A importância da moda italiana no mundo é marcante, reflete a habilidade da sua alfaiataria sendo um parâmetro do bom gosto com a excelente produção de tecidos supremos, especialmente no setor masculino a excelência do “made in italy” é incontestável.
Interessante observar que na moda feminina, a Itália se afirmou como protagonista na área a partir de uma influência francesa que se encaixava no glamour e no luxo. O amadurecimento da produção italiana ocorreu entre os anos 50 e 60, se posicionando como um dos núcleos mais revolucionários da moda feminina.
O surgimento oficial da moda contemporânea peninsular, ocorreu em 1951, quando o visionário marquês Giovanni Battista Giorgini realizou um desfile em Florença, direcionado a um público estrangeiro, notadamente americanos em clima de vilegiatura, atraídos pela beleza da Itália com seu patrimônio artístico inigualável.
Na época, a referência básica em questão de moda era o estilista Christian Dior que revolucionou o modo de vestir no pós-guerra, realçando a feminilidade perdida nos anos sombrios de um belicismo febril, criando o New Look, uma linha que predominou nos anos 40 e 50.
A belíssima mostra “Vestindo o Tempo – 70 anos de Moda Italiana” em cartaz no Instituto Tomie Ohtake reúne 50 vestidos que realçam justamente a incrível produção de estilistas como Emilio Schuberth, Sorelle Fontana, Roberto Capucci e Emilio Pucci, que deram uma nova feição na moda e deixaram um marco na história que influenciou a Europa e o mundo.
Os vestidos expostos pertencem aos empresários italianos Paolo Tinarelli e Enrico Quinto, que formaram a maior coleção privada de moda do mundo com aproximadamente 6.000 peças que foram adquiridas de clientes das grandes casas de costura, além de leilões e brechós.
A mostra começou em 2003, em Roma e já percorreu o mundo, tendo até sido lançado o livro “Italian Glamour” (Skira Editore, 2014. 336 páginas) na Itália.
Um excelente catálogo acompanha a mostra que faz uma incursão pela moda desde os anos 50 e 60 passando na sequência pelos anos 70 e 80, em que a conexão entre design e produção industrializada se fortaleceu.
Consagrados estilistas como Gianfranco Ferré, Valentino, Franco Moschino, Elio Fiorucci, Giorgio Armani, a marca Fendi entre tantos se posicionaram com a produção de peças inovadoras, de fácil comercialização, direcionadas para um público jovem, que tinham influência da moda inglesa, numa linha pop surgida nos anos 60.
Por outro lado deve-se frisar que bem antes de 1951, antigas e tradicionais casas de marroquinaria como Prada (1913) e Gucci (1921) atuavam na sua imensa capacidade de unir o luxo e o requinte de forma exponencial, fruto de uma tradição especial da mão de obra das eficientes costureiras, mestres artesãs que se envolviam na feitura das peças com rigoroso perfeccionismo.
A exuberância das cores, dos cortes, dos luxos exóticos despontam na produção de marcas festejadas como Dolce & Gabbana, Roberto Cavalli, Donatella Versace e Fausto Puglisi, que podem ser apreciadas na atual mostra, com impecável montagem que realça o “savoir faire italiano” no campo da moda, do design e do bom gosto.
A exposição capta as tradições de um país rico em cultura e patrimônio histórico que reflete a criatividade do seu povo em todos os setores, da tecnologia de ponta aos mais requintados meios de expressão artística, passando pelo cinema, pela arquitetura, pelo design, pela música, pela dança, pelo teatro, pela literatura e por tantos outros caminhos que enobrecem o ser humano.
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