A arte proporciona uma infinidade de experiências sensoriais, estimula a imaginação, a reflexão, envolve algo lúdico e espelha a realidade humana nas suas incongruências e nos seus devaneios, capta a complexidade da vida como a transparência da alma humana na sua imensurável dimensão. Essas características são facilmente encontradas nas obras de Ricardo Becker.
Ricardo Becker, artista carioca que conheci há pouco tempo, realiza uma individual preciosa na Bianca Boeckel Galeria, reunindo 30 obras entre esculturas, fotografias e instalações compondo uma panorâmica de sua incursão criativa.
A mostra com o sugestivo título “Espelho seu e os outros” penetra no mundo do artista com múltiplas propostas que visam questionar a percepção no seu âmago.
Utilizando materiais dos mais variados como espelhos, lupas, metais e portas, Ricardo rompe com as certezas absolutas, questiona a própria realidade atual, no seu contexto urbano, universal e intimista, avança nas conexões adversas em que o ser humano é submetido, destrinchando entradas e saídas do caos e das experiências vivenciais suportadas por todos.
Chaves matemáticas, que já fizeram parte da exposição “Entre Algum Lugar Nenhum”, são realçadas no seu percurso impondo um ritmo musical na problemática dos encontros e desencontros que ocorrem a cada instante, propondo uma lufada de frescor no pensamento do apreciador. Lupas como instrumento de observação formam uma obra que se amolda nas incertezas do cotidiano e dilacera aspectos conflitantes.
A montagem da mostra ficou impecável, num espaço intimista como da galeria Boeckel permite ao visitante se entrosar com extremo prazer, se envolvendo na multiplicidade dos materiais e técnicas empregadas e nos suportes mais inusitados que provocam impacto além de uma poética requintada.
Os espelhos impressionam o visitante pela sutileza de suas composições, peças que se dialogam entre si, fragmentos de antigos espelhos colocados com novas lâminas e interferências pictóricas pontuais que criam uma atmosfera singular, confunde a percepção do observador, enaltecendo aspectos metafísicos das imagens que se refletem, além de uma ilusão cinética bem ritmada como na utilização do talco no vidro.
O trabalho de Becker é sutil e extremamente multifacetado, sua criatividade assume diversas linguagens, buscando sempre o inusitado e confrontando escapadas do caótico labirinto da vivência e da reflexão sobre a identidade.
A individual acontece na Bianca Boeckel Galeria
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