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Prêmio PIPA 2022: conheça os vencedores

O Prêmio PIPA tem o prazer de anunciar os quatro artistas premiados ao PIPA 2022. Há mais de dez anos divulgando a arte e artistas brasileiros, e também estimulando a produção nacional de Arte Contemporânea, o Instituto PIPA ressalta que nesta 13a edição optou por manter o direcionamento do Prêmio para a produção de artistas com trajetórias mais recentes: os artistas participantes de 2022 tiveram sua primeira exposição institucional há não mais que 15 anos. Os quatro Artistas Premiados mostram o quanto a produção artística brasileira é plural, misturando linguagens e saberes heterogêneos e se desenvolvendo no país como um todo.

O curador do Instituto PIPA, Luiz Camillo Osorio, escreveu algumas palavras sobre a escolha dos premiados e sobre o momento que o Prêmio está vivendo:

“É sempre uma alegria o momento do anúncio dos artistas premiados. Desde o começo da pandemia, o Prêmio PIPA optou por ampliar o espectro da premiação, passando de um para quatro artistas contemplados. Além de desconcentrar o prêmio e alargar o foco, esta opção pareceu-nos mais interessante tendo em vista a qualidade e a diversidade da produção artística contemporânea. São muitos Brasis dentro do mesmo país, e um prêmio de arte tem o papel de valorizar essa multiplicidade.

Os quatro artistas vencedores do Prêmio PIPA de 2022 são: Coletivo Coletores, Josi, Uyra e Vitória Cribb. Nunca é fácil chegar aos nomes dos premiados, obrigando o Conselho do Prêmio a longos debates. De forma bem genérica, há dois tipos de premiação: o de reconhecimento de uma trajetória e o de fomento à produção contemporânea. Por mais que o PIPA não vise revelar artistas desconhecidos, seu objetivo tem se virado para o reconhecimento da produção mais recente – no caso, de artistas com até 15 anos de trajetória. Isso torna o desafio ainda mais agudo.

Este conjunto de 2022 mostra um ecossistema artístico bastante complexo, misturando poéticas que remetem a práticas mais artesanais, até o envolvimento radical com a tecnologia. Acima de tudo, vemos nestes artistas um engajamento poético e político com o universo periférico e com uma experimentação ecológica e social que integra o humano a todas as formas de vida proliferantes. O Prêmio PIPA vai para a 13ª edição sabendo da importância de sua continuidade, coisa rara entre nós, para o fortalecimento da cena artística contemporânea. Em setembro, haverá a exposição dos quatro premiados no Paço Imperial (RJ), assim como uma mostra paralela com as novas aquisições e comissionamentos do Instituto PIPA.”

Prêmio PIPA 2022: conheça os premiados

Coletivo Coletores

Coletivo Coletores
Coletivo Coletores, “Pujança editada”, 2020, video mapping

Formado em 2008 na periferia da Zona Leste da Cidade de São Paulo pelos artistas e pesquisadores Toni Baptiste e Flávio Camargo, o Coletivo COLETORES tem como proposta pensar as cidades como meio e suporte para suas ações utilizando diferentes linguagens visuais e tecnológicas, discutindo temáticas ligadas às periferias, apagamentos históricos/culturais, assim como o direito à cidade. O COLETORES já participou de diferentes projetos ligados à tecnologia, arte e cidade com exposições e projetos em instituições.

Josi

Josi
Josi, “Da série: Decantações, fervuras e temperamentos”, 2022, água de feijão preto e açafrão sobre papel, 35 x 44 cm

Josi é natural de Carbonita-MG, no Vale do Jequitinhonha. Entre outras, de lá leva “poeira de pequi, mato torcido e breu pingado de rezas”. A família saiu de lá para Caeté, região metropolitana de Belo Horizonte e, do ir e vir diário dos trabalhos, a artista guardou os desenhos. Formou-se em Letras pela UFMG, virou professora e falou tantas vezes que ocupar qualquer palco era direito de todas as pessoas que acabou ouvindo. Foi para a graduação em Artes Plásticas na Escola Guignard-UEMG e está “erguendo fervura de se juntar inteira, a partir de um trançar de saberes ouvidos, testemunhados ou que vão inscritos na musculatura das mãos: as artesanias várias, pintura, lavação de roupa, o fiar, a escrita, desenho, a cozinha, a cerâmica…”.

Vitória Cribb

Vitória Cribb
“@ILUSÃO”, 2020, filme, animação CGI, som, texto, 6’47”, Disembodied Behaviors, Bitforms Gallery, Nova York, EUA, 2020

Cribb é formada pela Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ, Rio de Janeiro, Brasil. Filha de pai haitiano e mãe brasileira, vem criando nos últimos anos narrativas digitais e visuais que permeiam técnicas como: criação de avatares em 3D, filtros em realidade aumentada e ambientes imersivos, utilizando o ambiente digital como meio para explicar suas investigações e questões atuais percorridas por seu subconsciente. A artista investiga os comportamentos e desenvolvimentos de novas tecnologias visuais/sociais e transpõe o seu pensamento através da imaterialidade presente no digital.

Uýra

Uýra
Uýra, Série Elementar, Lama – 2017, Foto Keila Serruya

Emerson, 30 anos, é indígena e dois espíritos (trans). Formada em Biologia, com mestrado em Ecologia, atua como artista visual, arte educadora e pesquisadora. Habita Manaus (AM), território industrial no meio da Floresta, onde se transforma para viver Uýra, uma Árvore que Anda. Tendo o corpo como suporte, narra histórias de diferentes Naturezas via fotoperformances e performance. A partir da paisagem Cidade-Floresta, se interessa pelos sistemas vivos e suas violações, e memória e diásporas indígenas. Integrou o Salão Arte Pará (2019), a exposição pelo Prêmio EDP das Artes, Tomie Ohtake (2020), a da 34a Bienal de São Paulo (2021), e exposições em instituições na Áustria, Itália, São Francisco, Holanda, França e em 2022 participará da Manisfesta! (Bienal nômade da Europa), e apresentará duas individuais, no Museu de Arte do Rio- MAR e no Museu de Arte Moderna – MAM Rio.

Exposição dos Artistas Premiados

Os quatro artistas recebem uma doação de R$20 mil cada e farão uma exposição coletiva e não competitiva no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, de 01 de setembro a 30 de outubro de 2022.

Além da exposição presencial, os quatro farão uma Ocupação/ Exposição Virtual em um espaço especial reservado nos sites e mídias sociais do PIPA, sendo uma semana destinada para cada um deles durante o mês de outubro. Assim, o público de outras cidades que não puder comparecer à exposição no Paço Imperial terá oportunidade de conhecer mais sobre os artistas.

Catálogo

Em adição às exposições, os quatro artistas terão destaque na publicação anual do Prêmio PIPA. O catálogo contém imagens de trabalhos, biografias, textos escritos por críticos à sua escolha e transcrição de entrevistas com o curador do Instituto PIPA, Luiz Camillo Osorio.

Como nos anos anteriores, todos os artistas desta 13a edição são convidados a participar do PIPA Online. Os dois mais votados no segundo turno da votação que acontece na internet receberão, cada um, R$5 mil.

A votação online, que terá início no dia 01 de agosto, tem se mostrado efetiva em sua função de divulgar os artistas para um público maior e para além dos grandes centros urbanos.

O novo modelo do Prêmio faz parte do foco do Instituto PIPA em intensificar as aquisições de obras de artistas participantes do Prêmio.

Diversas obras da coleção serão apresentadas na exposição que acontecerá paralelamente também no Paço Imperial, no mesmo período da exposição dos quatro Artistas Premiados do PIPA 2022.

Para saber mais sobre os Premiados e os demais participantes do Prêmio PIPA 2022, visite suas páginas contendo fotos de trabalhos, entrevistas, currículo e muito mais. Visite também o site do Instituto PIPA para conhecer nossa coleção.


Leia também:
Museu das Culturas Indígenas: o primeiro gerido por povos originários

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