Exposições e Eventos

Galerias Martins&Montero e Nara Roesler inauguram “A imaterialidade em tudo” de Lydia Okumura

As galerias Martins&Montero e Nara Roesler têm o prazer de convidar para a abertura, no dia 8 de junho de 2024, das 11h às 15h, da exposição panorâmica “A imaterialidade em tudo”, om 31 obras – entre pinturas, esculturas e instalações de grande escala – , que cobrem um percurso de três décadas da produção da artista nipo-brasileira Lydia Okumura (1948, Oswaldo Cruz, São Paulo), do início dos anos 1970 ao final dos 1990. A exposição será realizada simultaneamente nas galerias Martins&Montero e Nara Roesler, e apresentará obras emblemáticas da artista, em uma homenagem aos seus mais de 50 anos de contribuição à arte. Na abertura, haverá van gratuita fazendo o percurso entre as duas galerias. O evento marca a colaboração em torno da obra da artista entre a Martins&Montero, com espaços em São Paulo e Bruxelas, e Nara Roesler, sediada em São Paulo, Nova York e Rio de Janeiro.

Das obras expostas, dezessete nunca foram mostradas no Brasil, e serão montadas ainda duas instalações que estavam apenas em projeto, e não haviam sido realizadas. O título da exposição é uma frase da própria artista: “Quero expressar a imaterialidade em tudo”, no texto do artista Pontogor, que acompanha a mostra.

Por mais de cinqüenta anos, Okumura empregou a abstração geométrica para investigar a compreensão e a experiência do espaço, expandindo suas possibilidades através de forma e cor. Utilizando materiais como barbante, arame, tinta acrílica, cordões, chapas de ferro, vidro, alumínio, carvão e grafite, Okumura concebe instalações site-specific que se relacionam diretamente com a arquitetura do espaço expositivo. Nelas, planos são pintados nos cantos das paredes que se conectam por fios, resultando em formas geométricas que se projetam no campo espacial e criam a ilusão de objetos tridimensionais. Embora a sua prática possa ser enquadrada na tradição minimalista, a op art (arte óptica) também está em jogo. Através de intervenções modestas, porém engenhosas, Okumura questiona a percepção de nossa presença corporal no ambiente.

Dada a essa relevância e status de referência, Lydia Okumura justifica um grande movimento colaborativo entre duas das mais preeminentes galerias do país, visando à expansão da sua presença no circuito nacional e internacional da arte.

ARTISTA PRESENTE EM IMPORTANTES COLEÇÕES NO BRASIL E NO EXTERIOR

Radicada em Nova York desde 1974, sua obra integra prestigiosas coleções, como Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP), Museum of Modern Art (MoMA), Nova York, Museo Reina Sofia, Madri, The Hall Art Foundation, Derneburg, Alemanha, Contemporary Graphic Art Collection, Friedrikstadt, Noruega, The Hara Museum of ContemporaryArt, em Tóquio, e Guggenheim Museum, em Dubai, entre outras. Lydia Okumura foi a primeira artista brasileira a integrar a coleção do Metropolitan Museum of Art, em Nova York, com a obra “Beyond and Behind” (1978), em tinta acrílica e grafite sobre papel, com 76,2 × 101,6 centímetros, conta Jaqueline Martins.

Lydia Okumura RELOCATION OF THE CUBE, MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE CAMPINAS, 1972

Lydia Okumura faz parte de grupo de artistas, junto com Tomie Ohtake, Lygia Clark, Lygia Pape e Mira Schendel, que ajudaram a definir a arte conceitual como a conhecemos. Através de pinturas, instalações e esculturas produzidas com recursos mínimos, as obras da artista desafiam conceitos pré-concebidos de espaço. No campo da pintura e desenho, práticas adotadas a partir do início dos anos 1970, Lydia se mantém fiel aos seus questionamentos, e segue propondo as mesmas questões espaciais. Suas composições abstratassimulam configurações geométricas em espaços arquitetônicos, onde o uso da cor é crucial para sugerir tridimensionalidade através de variações cromáticas.

PERCURSO/OBRAS

Na Nara Roesler, o público verá obras produzidas por Lydia Okumura nos anos 1980, como as esculturas de 1984inéditas no Brasil“Double”, em barras de aço inoxidável, 110 x 150 cm; “Labyrinth (Variant II)”, em malha de arame de aço inoxidável e tinta acrílica, com dimensões variáveis (foto ao lado) e “Cube 1,2,3” (1984), malha de arame de aço inoxidável, com 76,2 x 76,2 x 76,2 cm, que ficará suspensa do teto. Ambas estiveram na individual da artista na The Hall Art Foundation, na Alemanha, de agosto de 2022 a abril de 2023.

A grande pintura “Happy Overture” (1984)será realizada pela primeira vez no Brasil, feita diretamente sobre a parede, em tinta acrílica e grafite, com 3 metros de largura e 1,40 m de altura (foto abaixo).

Estarão ainda na Nara Roesler as pinturas “Metamorphosys II” (1981),acrílica sobre parede, grafite e fio; “No Centro, São Paulo” (1985), acrílica sobre tela, 170 x 170 cm; “Sem Título, São Paulo” (1982), acrílica sobre tela, 170 x 170 cm; “Thought Pattern T” (1986), acrílica sobre papel, 56 x 76 cm; “Thought Pattern B” (1986), acrílica sobre papel, 56 x 76 cm; “Purpose, São Paulo” (1985), acrílica sobre tela, 148 x 148 x 3,5 cm,“Sem Título” (S/d), acrílica sobre papel, 56 x 76 cm, bem com as pinturas em grande formato em tinta acrílica sobre tela: “Evolving from Within, NYC” (1991), 143,5 x 205,5 x 3,5 cm e “Neutralit, NYC” (1984), 122,5 x 191,3 x 3 cm, e, em óleo sobre tela, “Transcendence, NYC” (1994/1995), 153,5 x 205 x 3,5 centímetros.

SERÃO RECRIADAS INSTALAÇÕES DE 1972, FEITAS PARA O MAC DE CAMPINAS

Na Martins&Montero, estarão algumas obras dos anos 1970, como as instalações feitas em 1972 para o Museu de Arte Contemporânea de Campinas – “Relocation of the Cube” (foto ao lado), em terra, grama e espelho, 35,5 x 140 x 70 cm; e “Positive/Negative”, cúpula de acrílico, terra e grama, 25 x 500 x 50 cm. As duas obras serão recriadas no jardim da galeria.

RELAÇÕES ABSTRATAS – PINTURAS DE LYDIA OKUMURA

Ainda dos anos 1970, há aspinturas“Em Quatro Cantos, NY” (1976), em acrílica e lápis sobre papel, 76 x 56 cm, e “Standing Within The Horizontal N3” (1978), em acrílica sobre papel, 76 x 108 centímetros.

Serão realizadas pela primeira vez duas instalações em papel cartão, papel, lápis e fio, que estavam somente em projeto,e se chamam “Sem Título” (S/d), exemplos de seus trabalhos que “saem” da parede e ganham o espaço. Na foto ao lado uma das maquetes.

Pinturas importantes de Lydia Okumura, nunca exibidas no Brasil, em óleo sobre tela serão expostas, como a série feita em 1998, com 76,5 x 101,5 cm: “Abstract Relations I, NYC”, “Abstract Relations II, NYC” (foto ao lado) e “Abstract Relations III, NYC”.

Também estarão pinturas em acrílica sobre tela:“Sem Título” (S/d), 50 x 100 cm e “Sem Título” (S/d), acrílica sobre tela, 60 x 82 cm (foto ao lado). E em acrílica sobre papel: “One Is Three Within” (1982), 70 x 100 cm; “Vertical/ Horizontal”, 76 x 56 cm (9 partes); “Sem Titulo” (1982), 70 x 100 cm; e “Mostly Independent Fields”(1977), 76 x 56 cm (6 partes).

Fazendo um arco no tempo, o público verá obras recentes da artista, feitas em 2019: as esculturas em barras de ferro “Triple N°1”, 82 x 134,5 cm; e “Triple N°3”, 83 x 112 cm.

COLABORAÇÃO GALERIAS MARTINS&MONTERO E NARA ROESLER

“Colaborações entre galerias é uma tendência super atual e, em nossa visão, uma evolução saudável e bem-vinda ao nosso setor. Para nós, a união de potências representa oportunidades para ampliar a presença de uma artista seminal como a Lydia”, comenta Jaqueline Martins, sócia-fundadora da Martins&Montero.

Alexandre Roesler, sócio da Nara Roesler, afirma: “Acreditamos que a obra de uma artista como Lydia Okumura pode render diálogos muito interessantes e prolíficos com os artistas de nosso programa. A parceria com a Martins&Montero surgiu da vontade em comum que temos em fazer com que a obra de Okumura possa alcançar públicos cada vez maiores dentro e fora do Brasil”.

SOBRE LYDIA OKUMURA

Nascida em uma família de imigrantes japoneses, o interesse de Lydia Okumura pela arte foi despertado por seu pai, um calígrafo de formação. Antes de se mudar para Nova York, em 1974, Okumura estudou na Faculdade de Artes Visuais da FAAP, em São Paulo. Aos dezenove anos, a artista fez sua primeira exposição individual, em 1968, na Galeria Varanda, em São Paulo, e logo foi convidada a participar da Bienal de São Paulo de 1973, como parte do coletivo Equipe3, junto com Francisco Iñarra e Genilson Soares. A artista contribuiu de maneira fundamental para a produção de instalações site-specific, sendo que muitas delas estão documentadas nos acervos do MAC/USP, PinacotecaSP, MAM SP, Hall Art Foundation, na Alemanha, Metropolitan e MoMA, em Nova York. As primeiras impressões do trabalho individual de Lydia Okumura podem ser ambíguas. Por quase 50 anos, a artista brasileira radicada em Nova York vem investigando o interstício do espaço bidimensional e tridimensional através de instalações site-specific. Utilizando principalmente tinta acrílica, cordões, chapas de ferro, carvão e lápis, Okumura constrói composições geométricas abstratas que se projetam das paredes para o espaço tridimensional. Embora suaprática possa ser identificada dentro da tradição minimalista, a arte óptica também está em jogo. Através de intervenções simples, porém desafiadoras, Lydia Okumura questiona a percepção que temos de nossa presença física dentro doespaço expositivo.

Em Nova York, Okumura continuou seus estudos no Pratt Graphics Center. A artista participou em cinco Bienais de São Paulo entre 1973 e 1984, bem como exposições em diversas galerias e instituições nos Estados Unidos, Europa, América Latina e Japão. Seu trabalho foi exibido em uma importante exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo em 1984 e, em 2016, foi tema de uma extensa retrospectiva itinerante pelos Estados Unidos, intitulada “Lydia Okumura: Situations”, organizada pela Universidade de Buffalo (Nova York). Nos últimos anos participoutambém de importantes exposições institucionais no The Americas Society (Nova York), Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Galerie Thaddaeus Ropac (Londres), ZKM Center for Artand Media (Karlsruhe, Alemanha), Instituto Figueiredo Ferraz (Ribeirão Preto), Hall Foundation (Derneburg, Alemanha), MuBE (São Paulo), entre outras.Okumura vive e trabalha em Nova York.

Serviço

Exposição “Lydia Okumura – A imaterialidade em tudo”
Abertura: 8 de junho de 2024, das 11h às 15h
Na abertura, haverá van gratuita fazendo o percurso entre as duas galerias.
Até: 3 de agosto de 2024
Martins&Montero e Nara Roesler
Entrada gratuita

Martins&Montero – Rua Jamaica, 50, Jardim América, São Paulo
Terça a sábado, das 10h às 19h

Nara Roesler– Avenida Europa, 655, Jardim Europa, São Paulo
Segunda a sexta, das 10h às 19h; Sábado, das 11h às 15h


Não foi possível salvar sua inscrição. Por favor, tente novamente.
Sua inscrição foi bem sucedida.
Equipe Editorial

Os artigos assinados pela equipe editorial representam um conjunto de colaboradores que vão desde os editores da revista até os assessores de imprensa que sugeriram as pautas.

Recent Posts

Exposição interativa Desafio Salvador Dalí é prorrogada até setembro

A exposição interativa Salvador Desafio Dalí, em cartaz no Museu de Arte Brasileira da Fundação…

4 horas ago

Galeria Hugo França recebe a exposição “DENTRO/FORA”, de Frida Baranek, em Trancoso

A Galeria Hugo França, em parceria com a Galeria Raquel Arnaud, apresenta a exposição "DENTRO/FORA",…

4 horas ago

A arte nos escritórios aumenta a produtividade, veja como

Ao contrário do que seu chefe pode dizer, distrair-se no trabalho nem sempre é algo…

4 horas ago

Arte folclórica e arte popular, qual é a diferença?

A arte folclórica, é representada pela arte visual que é principalmente funcional e na maioria…

4 horas ago

Fernando Botero: vida, obra e legado.

Fernando Botero é um dos artistas mais reconhecíveis e distintos da América Latina e suas…

4 horas ago

Ateliê 31, no RJ, apresenta a exposição “O Jardim Secreto” de Vera Schueler Araripe

O Ateliê 31, no centro do Rio de Janeiro, apresenta a exposição individual da artista…

18 horas ago