Instituto Moreira Salles (IMS) lançou em 7 de março o edital para a 5ª edição da Bolsa IMS de Pesquisa em Fotografia, que escolherá dois projetos de pesquisa. O projeto se chama “Em nome do vazio. Fotografia, conquista e colonização de Estado no âmbito da Marcha para o Oeste” e baseia-se no processo de colonização da região central brasileira conhecido popularmente como a “Marcha para o Oeste”.
A Marcha para o Oeste brasileira teve o propósito de colonizar um vasto território no interior do país, até então habitado por povos indígenas – no caso do Brasil, também por comunidades quilombolas, seringueiras e castanheiras, entre outras. Apesar de pouco se falar atualmente sobre o tema, ele foi vastamente documentado por fotógrafos e cinegrafistas, entre os quais Alice Brill, José Medeiros, Henri Ballot e Marcel Gautherot, que têm seus acervos sob a guarda do Instituto Moreira Salles e acompanharam várias das incursões promovidas pelo Estado.
Ballot e Medeiros eram fotógrafos da revista O Cruzeiro, a mais importante publicação ilustrada do período; Gautherot, como free-lance, também trabalhou para a revista. Já Alice Brill era uma jovem que se iniciava na profissão. Seu primeiro trabalho profissional foi acompanhar uma comissão de deputados que tinha um tom questionador em relação às atividades da FBC. Sua ideia era publicar as fotos na revista Life, mas isso não aconteceu. Apenas duas imagens foram publicadas anos depois, em 1951, na revista Habitat, editada por Lina Bo Bardi.
São essas as imagens que compõem o eixo temático da edição 2023 da Bolsa IMS de Pesquisa em Fotografia. Com o tema “Em nome do vazio. Fotografia, conquista e colonização de Estado no âmbito da Marcha para o Oeste”, a Bolsa IMS quer estimular pesquisadores a produzir estudos inéditos a partir do diálogo entre o material registrado por esses quatro fotógrafos e o processo de ocupação e transformação de territórios considerados pelo Estado como vazios e incivilizados.
A Bolsa estimula a realização de projetos que tenham como propósito resgatar e valorizar pontos de vista e narrativas das e sobre as pessoas fotografadas, sejam elas pertencentes aos povos indígenas invadidos ou a outras populações que lá habitavam, ou que lá chegaram com a promessa de uma vida melhor, e que também sofreram as consequências do processo de ocupação pela FBC. E, ainda, o estudo das fotografias do ponto de vista da construção de gênero, buscando investigar o lugar que as mulheres ocuparam nessas construções visuais e quais as narrativas que lhes foram atribuídas.
Serão duas bolsas no valor de R$ 30 mil cada, destinadas a pessoas pesquisadoras nascidas ou residentes nas regiões afetadas pela Fundação Brasil Central, ou, ainda, que tenham como local de trabalho e pesquisa as regiões afetadas pela ação FBC: Mato Grosso, Tocantins, Goiás, sul do Pará, sul do Amazonas e Distrito Federal. Uma das bolsas será destinada a pessoa pesquisadora negra ou indígena.
Bolsa IMS de Pesquisa em Fotografia
Premiação: duas bolsas no valor de R$ 30 mil cada
Região: a pessoas pesquisadoras nascidas ou residentes em Mato Grosso, Tocantins, Goiás, sul do Pará, sul do Amazonas e Distrito Federal. Uma das bolsas será destinada a pessoa pesquisadora negra ou indígena.
Inscrições até dia 07 de maio de 2023.
Inscreva-se pelo Link
As férias estão chegando, e São Paulo está cheia de opções culturais imperdíveis! Com uma…
Fizemos um guia prático com dicas para te ajudar a ganhar dinheiro sendo artista. Hoje,…
Da segunda metade do século XVIII ao início do século XIX ocorreram inúmeras discussões no…
A Capela Sistina iniciada no século XV, deve seu nome ao Papa Sixto IV della…
Muitos séculos e fases caracterizaram o período de produção da arte grega. Embora se sobreponham,…
O termo “arte ultracontemporânea” foi adotado pela plataforma Artnet para designar trabalhos feitos por artistas…