Marcelo Eco terá sua trajetória apresentada na exposição itinerante “Percursos do Eco”, que começa no SESI Itapetininga e segue para Campinas e São José do Rio Preto. Do início nas ruas de São Gonçalo (RJ) ao reconhecimento internacional se passaram 30 anos. Nesse tempo, o grafiteiro aprimorou sua técnica, experimentou estilos, testou cores e abordou diferentes temáticas.
“Percursos do Eco” reúne um conjunto de 20 obras, entre telas representativas da carreira do artista, fotos, black books, lambe-lambes, vídeos, maquetes e livros ilustrados por ele. Todas as peças da mostra estão sendo organizadas em estruturas cenográficas semelhantes aos andaimes de construção, remetendo aos centros urbanos, espaços onde os grafiteiros exibem sua arte. “Para produzir o grafite é preciso ter as ruas como suporte”, observa Marcelo Eco.
Quem visitar a exposição terá a oportunidade de conhecer obras inéditas do artista, como as esculturas “BonEco 1”, “BonEco 2” e “BonEco 3”, de um personagem em 3D, com mais de 2 metros de altura. O trabalho é um dos destaques da exposição, dividida a partir da trajetória de Marcelo Eco.
“Teremos obras lá do começo e outras que foram produzidas semanas antes da abertura”, revela Danielle Attini, que assina ao lado do artista a curadoria da mostra. “Também tivemos o cuidado de inserir um trabalho inédito de Eco, feito especialmente para a ocasião, em cada uma das aberturas planejadas pelo Sesi”, explica a curadora.
Preservando traços característicos de sua obra, Marcelo Eco percorreu diferentes expressões ao longo da carreira. Os personagens com o queixo pontiagudo, nas cores laranja e azul, estão entre os mais conhecidos do público e, claro, integram a mostra. As séries com desenhos de robôs, raízes das árvores e abstratos também poderão ser conferidas pelos visitantes.
Em estilo único, Marcelo utiliza 3D em desenhos que parecem estar saindo literalmente dos muros – além de uma paleta marcante de cores. “Já fiz muitas experimentações e coisas diferentes, mas gosto de expressar as referências do passado que carrego comigo”, explica.
As ruas continuam sendo fonte de inspiração para Eco produzir. É observando os automóveis, o vaivém de transeuntes e a arquitetura dos centros urbanos que surgem suas ideias. Ao desenhar robôs, por exemplo, o artista propõe uma reflexão sobre como as pessoas estão vivendo mecanicamente. “É um questionamento que faço a mim mesmo, sobre o quanto estamos no automático”, revela.
Outras reflexões fizeram parte dos primeiros desenhos de Eco, que começou com a pixação. “Diferente de São Paulo em que o Graffiti integra a cultura Hip Hop, quando comecei no Rio não existiam muitas referências, era algo mais marginalizado.”, recorda o artista. “Vivia em um local desprovido de assistência, fui moldado pela escola e a arte que transformou a minha vida”, completa.
Carioca, Marcelo Eco tem 42 anos de idade e morou até o início da fase adulta em São Gonçalo (RJ). Depois, se mudou para o bairro da Tijuca, na mesma cidade. Mais tarde, foi para São Paulo onde também expressa sua arte em vias importantes da metrópole, como a Avenida Brigadeiro Faria Lima e o Túnel Rebouças. Eco já expôs em galerias como Art Paris (França) e WSA (Argentina), além de outros espaços culturais na Holanda, Itália, Espanha, Angola e Alemanha. Em São Paulo, o Museu Brasileiro da Escultura (SP) também apresentou suas obras.
SESI – Itapetininga
Abertura: 13/04/2023
Período expositivo: 14/04/2023 a 24/06/2023
Endereço: Av. Padre Antonio Brunetti, 1360 – Vila Rio Branco – Itapetininga
SESI Campinas – Amoreiras
Abertura: 29/06/2023
Período expositivo: 30/06/2023 a 09/09/2023
SESI São José do Rio Preto
Abertura: 14/09/2023
Período expositivo: 15/09/2023 a 25/11/2023
Entrada gratuita.
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