Treze galerias brasileiras já estão de malas prontas para Miami, ponto de encontro do mundo da arte contemporânea onde acontece, de 8 a 10 de dezembro, a Art Basel Miami Beach 2023, uma das principais feiras de arte do mundo que, a cada edição, reúne artistas, colecionadores, amantes da arte e entusiastas da cultura em uma programação múltipla, que inclui palestras, painéis de discussão, performances ao vivo e instalações de arte pública.
A Gentil Carioca, Gomide&Co, Luciana Brito, Luisa Strina, Marilia Razuk, Mendes Wood DM, Millan, Nara Roesler, Raquel Arnaud, Simões de Assis e Vermelho marcam presença no evento com o apoio do Projeto Latitude, realizado por meio de uma parceria entre a Associação Brasileira de Arte Contemporânea – ABACT e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – ApexBrasil, levando curadorias que tratam de temas atuais e urgentes e imprimem a essência do seu programa de artistas.
O mesmo apoio também leva as galerias Portas Vilaseca e Verve para a Untitled Art, principal feira de arte independente, que acontece de 6 a 10 dezembro, nas areias de Miami Beach. Aqui, os participantes são selecionados pela sua integridade curatorial e alcance internacional, com diversas galerias provenientes de fora dos principais centros de arte.
A Portas Vilaseca Galeria desenvolveu um projeto solo especial apresentando o mais recente trabalho do artista brasileiro Mano Penalva. Com um olhar atento, Penalva mergulha no âmago da vida cotidiana, deslocando os objetos do seu contexto habitual e refletindo sobre a cultura material e as interacções sociais em diferentes espaços. O cerne do trabalho do artista reside na observação atenta do universo que se move pela casa e pela rua, entre a vida doméstica e a esfera pública. A partir de rigorosa pesquisa de campo, Penalva mergulha nas profundezas da dinâmica social para extrair metáforas visuais em exercícios geométricos, que dialogam abertamente com a história da arte brasileira, especialmente com os ensinamentos dos movimentos concreto e neoconcreto.
Já a Verve apresenta na Untitled Art um diálogo entre gerações com as obras de Adriel Visoto e Gustavo Rezende. Embora separados por idade e técnica, ambos apresentam trabalhos que ilustram narrativas íntimas vistas pelas lentes de um indivíduo queer, expondo aspectos autobiográficos em tom confessional, desde experiências triviais até rituais cotidianos. Ambas as obras questionam as fronteiras entre o eu e o outro, investigando sutilmente o afeto e o desejo homossexuais e suas relações com a vida cotidiana.
Para a Art Basel, A Gentil Carioca leva novas obras de caráter crítico, estético, lúdico, social e político ligadas ao atual contexto mundial representado no escopo da produção recente dos artistas Agrade Camíz, Aleta Valente, Ana Linnemann, Ana Silva, Arjan Martins, Cabelo, Denilson Baniwa, Jarbas Lopes, João Modé, Kelton Campos Fausto, Laura Lima, Marcela Cantuária, Maria Nepomuceno, Novíssimo Edgar, O Bastardo, Renata Lucas, Rodrigo Torres, Rose Afefé, Sallisa Rosa, Vivian Caccuri, Vinicius Gerheim e Yanaki Herrera.
A Gomide&Co apresenta uma seleção de obras que trafegam entre os universos da floresta, das narrativas afro-brasileiras e dos saberes ancestrais da terra. O Kabinett dedicado a Hélio Melo, artista nascido no Acre, deslinda uma obra marcada por inúmeras referências cifradas aos mitos, personagens e costumes da Amazônia. Em diálogo com tal produção, e igualmente provenientes do território amazônico, se encontram nomes como Chico da Silva e Jaider Esbell. Ainda fazem parte da exposição Mestre Didi, Rubem Valentim, Agnaldo Manuel dos Santos, Nilda Neves, Advânio Lessa, Maria Lira Marques e Julia Isidrez, Lygia Pape, Sergio Camargo e Leonilson.
A Luciana Brito Galeria apresenta a exposição “Primavera Silenciosa”, um projeto audacioso que reúne artistas latino-americanos para mostrar ao público a importância da cosmovisão indígena na relação com o meio ambiente, com curadoria da chilena Alexia Tala, Nesse contexto, artistas como Antonio Pichillá e Manuel Chavajay apresentam trabalhos que agregam elementos da contemporaneidade, ao passo que resgatam suas ancestralidades de origem indígena Maia Tz’utujil. Ainda revisitando sua programação de 2023, a galeria apresenta trabalhos de Afonso Tostes que fizeram parte da mostra “Ajuntamentos”, projeto que mais tarde teve continuidade na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Aqui, o que seria descartado foi reaproveitado pelo artista, que criou pinturas a partir das sobras de seu processo de produção em estúdio. Já a obra de Bosco Sodi, reaproveita sacas velhas de grãos de café para realizar o registro solar em uma pintura monumental.
A Galeria Luisa Strina leva obras de Alexandre da Cunha, Anna Maria Maiolino, vencedora do Leão de Ouro no Festival de Veneza, além de Cildo Meireles, Clarissa Tossin, Edward Ruscha, Jarbas Lopes, Jorge Macchi, Laura Lima, Leonilson,Marcius Galan, Marepe, Mario García Torres, Panmela Castro, Pedro Reyes, Renata Lucas, Robert Rauschenberg e Tonico Lemos Auad.
A Galeria Marilia Razuk apresenta uma exposição individual do artista brasileiro José Leonilson, com obras de diferentes fases da sua carreira, incluindo pinturas, uma seleção de trabalhos inéditos em papel e um grupo muito especial de bordados, mostrando diversos aspectos de sua produção, complementados por material arquivístico e publicações selecionadas em colaboração com o acervo do artista, Projeto Leonilson, para permitir que o amplo público que visita a feira compreenda totalmente a abrangência e importância de seu trabalho.
A Mendes Wood DM retorna à Art Basel com uma apresentação que destaca a amplitude da programação da galeria. Os artistas em exposição incluem nomes conhecidos do Brasil como Lucas Arruda, Castiel Vitorino Brasileiro, Sonia Gomes, Paulo Monteiro, Paulo Nazareth, Marina Perez Simão, ao lado de grandes artistas internacionais como Alma Allen, Alvaro Barrington, Lynda Benglis, Kasper Bosmans, Guglielmo Castelli, Vojtěch Kovařík, Pol Taburet.
A Millan apresenta uma seleção de artistas cujas práticas envolvem questões contemporâneas urgentes, ao mesmo tempo que promovem debates artísticos em um contexto global. A reavaliação de narrativas hegemônicas, assim como a urgência de enfrentar a crise climática, têm sido abordadas em diversas exposições ao redor do mundo e estão presentes em obras de artistas como Maxwell Alexandre, Alex Červený e Vivian Caccuri. Diante das várias rupturas enfrentadas atualmente, também há a busca por formas de compreender e representar a realidade que escapam da racionalidade, concentrando-se no sensível e no subconsciente. Exemplos incluem as paisagens etéreas de Fran Chang, os gestos cartográficos de Guga Szabzon, ou mesmo as cores pulsantes das pinturas de Maya Weishof, que borram os limites entre o interior e o exterior. Somam-se à exposição as obras de Paulo Pasta e Tunga.
Para o evento, a Galeria Nara Roesler selecionou obras de Daniel Senise, André Griffo, Elian Almeida, Jonathas de Andrade, Marco A. Castillo, Fabio Miguez, Jose Dávila, JR, Julio Le Parc, Lucia Koch, Abraham Palatnik, Artur Lescher, Tomie Ohtake, Vik Muniz, Daniel Buren e Heinz Mack.
A Galeria Raquel Arnaud propõe uma seleção de obras para celebrar sua trajetória de 50 anos e os 100 anos dos artistas Carlos Cruz-Diez e Jesus Rafael Soto. Além disso, foram selecionadas para este projeto obras de Mira Schendel e Sergio Camargo, representados pela galeria até falecerem, e de Arthur Luiz Piza, primeiro artista a expor na galeria, em 1973. Anna Maria Maiolino que fez diversas exposições com a Galeria, em 1993, 1995, 1999, 2003 e 2005. Outros artistas fundamentais para o desenvolvimento e consolidação da programação da galeria são Iole de Freitas e Waltercio Caldas, representados desde 1978 e 1982, respectivamente. E completam a seleção Célia Euvaldo, Wolfram Ullrich, Elizabeth Jobim, Frida Baranek, João Trevisan e Carla Chaim, que representam as gerações seguintes.
O programa da Simões de Assis cria diálogos entre artistas de diferentes origens e contextos, promovendo aproximações transgeracionais e perspectivas originais e explorando produções do Brasil e da América Latina. Para a feira, reuniu artistas por suas relações com a abstração espiritual ou intuitiva. A seleção inclui obras de Abraham Palatnik, Ascânio MMM, Ayrson Heráclito, Carmelo Arden Quin, Emanoel Araujo, Gabriel de la Mora, Heitor dos Prazeres, Ione Saldanha, Mano Penalva, Mestre Didi, Rubem Valentim, Sergio Camargo e Zéh Palito. Essas obras articulam-se por meio de abordagens ritualísticas, espirituais, mitológicas, folclóricas e cosmológicas, enfatizando como diferentes materiais e meios contribuem para a expansão da abstração.
]Em sua 19ª participação na Art Basel, a Vermelho exibe uma seleção de obras de artistas latino-americanos como André Komatsu, André Vargas, Carlos Motta, Dora Longo Bahia, Edgard de Souza, Iván Argote, Marcelo Cidade, Rosângela Rennó, Marcelo Moscheta, Tania Candiani e Ximena Garrido-Lecca.
O Latitude é um programa desenvolvido por meio de uma parceria firmada entre a Associação Brasileira de Arte Contemporânea – ABACT e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – ApexBrasil, para promover a internacionalização do mercado brasileiro de arte contemporânea. Criado em 2007, conta hoje com mais de 60 galerias de arte do mercado primário, localizadas em sete estados brasileiros e Distrito Federal, que representam mais de 1.800 artistas contemporâneos. Seu objetivo é criar oportunidades de negócios de arte no exterior, fundamentalmente através de ações de capacitação, apoio à inserção internacional e promoção comercial e cultural.
O volume das exportações definitivas e temporárias das galerias do projeto Latitude vem crescendo significativamente. Em 2007, foram exportados US$ 6 milhões e, de acordo com a última Pesquisa Setorial Latitude publicada, em 2018 atingiu-se mais de US$ 65 milhões. As galerias Latitude foram responsáveis por 42% do volume total das exportações do setor no ano.
Desde abril de 2011, quando a ABACT assumiu o convênio com a ApexBrasil, foram realizadas 48 ações em mais de 26 diferentes feiras internacionais, com aproximadamente 300 apoios concedidos a galerias Latitude. Neste mesmo período, foram trazidos ao Brasil aproximadamente 250 convidados internacionais, entre curadores, colecionadores e profissionais do mercado, em 23 edições de Art Immersion Trips. Além dessas ações, o Latitude realizou cinco edições de sua Pesquisa Setorial, com dados anuais sobre o mercado primário de arte contemporânea brasileira. Saiba mais: https://latitudebrasil.com/
A Associação Brasileira de Arte Contemporânea – ABACT é uma entidade sem fins lucrativos que representa cerca de 60 galerias de arte contemporânea no Brasil. Seu posicionamento se constitui no diálogo com as galerias de arte brasileiras do mercado primário e no entendimento do seu papel na produção de bens culturais. Promove ações de profissionalização e de incentivo à desburocratização do setor, projetos educativos e socioculturais, e realiza conexões entre os agentes de mercado nacional e internacional.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira.
Para alcançar os objetivos, a ApexBrasil realiza ações diversificadas de promoção comercial que visam promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil.
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