Voz Ativa: Biblioteca Social é uma instalação inédita que propõe a reativação da biblioteca da Casa do Povo, que permaneceu fechada por 40 anos. A proposta da artista Mariana Lanari consiste em distribuir os quase 9 mil livros da coleção da instituição em um espaço de 500m2 durante o período da exposição, de 06 a 27 de julho.
Os livros serão organizados no chão sobre um desenho do mapa do Bom Retiro, bairro onde a Casa do Povo está situada. Projetar a vizinhança nos livros é uma forma de lembrar a origem desta biblioteca, formada por diversas coleções particulares de imigrantes que vieram para o Brasil fugidos da Segunda Guerra Mundial nos anos 40 e habitaram o Bom Retiro. Além de títulos em português, a biblioteca da Casa do Povo também reúne no seu acervo livros em ídiche, alemão, francês, russo e espanhol, e temas ligados à cultura de resistência, economia, política, movimentos sociais, vanguardas pedagógicas, literatura universal, arte e cultura judaica.
Assim como um bairro sem moradores não é uma vizinhança, uma biblioteca sem leitores é apenas um depósito. Em Voz Ativa: Biblioteca Social, o público é convidado a transitar por esta biblioteca-bairro e participar de uma performance sonora, em sete vozes mixadas ao vivo pela artista. Um sistema de som, com microfones distribuídos pelo espaço, permitirá leituras amplificadas e remixadas ao longo da exposição.“A ideia é chamar pessoas para lerem esses livros e o áudio das leituras será mixado ao vivo, fazendo disso uma performance coletiva que mapeia os assuntos da biblioteca e, ao mesmo tempo, funciona como motor que coloca em movimento esse acervo”, conta a curadora do projeto, Marília Loureiro.
Por meio de instruções deixadas por Mariana Lanari, o leitor-visitante também poderá interferir na instalação, movendo os livros no espaço com base em diferentes critérios de catalogação possíveis, de forma que esta biblioteca em constante movimento se transforme num rizoma sem se prender aos sistemas clássicos de divisão do conhecimento.
SOBRE A ARTISTA
Mariana Lanari é editora, artista e pesquisadora baseada em Amsterdã. Desenvolve uma pesquisa sobre dinâmicas de tradução cultural e interações entre políticas de acesso ao conhecimento e infraestruturas de memória coletiva em arquivos e bibliotecas físicas e digitais. Em 2015/2016 ela realizou o projeto Moving Thinking — the origin of one’s thought is the thought of another, que aconteceu numa das maiores bibliotecas de arte moderna da Europa, no Stedelijk Museum, em Amsterdã. Na performance que durou 9 meses, a artista reconfigurou a biblioteca com mais de 190.000 títulos, reagrupando os livros e criando conexões, onde elementos presentes em um título eram o ponto de partida para a catalogação do livro seguinte, sugerindo uma metáfora para a construção do pensamento e da memória do museu.
O movimento impressionista, que revolucionou a arte no século XIX, muitas vezes é associado aos…
Aqui reunimos 34 obras famosas da arte ocidental que entraram para o hall da fama,…
Tarsila do Amaral foi uma das maiores pintoras do Brasil, autora de obras icônicas como…
Os cadernos de desenhos que possivelmente estão nos bolsos e bolsas de todo artista possuem…
Tomie Ohtake, um dos principais nomes do abstracionismo brasileiro, acaba de entrar para o acervo…
Tarsila do Amaral é a estrela de uma grande exposição em sua homenagem no Museu…