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Críticos de arte: uma união entre o subjetivo e objetivo


Ao longo de toda história as pessoas tentaram estabelecer definições sobre a arte. Os críticos de arte possuem um importante papel nesse sentido. 

Nessa matéria veremos no que consiste um crítico de arte, quais são os principais profissionais desse ramo atualmente e as mudanças históricas nas concepções estéticas artísticas.

Esse texto faz parte de uma série que criamos chamada: Agentes do Mercado de Arte.


O que torna uma obra de arte bela? Qual artista é melhor? Qual obra é mais importante? Principalmente: o que é arte?

Fatores como: realismo, beleza, transmissão de emoção, formalismo, conceitos, buscam responder às perguntas citadas acima.  

Novas gerações de críticos alteraram para sempre a percepção do público sobre estilos estéticos; estimularam significativamente essas mudanças de gosto.

Na Itália Renascentista, por exemplo, a arte estava diretamente relacionada com a representação fiel da realidade; pinturas e esculturas deviam apresentar simetrias, proporções, detalhes precisos sobre o corpo humano, etc. Já na Arte Moderna do início do século XX, em contrapartida, os desenhos surrealistas de Salvador Dalí, completamente diferente dos antigos clássicos e um Urinol, de Duchamp, são fortes representações do que é a arte. 

Acima temos obras Renascentistas: (esquerda) Pietà, 1498 e (direita) Mona Lisa, 1503.
Abaixo, obras da Arte Moderna: A Fonte, 1917 e (direita) A Tentação de Santo Antônio, 1946.

Como podemos observar, as mudanças nos critérios artísticos se desenvolveram simultaneamente ao processo das mudanças históricas. E assim continuará. Os críticos de arte possuem um grande papel como intelectuais que entendem essa dinâmica e explicam para o público. 

Um crítico de arte escreve resenhas de obras individuais ou de exposições, seja para um público leigo, seja para um mais especializado. Seus artigos aparecem em plataformas como: jornais, revistas, periódicos acadêmicos e blogs de arte. 

Baseando seus julgamentos em elementos objetivos e racionais, esses profissionais possuem uma metodologia de trabalho que envolve: descrever, analisar, interpretar e avaliar. Além disso, é claro, espera-se que eles tenham um profundo conhecimento de história da arte. 

Normalmente, um crítico de arte participa de um evento cultural, como uma exposição, e depois escreve um artigo sobre ela de uma maneira interessante e envolvente. Ao fazer isso, seu objetivo é popularizar a arte para um público maior.



O crítico é frequentemente confrontado com uma escolha: defender velhos padrões, valores e hierarquias ou defender aquilo que é novo e subversivo. Assim, ao mesmo tempo, há críticos reacionários e de vanguarda.

Artistas extremamente inovadores, cujo trabalho é radicalmente diferente do padrão, representam um desafio maior de análise por parte dos críticos. Ou esses artistas ultrapassam os limites da compreensão e apreciação do crítico, ou então forçam-no a questionar suas próprias certezas intelectuais.

O poeta e crítico francês Charles Baudelaire disse, que: “para ser justa, ou seja, para justificar sua existência, a crítica deve ser partidária, apaixonada e política, ou seja, escrita de um ponto de vista exclusivo, mas de um ponto de vista que abra para horizontes mais amplos”. Dessa forma, as críticas de arte são subjetivas e objetivas, simultaneamente.

Charles Baudelaire. Créditos: Étienne Carjat, 1863.

Alguns dos principais críticos de arte no mundo atualmente:

  • Eleanor Heartney: editora colaboradora da Art in America. Também escreveu para outras plataformas, como The New Art Examiner, Washington Post, Artnews e New York Times.
  • M. Charlene Stevens: crítica de arte, curadora e fotógrafa. Ela é a fundadora e editora-chefe do Arcade Project e redatora colaboradora da Hyperallergic.
  • Lucy Lippard: crítica de arte, curadora, feminista ativista e escritora internacionalmente aclamada, está entre as primeiras pessoas que escreveram sobre a desmaterialização de uma obra de arte.
  • Julian Spalding: escritor, historiador cultural e ex-diretor de galerias de arte e museus das cidades de Sheffield, Manchester e Glasgow. É também é muito conhecido por suas críticas a Damien Hirst.
  • Jerry Saltz: crítico de arte do The Village Voice e trabalha desde 2006 como colunista sênior da revista New York. Considerado uma estrela no mundo dos críticos de arte, seus comentários afiados possuem uma grande visibilidade nas redes sociais, principalmente sobre exposições contemporâneas.

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