Mestre Ambrósio, um dos personagens do festejo do Cavalo-Marinho / Crédito: divulgação
O Museu A CASA do Objeto Brasileiro e as Rendeiras da Aldeia, apresentam, a partir de 15 de novembro, sábado, a exposição “Rendando Histórias”, uma celebração da trajetória dos quase 20 anos do coletivo Rendeiras da Aldeia, grupo de mães e mulheres de Carapicuíba (SP) que, desde 2006, se encontram para exercitar, produzir, preservar e difundir as tradições de um ofício que trouxeram das suas regiões de origem, em especial os estados nordestinos de Pernambuco e Paraíba: a Renda Renascença.
As Rendeiras da Aldeia celebram essa trajetória por meio de obras que unem o fazer manual à expressão cultural da comunidade. A mostra apresenta dois eixos principais: o trabalho coletivo das mulheres e a relação com a festa do Cavalo-Marinho, trazida por migrantes pernambucanos e incorporada em Carapicuíba como o “Boizinho da Aldeia”. Essa celebração inspira a criação de máscaras de renda que representam personagens da cultura popular, como Mestre Ambrósio, Empata-Samba e Catirina.
A renda renascença também ganha novas dimensões, ultrapassando o plano bidimensional e alcançando o tridimensional, o que revela a potência criadora das mulheres da Aldeia Jesuítica de Carapicuíba.
No dia da abertura, haverá ainda o “Papo de Casa” e a apresentação musical “Cantos das Rendeiras”, com o coletivo Rendeiras da Aldeia. O encontro, que acontece das 13h às 14h30, propõe um mergulho no universo feminino e comunitário da renda, unindo tradição, música e design contemporâneo.
O “Cantos das Rendeiras” apresenta melodias de trabalho entoadas durante o ato de rendar – cantos transmitidos entre gerações, que guardam memórias, resistências e afetos. Na sequência, o “Papo de Casa”, mediado por Lucilene Silva, reúne artistas, artesãs e parceiros do projeto, entre eles Ana Vaz, Alexandre Rousset, Viviane Fortes, Vera Cristina Athayde, Mestra Wilma da Silva e Aliane Lindolfo, em uma conversa sobre como os saberes tradicionais dialogam com a prática artesanal, a pesquisa cultural e o design contemporâneo.
A mostra conta com apoio do Proac Edital, e fica em cartaz até 11 de janeiro de 2026.
Criado em 2006 na Oca Escola Cultural, o coletivo reúne mulheres que encontraram na Renda Renascença e nos Cantos de Trabalho caminhos de autonomia, memória e criação. Com atuação que une tradição e contemporaneidade, o grupo participa de exposições, desfiles e residências artísticas no Brasil e no exterior, difundindo um saber artesanal que atravessa gerações e reafirma a força da coletividade feminina.
O Museu A CASA do Objeto Brasileiro é um espaço de referência na valorização do saber artesanal, atuando desde 1997 para proteger, difundir e atualizar suas tradições. Criado pela economista Renata Mellão, o museu fomenta a produção artesanal por meio de exposições, projetos, programação cultural e parcerias institucionais. Seu acervo inclui peças de Mestres Artesãos como Espedito Seleiro e de comunidades como os Baniwa e os ceramistas do Xingu.
Mais do que preservar, o museu atua ativamente na valorização do fazer manual como ferramenta de desenvolvimento social e econômico. Suas iniciativas incentivam a autonomia dos artesãos e artesãs, garantindo o reconhecimento de seus saberes e respeitando a identidade cultural de cada comunidade. Por meio de programas educativos, capacitações e pesquisas, o museu estabelece pontes entre tradição e inovação, fortalecendo a produção artesanal em diferentes territórios.
Ao longo de sua trajetória, o Museu A CASA consolidou-se como um importante polo de pesquisa e reflexão sobre o artesanato brasileiro. Suas exposições revelam a diversidade das práticas artesanais no país, abrangendo técnicas como a cerâmica indígena, as rendas, os trançados e a marcenaria. Além disso, promove iniciativas que aproximam artesãos, designers, pesquisadores e o público interessado na cultura material brasileira.
Desde 2008, o Museu A CASA realiza o Prêmio Objeto Brasileiro, um dos principais reconhecimentos do setor, voltado para a produção artesanal contemporânea. Com nove edições realizadas, o prêmio já recebeu quase duas mil inscrições, destacando a inovação e a excelência do fazer artesanal no Brasil.
Com um olhar atento à tradição e ao futuro do artesanato, o Museu A CASA segue impulsionando novas narrativas e promovendo o encontro entre diferentes gerações de criadores, pesquisadores e apreciadores do objeto brasileiro.
A Loja do Museu A CASA é uma extensão do trabalho do Museu A CASA do Objeto Brasileiro, oferecendo ao público a oportunidade de adquirir peças criadas por artesãos e comunidades de diversas regiões do país. Seu acervo é cuidadosamente selecionado para destacar a riqueza do artesanato brasileiro, valorizando materiais, técnicas e expressões culturais únicas.
Cada peça disponível na Loja do Museu A CASA carrega a história e a identidade de seus criadores, conectando tradição e contemporaneidade. O espaço busca promover a sustentabilidade da produção artesanal, garantindo que os artesãos sejam remunerados de forma justa e que seus saberes sejam preservados.
Além de objetos de decoração e utilitários, a loja apresenta uma curadoria especial de peças autorais, muitas delas fruto de parcerias entre designers e mestres artesãos. Dessa forma, a Loja do Museu A CASA se torna um ponto de encontro entre diferentes públicos, incentivando o consumo consciente e a valorização do fazer manual brasileiro.
Rendado Histórias
Local: Museu A CASA do Objeto Brasileiro
(Av. Pedroso de Morais, 1216 – Pinheiros , São Paulo – SP, 05420-001)
Abertura: 15 de novembro de 2025, sábado, das 14h às 18h
Período expositivo: De 15 de novembro a 11 de janeiro
Horário: De quarta a domingo, das 10h às 18h
Entrada gratuita
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