pensamento colonial. No contexto das grandes guerras e das crises migratórias atuais, o mar permanece como um símbolo de desafio, fuga e esperança, representando tanto a descoberta de novas realidades quanto a busca por salvação.
A exposição “Tanto Mar” é fruto de uma provocação que teve origem na leitura coletiva de “O conto da ilha desconhecida”, do escritor português José Saramago. As artistas envolvidas no projeto foram reunidas em grupos distintos e, ao longo do ano de 2023, encontraram-se mensalmente para compartilhar os avanços de seus trabalhos e discutir suas inquietações. A pergunta inicial, “Quanto mar há em você?”, guiou o processo criativo, levando cada uma das participantes a explorar suas próprias memórias e sensações ligadas ao mar.
“Tanto Mar” é organizada em três núcleos de significação, que permitem ao público uma conexão mais profunda com o processo e a poética das 18 artistas envolvidas. O primeiro núcleo aborda o mar como um lugar de memória, um terreno fértil para recordar e reconectar-se com as origens. As obras de Andréa Brächer, Adriana Amaral, Lourdes Colombo, Sandra Gonçalves, Simone Dutra e Vitória Kachar compõem esse grupo. O segundo núcleo explora o mar como um espaço de autocuidado, onde a condição de ser e estar no mundo é problematizada. Este núcleo inclui os trabalhos de Ana Herter, Andrea Antonon, Flavia Fabbriziani, Liliana Buzolin, Marcia Rosa, Rhyshy Soriani e Tuca Chicalé Galvan. O terceiro e último núcleo navega pelo mar da fabulação, onde o movimento incessante das velas e sonhos incentiva pesquisas e inventividades. Neste grupo, estão os trabalhos de Consuelo Veszaro, Erica Iassuda, Lucy Copstein, Marilene Nacaratti e Simone Moraes.
A mostra segue em cartaz até o dia 05 de outubro de 2024, com visitação gratuita.
Ana Herter, 1951, natural de Porto Alegre, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formada em Biologia pela UFRGS e iniciou sua formação em artes nos anos 1990 na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, complementando seus estudos com artistas e teóricos. A partir de 2000, começou a desenvolver seu trabalho em seu ateliê, inicialmente focada em desenho com grafite, crayon e aquarela, e posteriormente migrando para a pintura com tinta acrílica, sua técnica atual. Sua produção artística explora memórias de lugares e meio ambientes, com imagens retiradas do fotojornalismo que a sensibilizam. Ana investiga momentos capturados em fotos, considerando aspectos como foco, nitidez e cor, reinterpretando-os em pinturas. Temas como queimadas, desmatamentos e espaços abandonados são recorrentes em seu processo criativo, refletindo seu desejo de transformar essas imagens do real.
Andrea Antonon, nascida em 1959 no Rio de Janeiro, é graduada em Artes Plásticas pela Universidade Mackenzie (1980) e estudou no ateliê de Dudi Maia Rosa (1976-1978). Desde 1981, desenvolve técnicas de manufatura de papéis com fibras naturais e pesquisa pigmentos naturais. Concluiu seus estudos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1991-1996), com orientação de renomados artistas e participou de viagens de estudo a Nova York (1994) e Paris (1996). Em 2018, completou a formação em aconselhamento biográfico baseado na Antroposofia. Sua obra inclui exposições individuais e coletivas, incluindo uma em Nova York, e participa de salões premiados. Antonon explora a textura e o aspecto tátil das matérias primas, como pó de mármore e cera de abelha, em suas criações.
Flavia Fabbriziani, natural de São Paulo e residente no Rio de Janeiro há mais de 10 anos, é formada em administração de empresas com pós-graduação em negócios digitais e MBA em gestão de museus. Com experiência em gestão de projetos e áreas editoriais e educacionais, trabalhou no núcleo de memória da PUC-Rio sob a coordenação de Margarida Souza Neves. Vinda de uma família ligada às artes, Flavia iniciou sua relação com a arte através da dança e aprofundou-se em Arte Contemporânea com Ronaldo Brito, além de participar de uma residência artística em Roma e do grupo “Encontros e Reflexões” no Parque Lage. No coletivo UaiArt, criou o projeto Mulheres Iluminadas, que explorava memórias de mulheres vanguardistas. Sua prática artística é marcada por gestualidade intensa em grandes painéis, com pinceladas vigorosas e cores luminosas, inspiradas pela cidade, natureza e suas vivências pessoais.
Marilene Nacaratti. Carioca, vive na cidade do Rio de Janeiro. Com formação em Arquitetura e Urbanismo, trabalhou na Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro de 1987 a 2018. No campo da arte, usa o desenho e as técnicas fotográficas e digitais como meios de expressão. Participou de exposições coletivas e de publicações. Tem como interesse a pesquisa de questões que permeiam as relações entre a sociedade, o meio ambiente e a paisagem.
Rhyshy Soriani (1945. Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ), é uma artista autodidata que explora uma vasta gama de materiais, como tintas, cerâmicas, vidros e metais, em suas criações. Possui formação em Psicologia e diversas pós-graduações na área de saúde mental. Suas obras, que abrangem tanto o abstrato quanto o figurativo, expressam uma profunda conexão com a espiritualidade e uma crença firme no poder transformador da criatividade humana. Ao longo de décadas, Rhyshy tem se destacado por ressignificar suas experiências de vida através da arte, criando formas e imagens que refletem e equilibram o universo.
Priscila Medeiros (1992, rio de Janeiro, RJ) é produtora, arte educadora, pesquisadora e curadora independente. Atualmente dedica-se a estudos sobre decolonialidade. Cursou História da Arte na Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ e é mestranda pela mesma instituição. Realizou assistências curatoriais, coordenou programas educativos, produziu pesquisa para livros didáticos em História da Arte. É uma das curadoras e idealizadoras do projeto Arte Como Trabalho.
Conversa – Exposição “Tanto Mar”
Artistas: Ana Herter, Andrea Antonon, Flávia Fabrizziani, Marilene Nacaratti e Rhyshy Soriani.
Mediação: Priscila Medeiros
Curadoria: Shannon Botelho
Visitação: Até 05 de outubro de 2024
Funcionamento: De terça a sábado, das 12h às 19h
Local: Centro Cultural Correios RJ – Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro RJ.
Entrada gratuita
A unidade conta com acesso para pessoas cadeirantes.
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