Alto nível das galerias participantes garante elevada qualidade das obras à venda. A expectativa é que a isenção fiscal, renovada por dois anos, seja um alavancador de negócios
A 10ª edição da SP-Arte, que acontecerá entre os dias 2 e 6 de abril, reunirá, entre os 136 expositores participantes, um seleto grupo de galerias estrangeiras que integram a elite da arte mundial, consolidando-se, assim, como a maior feira de arte contemporânea do Hemisfério Sul. Essa condição é reforçada pelo número recorde de galerias que estarão presentes no pavilhão da Bienal do Parque Ibirapuera: 78 brasileiras e 58 provenientes de 17 países, totalizando 136 expositores.
Das 27 galerias apontadas como as mais conceituadas do circuito mundial das artes em 2013 pela prestigiosa revista ArtReview – referência mundial em arte contemporânea -, doze marcam presença no evento: David Zwirner, Larry Gagosian, Marion Goodman, Pace, White Cube, Lisson, Luisa Strina, Thaddaeus Ropac, Neugerriemschneider, Kurimanzutto, Franco Noero e Continua. Nenhuma outra feira, além das já consagradas Basel, Frieze, Arco ou Fiac consegue reunir esse time de galerias no seu espaço. Algumas vêm à SP-Arte há duas ou três edições consecutivas, como é o caso da White Cube.
A feira se inscreve na tradição dos maiores eventos mundiais do gênero ao transcender o aspecto comercial e constituir um dos eventos culturais mais importantes do circuito cultural nacional e internacional. “A SP-Arte vem cumprindo um papel que vai muito além de ser uma feira de arte contemporânea organizada com profissionalismo e competência. Ela contribui efetivamente para colocar o Brasil — e São Paulo em particular — no roteiro dos mais respeitados eventos de arte de todo o mundo. Além disso, possibilita que público e colecionadores do Brasil conheçam obras de consagrados artistas estrangeiros e que galeristas de todo o mundo tenham contato com a nossa produção”, afirma o Secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Marcelo Mattos Araújo.
Outro indicador da importância que o evento vem assumindo no cenário internacional é a presença de um número crescente de galerias brasileiras que expõem no exterior. Ter participado da SP-Arte é uma credencial, hoje, para a aceitação de galerias brasileiras em feiras promovidas em outros países. Fazer parte de boas feiras funciona como uma espécie de legitimação institucional, e o circuito se retroalimenta de sua própria virtuosidade. “O Brasil vem se esforçando na busca por profissionalização e inserção no circuito internacional das feiras de arte. Os dez anos da SP Arte são prova de que estamos no caminho certo”, diz Luisa Strina, dona da galeria que leva o seu nome e figura entre as mais importantes do mundo.
A evolução no número de participantes reflete o crescente reconhecimento conquistado pela SP-Arte ao longo de sua trajetória. Em sua primeira edição, em 2005, contou com 41 galerias. No ano passado, o total passou para 122 galerias, sendo 81 brasileiras e 41 internacionais, provenientes de 14 países. Em 2014 chega-se ao recorde de 136 galerias de 17 países.
As transações realizadas em 2012 na SP-Arte pelas galerias paulistas e estrangeiras sob o amparo da isenção do ICMS somaram quase 49 milhões de reais. Em 2013, o volume mais que dobrou, atingindo 99 milhões de reais. Esses números representam uma visão parcial das operações de compra e venda, por englobarem apenas galerias de São Paulo e do exterior. O indicador é restrito a esses participantes, mas exato e serve de termômetro para observar a evolução do conjunto de negócios realizados. Na sua 10ª edição,a isenção de ICMS, novamente assegurada pelo Estado de São Paulo para o período da feira, poderá proporcionar ainda mais negócios.
Espaço Solo, uma área de respiro
A edição deste ano terá um novo espaço, denominado Solo, que reunirá galerias interessadas em apresentar, cada uma, um único artista. Sob a organização de Rodrigo Moura, Diretor do Instituto Inhotim, o espaço permitirá ao público observar e compreender melhor a produção dos artistas selecionados.
Uma academia para jovens curadores
O Laboratório Curatorial é um espaço especial na SP-Arte. “Ele é o nosso ateliê, uma pequena academia de formação de curadores jovens, com curadoria de Adriano Pedrosa”, explica Fernanda Feitosa. Desde a edição de 2012 a SP-Arte patrocina anualmente dois curadores jovens, selecionados entre vários candidatos que elaboram projetos de exposições. Neste ano, os selecionados foram Carolina Vieira e Traplev.
Como prêmio, durante seis meses eles estudarão e trabalharão com Adriano Pedrosa, um dos mais respeitados curadores brasileiros, que realizou, entre outras exposições, a Bienal de Istambul de 2011. Em seguida, eles visitarão a Bienal de Berlin, para enriquecimento da sua formação profissional.
SP-Arte estreia novo catálogo, com conteúdo assinado por especialistas
Com novo formato, o catálogo da 10ª SP-Arte será mais leve e, além das informações habituais sobre todos os expositores e a programação, traz textos de especialistas que tratam de temas relacionados à feira e ao mercado de arte.
A edição da publicação ficou a cargo de Júlia Ayerbe, com a colaboração de Pedro Vieira, e o projeto gráfico é da própria equipe SP-Arte.
REALIZAÇÃO DA SP-ARTE DINAMIZA O CIRCUITO DE ARTES PLÁSTICAS DE SÃO PAULO
Durante a realização de feiras de arte em metrópoles com circuito cultural organizado, todas as instituições envolvidas com o tema procuram tirar o máximo proveito da simultaneidade de eventos. Os museus da cidade, por exemplo, orientam sua programação para que grandes exposições estejam acontecendo no período de visitação às feiras. Dentro desse conceito, museus de São Paulo receberão ingressos para visitação da 10ª SP-Arte gratuitamente em um dia da semana.
A feira estimula galerias, ateliês e pequenos centros culturais, que são células de encontros de fomento às artes, a elaborarem programações durante a realização da SP-Arte, para inscrevê-las na agenda de visitações organizada pela feita. O programa inclui atividades que acontecerão paralelamente à feira, criando um circuito cultural virtuoso que ajudará o visitante a entender o contexto em que está sendo produzida a arte no país.
Entre as atividades internas da 10ª edição destacam-se os diálogos com os artistas Thiago Martins de Melo, Mabe Bethônico e Ana Bella Geiger, e com os curadores Pablo León de La Barra e Ivo Mesquita. Eventos importantes estão previstos na área de publicações: a Casa Triângulo assinala seus 25 anos com uma documentação das exposições que realizou ao longo desse período, a editora par(ent)esis lança o livro Arquivo Projeto A2 e a editora Ikrek, o volume Não, de Fabio Morais.
“O interesse pelas atividades paralelas é crescente, por criarem enredos e repertórios que proporcionam um relacionamento mais rico com a arte”, afirma a diretora da SP-Arte, Fernanda Feitosa.
Convites a professores
Com apoio do Ministério da Cultura, a SP-Arte distribuirá, pela primeira vez, 2.400 convites gratuitos para professores da rede pública, em parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Instituto Arte na Escola, associação sem fins lucrativos criada em 1989 para incentivar e qualificar o ensino da arte na educação básica. “Esses professores têm um interesse diferenciado em arte”, diz Fernanda Feitosa. Quem tem o Vale Cultura também poderá utilizá-lo para compra de ingresso para a SP-Arte.
Colecionadores e galerias receberão visitantes da SP-Arte
A SP-Arte funciona como um grande catalizador para alguns dos principais agentes do circuito internacional das artes. A organização promove a visita de grupos de até 50 pessoas a coleções particulares. Galerias também abrem suas portas para acolher o público interessado em arte no período de realização do evento. Há todo um esforço da cidade de São Paulo para fazer jus ao título de grande metrópole cultural. Em 2013, houve 54 exposições de galerias estrangeiras e brasileiras, iniciativas que contribuíram para transformar a cidade em efervescente polo de cultura durante o período do evento. “A SP-Arte introduziu São Paulo no circuito mundial das feiras de arte, permitindo aos interessados o acesso ao melhor das produções brasileira e internacional“, diz José Olympio Pereira, CEO do banco Credit Suisse no Brasil e um dos mais importantes colecionadores de arte do país.
Visitantes de outros países valorizam a possibilidade de entrar em contato com as galerias, os acervos de colecionadores e as obras de novos artistas brasileiros. “É uma bela feira, que proporciona a descoberta de boas galerias e excelente arte”, disse Aline Pujo, presidente da International Association of Corporate Collections of Contemporary Art, instituição com sede em Paris, visitante da edição de 2013.
Amanda Briggs, colecionadora de Cingapura, disse que “a SP-Arte foi uma experiência fantástica. Cumprimos um programa extremamente interessante, que possibilitou visitarmos muitas coleções e nos expôs à produção de alguns novos artistas no Brasil”. Para o conselheiro de arte e curador Simon Watson, de Nova York, “a SP-Arte e a sua programação são reveladoras e o meu grupo ficou profundamente impressionado com a exposição e as visitas às coleções privadas de arte. A feira proporcionou a todos uma visão instantânea de um Brasil extraordinário”.
PATROCINADORES APOIAM A SP-ARTE E OS MUSEUS PAULISTAS, POR MEIO DO PROGRAMA DE DOAÇÕES INSTITUÍDO PELA FEIRA
Rolls-Royce e Axa Art ampliam o grupo de patrocinadores de destaque da SP-Arte
A Rolls-Royce, um dos maiores fabricantes de carros de luxo, e a Axa Art, única seguradora do mundo especializada em arte, participarão pela primeira vez da SP-Arte. A montadora inglesa fará uma homenagem à artista Regina Silveira e a seguradora trará nove grandes colecionadores dos Estados Unidos à feira.
A parceria de duas importantes corporações internacionais reforça a importância da feira no âmbito do hemisfério sul. A Axa Art é patrocinadora das mais importantes feiras de arte do mundo, como a TEFAF em Maastricht, Art Basel na Basileia, Miami Beach e Hong Kong e AIPAD Photography Show em Nova York. A inglesa Rolls- Royce estreia como patrocinadora da SP-Arte combinando o seu conceito de carro artístico com a efervescência cultural da principal feira de arte da América Latina.
A 10ª edição contará novamente com a presença dos patrocinadores tradicionais Itaú, Oi, Oi Futuro, Iguatemi São Paulo e Sabesp e também da Racional Engenharia e da Minalba Premium. Chandon, Illy e Latitude compõem o grupo de apoiadores do evento.
Iguatemi São Paulo e Banco Espírito Santo são as empresas que mais doaram obras de arte a museus
A empresa Iguatemi São Paulo, uma das patrocinadoras da SP-Arte, doou 36 obras de arte para cinco museus brasileiros nos últimos cinco anos. É o maior destaque do programa da feira, que possibilitou o acréscimo de 68 obras aos acervos dessas instituições públicas, desde 2008. Os maiores beneficiários das ações do Iguatemi São Paulo foram a Pinacoteca do Estado de São Paulo, que recebeu 19 obras no período, e o MAC-USP, receptor de 13. A empresa enriqueceu também o acervo do MAM-SP, com duas doações e ampliou sua atuação para outros estados, beneficiando o MAM-RJ com uma e o MAM-BA com três obras.
O segundo participante mais importante do programa é o Banco Espírito Santo, com 16 obras acrescentadas ao acervo da Pinacoteca desde 2009. O terceiro é a colecionadora Cleusa Garfinkel, com 10 doações ao MAM-SP entre 2010 e 2013. A Fundação Edson Queiroz incorporou duas obras ao acervo do MAC-USP, no ano passado. A SP-Arte, organizadora do programa, e a Galeria Luisa Strina, fizeram uma doação cada, para a Pinacoteca e o MAM-SP, respectivamente em 2008 e em 2011. Durante a sua 10ª edição, a SP-Arte divulgará um prospecto com o histórico completo do programa, de 2008 a 2013.
“É função do museu registrar e coletar os movimentos da produção artística de forma a constituir uma narrativa sobre a história da arte no Brasil. A SP Arte é uma ótima oportunidade de atualização do nosso acervo graças ao apoio sistemático de empresas como o Iguatemi São Paulo, Banco Espírito Santo e por doadores particulares”, diz o diretor técnico da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Ivo Mesquita.
O programa promovido pela SP-Arte começou na primeira edição da feira, em 2005, com a destinação de 10% da receita da bilheteria da feira à construção do Instituto de Arte Contemporânea, criado para a preservação da memória de artistas como Mira Schendel, Willys de Castro e Sergio Camargo. Na terceira edição, em 2007, a SP-Arte não só doou uma obra de Mira Schendel ao MAM-SP e à Pinacoteca do Estado de São Paulo, como convidou patrocinadores a fazerem o mesmo e assumirem um papel mais ativo na ajuda à formação dos acervos dos museus brasileiros.
Entrada:
R$ 40,00 [geral]
R$ 20,00 [meia*]
*estudantes, portadores de deficiência e idosos [necessária a apresentação de documento]
A entrada na feira é permitida até 1 hora antes do término do evento. Crianças menores de 10 anos e aqueles que tenham o cartão VIP não pagam entrada [necessária apresentação de documento].
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