O Museu de Arte do Rio (MAR) abre no dia 20 de setembro a exposição “Brígida Baltar: pontuações”, que reúne cerca de 200 obras, incluindo 50 inéditas, da artista carioca Brígida Baltar (1959-2022), referência na arte contemporânea brasileira. A mostra, que é a maior já realizada em homenagem à artista, foi organizada em parceria com o Instituto Brígida Baltar e a Galeria Nara Roesler, com curadoria de Marcelo Campos, Amanda Bonan, equipe do MAR e o curador convidado Jocelino Pessoa.
Poder capturar o impalpável, perseguir o intangível, subverter o óbvio, essas eram formas da artista carioca Brígida Baltar (1959-2022) ocupar espaços inesperados, reunindo em sua obra elementos do corpo, da natureza, das paisagens e da própria moradia. A exposição “Brígida Baltar: pontuações”, elaborada especialmente para o Museu de Arte do Rio, inaugura no dia 20 de setembro e reúne cerca de 200 obras, cerca de 50 inéditas, produzidas por quase três décadas de atuação, incluindo . Esta é a maior exposição institucional dedicada à artista e é realizada em parceria com o Instituto Brígida Baltar e a Galeria Nara Roesler. A mostra conta com curadoria de Marcelo Campos, Amanda Bonan e equipe MAR além do curador convidado Jocelino Pessoa.
Seis obras de Brígida Baltar que fazem parte do acervo do Museu de Arte do Rio estarão na mostra que apresenta fotografias, vídeos, instalações, esculturas e memórias textuais da artista. “É a primeira exposição póstuma a reunir esse conjunto tão significativo de obras. A exposição tem esse nome: pontuações, porque ela parte dos escritos da Brígida. Ela tinha uma consciência muito grande de que era preciso organizar as obras, ela gostava muito de conversar sobre isso, então, num dos momentos ela passou a anotar tudo, ela foi dizendo como ela queria as escalas de impressão, quais obras deveriam ser refeitas e quais não. Muitas frases e reflexões da artista sobre as obras acompanham toda a exposição. Brígida foi uma artista de muito destaque no Brasil, uma artista como personagem de suas próprias fabulações, ela foi muito importante para a fotoperformance, videoperformance, ela influenciou muita gente em muitos lugares do país”, afirma o curador Marcelo Campos.
Dividida em duas salas, a exposição apresenta as séries produzidas por Brígida: no primeiro espaço são exibidas as suas relações com a casa e a família, já na segunda sala são apresentadas as fabulações da artista. Toda a exposição foi concebida, produzida e montada com profissionais que tiveram vínculos com Brígida. “Esta é uma das mais importantes exposições de Brígida Baltar: além do inédito número de obras reunidas, celebra o seu legado para a arte e convida o público a adentrar na sua vasta reflexão poética. Ao longo dos seus mais de 30 anos de carreira, ela elaborou imagens afetivas que aproximam a arte contemporânea do público. O pensamento da mostra possui uma forte influência da artista, que ao longo dos últimos anos dedicou-se a organizar a sua memória em cadernos e documentos e realizou encontros para iniciar o seu Instituto. Pontuações expressa toda precisão registrada por Brígida ao passo que oferece ao público as suas memórias familiares e de infância e os personagens das fábulas de suas obras e filmes”, destaca Jocelino Pessoa, curador da mostra.
Brígida foi uma artista que fundou universos de encantamento e fantasia, habitados por seres imaginários e objetos triviais do dia a dia que ganharam outros sentidos, flertando com o surreal. Uma mulher que desde os anos 1990 protagonizou parte da produção contemporânea em exibições nacionais e internacionais. O público que percorrer a exposição vai literalmente entrar no universo de Brígida Baltar. “É uma exposição como se a gente tivesse caído num livro de fábulas, e ao mesmo tempo vemos uma capacidade imensa, uma competência imensa da artista, em tornar um elemento, uma ideia em uma obra, o que é muito raro. No caso de Brígida, ela escolhia os materiais, que ganhavam uma vida, uma história, uma narrativa, e que se vinculavam a questões muito próximas a ela ou as pesquisas que ela desenvolvia. Brígida entendia os mecanismos para chegar na beleza.. É uma exposição muito rara em torno da produção de uma artista, é a primeira vez que a gente teve mais acesso em um acervo, com peças inéditas, inclusive com um novo filme que será exibido”, revela o curador Marcelo Campos.
Na ocasião da abertura da exposição haverá gratuitamente, às 17 horas, a apresentação Orquestra Sinfônica Brasileira + Agência do Bem (Projetos patrocinados por Machado Meyer Advogados).
O trabalho de Brígida Baltar (n. 1959, no Rio de Janeiro, Brasil – m. 2022, Rio de Janeiro, Brasil) transita entre as linguagens do vídeo, da performance, da instalação, do desenho e da escultura. A artista começou a desenvolver sua obra na década de 1990, por meio de pequenos gestos poéticos realizados na sua casa-ateliê, localizada em Botafogo, bairro da zona sul do Rio de Janeiro. Durante quase dez anos, Baltar colecionou os materiais da vida doméstica, como a água que escorria de goteiras no telhado ou a poeira marrom-avermelhada dos tijolos de barro das paredes. As ações caseiras, em seguida, expandiram-se para o ambiente exterior, originando obras como a série Coletas, em que ela busca capturar a neblina, o orvalho e a maresia, dedicando-se à tarefa impossível de captar o intangível. Por outro lado, da poeira de tijolos resultaram, ainda, desenhos de montanhas e florestas cariocas feitos em papel ou diretamente sobre as paredes, entrelaçando seu trabalho passado com o atual, tornando-os mais do que meras descrições das elevações do terreno e das florestas.
Muitas vezes, a artista encontrou na fabulação um método de trabalho, aproximando e incorporando o humano e o animal, redefinindo nossa relação com o universo natural em trabalhos como Maria Farinha, Casa de Abelha e Voar. A relação entre corpo e abrigo, uma das tônicas de seu trabalho, é explicitada na série de esculturas em cerâmica desenvolvidas pela artista, em que as formas de conchas do mar fundem-se com aquelas do corpo humano. No final de sua vida, a artista se debruçou sobre o bordado, produzindo trabalhos que se relacionam com seu corpo e, em especial, sua pele, reafirmando sua habilidade de abordar conceitos filosóficos e sensações a partir de sua própria experiência pessoal.
O MAR é um museu da Prefeitura do Rio e a sua concepção é fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Roberto Marinho. Em janeiro de 2021, o Museu de Arte do Rio passou a ser gerido pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) que, em cooperação com a Secretaria Municipal de Cultura, tem apoiado as programações expositivas e educativas do MAR por meio da realização de um conjunto amplo de atividades. A OEI é um organismo internacional de cooperação que tem na cultura, na educação e na ciência os seus mandatos institucionais.
Exposição Brígida Baltar: pontuações
Local: Museu de Arte do Rio (MAR)
Em cartaz: de 20 de setembro de 2024 a 05 de março de 2025
Local: Museu de Arte do Rio – MAR
Endereço: Praça Mauá, 5, Centro do Rio de Janeiro – RJ
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