Obra_ Réquiem, da artista Aun Helden
A Galeria 18 inaugura no dia 22 de maio, às 19h, a exposição coletiva “Monólogo Interior”, sob curadoria de Jurandy Valença. Reunindo cerca de 45 obras de 18 artistas, a mostra homenageia o centenário da publicação do livro Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf (1882–1941).
“Monólogo Interior” une as artes visuais e a literatura, partindo do livro da escritora inglesa, autora e crítica feminista que apresenta em sua obra o cotidiano feminino em uma sociedade patriarcal. Misturando estas duas linguagens, a exposição tem um léxico próprio, e Virginia juntamente com as artistas apresentadas, trazem uma nova interpretação e percepção às suas obras, de modo que os espectadores presenciem a consciência e pensamento desses monólogos interiores das artistas e respectivos trabalhos.
O livro “Mrs. Dalloway” narra um dia da vida da protagonista Clarissa Dalloway, uma mulher da alta sociedade de Londres cuja rotina é permeada com reflexões de memória, vida e morte, acompanhando também o dia de Septimus Warren Smith, um veterano da Primeira Guerra Mundial. Sua narrativa transita entre o presente e o passado, ressaltando diálogos internos dos personagens sobre vida, solidão, envelhecimento, loucura e relações humanas, em um arco temporal que permite ao leitor acesso a todos esses pensamentos. O fluxo de consciência é o que dá a habilidade omnisciente ao texto e auxilia na desconstrução formal do conteúdo de gênero no qual o livro se enquadra: o romance.
Habilmente, Jurandy Valença cumpre a função do curador em uma exposição que é semelhante à de um autor literário: criar uma narrativa visual subjetiva, alinhando diversas obras em um monólogo interior intrínseco ao fazer artístico. Essa intersecção se dá pelo envolvimento da criação artística com interpretações e reflexões que partem de experiências e observações cotidianas, ao mesmo tempo que comuns, extraordinárias em sua característica individual.
A partir de uma seleção dentro da narrativa, serão apresentadas obras em diversas técnicas como desenhos, esculturas, fotografias, instalações, objetos, pinturas e vídeos, com protagonismo do papel e do carvão, derivado do carbono assim como o grafite, materiais de escrita. O curador propõe uma conexão entre o universo da escritora e o das artistas participantes: Állisson Opitz, Aun Helden, Claudia Tostes, Edith Derdyk, Fabiola e Christian Pentagna, Gabriela Fontes, Gabriela Greeb, Giselle Beiguelman, Luiza Mazzetto, Karen de Picciotto, Marcia Tiburi, Mayara Ferrão, Nelly Gutmacher, Nicole Mouracade, Paty Wolff, San Bertini, Thix e Waleska Reuter.
Na mostra é possível observar o entrelaçar do corpo, história e memória mediante um diálogo entre o ler e ver as criações, reforçando a posição do feminino na sociedade e o pioneirismo de Virginia Woolf no século XX. “Mulheres são ensinadas a pedir licença. Ela não pediu”.
A 18 é uma galeria de arte contemporânea com uma seleção de artistas renomados e em ascensão, de diferentes vertentes, estilos e suportes.
Desde seu início, preocupa-se em criar e expandir relações dentro do mundo da arte, seja com os artistas, clientes ou espectadores, que encontram na 18 um ambiente receptivo, diferente da hostilidade hermética vista em outras galerias.
Seu time, com diversos artistas representados, oferece vários tipos de experimentações resultando em uma pluralidade visual e cultural que poucos locais possuem.
Local: Galeria 18. Rua Simpatia 23, Vila Madalena – São Paulo/SP
Vernissage: 22/05/2025, 19h00 as 22h00
Período: 22/05 a 21/06 de 2025
Visitação: Terça a Sexta | 10h às 19h.
Sábado | 10h às 18h
ENTRADA GRATUITA
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