Considerado um dos maiores nomes de sua geração em âmbito mundial, o fotógrafo russo Serguei Maksimishin apresenta um ousado retrato da atualidade de seu país na exposição O Último Império, em cartaz na CAIXA Cultural Rio de Janeiro de 7 de agosto a 14 de outubro de 2018 (terça-feira a domingo). Com curadoria de Luiz Gustavo Carvalho, a mostra proporciona ao público carioca uma visita à Rússia contemporânea em 65 fotografias que revelam o cotidiano russo por meio de uma testemunha sensível e objetiva. O projeto tem patrocínio da CAIXA Econômica Federal e do Governo Federal.
O Último Império esteve em cartaz até julho deste ano na CAIXA Cultural São Paulo e terá a abertura no Rio marcada por uma visita guiada com o curador às 19h. A visita tem entrada franca e é voltada ao público com idade acima de 12 anos.
A exposição permite ao espectador uma imersão no complexo e profundo universo de um país de proporções continentais. A Rússia de Serguei Maksimishin é demonstrada por cenas do dia a dia, que abrangem todos os meridianos do país, de Kaliningrado a Kamchatka. “Seu trabalho apresenta diversas facetas e aspectos da vida na Rússia pós-soviética, mostrando a crise que o país enfrentou nos anos 90 e os problemas atuais”, explica o curador Luiz Gustavo Carvalho. “Ele retrata os antagonismos deste país e a força do antigo sistema soviético, cujos destroços até hoje se mostram presentes na vida cotidiana das pessoas”, continua.
Artisticamente, a obra de Maksimishin reflete um virtuosismo na relação com a luminosidade, enquadramento, assim como na construção das imagens, mostrando a complexidade do universo artístico de um fotógrafo que não se contenta em compreender a sua sociedade superficialmente. “A presença do tempo é existente em todas as fotos selecionadas para a exposição O Último Império, no Brasil. Lá, onde esta presença parece não existir, eu quero simplesmente dizer que nada mudou”, afirma Maksimishin. Sobre suas fotografias e influências, o artista não titubeia: “Se alguém me perguntar o que eu fotografo durante toda a minha vida, eu direi: o ‘homem pequeno’. Portanto, se me questionarem quem é o meu professor principal de fotografia, então direi que é Gogol. Tudo o que busco na fotografia é esse absurdo presente em toda a sua obra”, diz o fotógrafo.
“O tema deste último império é, provavelmente, o mais interessante. Porque eu não sou alguém pronto a pintar a União Soviética apenas com tinta preta. Houve muita coisa boa. Vivemos esse fenômeno complicado e é muito interessante investiga-lo”, finaliza Maksimishin.
Sobre o artista:
Serguei Maksimishin nasceu em 1964. Em 1998, terminou a faculdade de fotojornalismo da Universidade Estatal de São Petersburgo. Entre 1999 e 2003, trabalhou em um dos principais jornais russos, o jornal Izvestia. Desde 2003, é colaborador da agência Focus (Alemanha). Serguei Maksimishin é vencedor de vários importantes prêmios, tais como o Rússia Press Foto, World Press Photo, UNEP International Photographic Competition on the Environmental, entre outros. Suas fotografias foram publicadas nos principais jornais europeus e americanos. Realizou diversas exposições individuais na Rússia, Alemanha, Estados Unidos e França.
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