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Paralaxe, a diferença na posição aparente de um objeto em relação a um plano de fundo, tal como visto por observadores em locais distintos ou por um observador em movimento.

Filosoficamente a paralaxe refere-se ao pensamento da diferença, o pensamento que tem por função afirmar as antinomias que existem na realidade, sem tornar-se uma nova posição ou ainda fazer defensiva a uma das posições contrárias.

Para o filósofo esloveno Slavoj Zizek, apesar do observador ser parte inseparável do objeto observado, distintas perspectivas de interpretação entre os dois transformam a noção de um estado fixo entre o tempo e o espaço. Portanto, não há uma verdade permanente sobre o real, especialmente na arte.

E é dentro desta ótica que a Cosmos Galeria de Arte apresenta a exposição coletiva de artes visuais “PARALAXE”, cujos trabalhos materializados contemplam subjetivas percepções de realidade e consciência, da matéria ao imaginário.

Myriam Glatt

A artista Myriam Glatt vem trabalhando essencialmente com papelão, mas também com páginas de jornais e caixas de fósforo; tem redefinido o lugar de sua produção pictórica, pelas propriedades do novo suporte, por seu caráter residual e amplamente acessível, e pelo interesse na passagem do plano ao espaço, procedimento favorecido pela estrutura que esses materiais costumam apresentar.

Para a exposição Paralaxe, a artista traz 6 telas e 16 colagens. As telas têm uma geometria como acontecimento; as formas que saíram da forma da caixa de papelão cria composições entre seus planos de cor, suas abas, suas linhas e suas diagonais.

O fundo que remete a cor de papel, em contrapartida, mostra o gesto da artista, o gesto de uma pintura orgânica, aleatória, que se espalha por todo o plano da tela em pequenos pontos de cor.

As colagens representam um mosaico rico e intrigante de elementos diversos. Um labirinto de cores e texturas nos levam a refletir não somente sobre a obra em si como também a origem de tudo