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Mega-galerias aceleram a disputa por artistas emergentes e redesenham o mercado

Artistas emergentes estão no centro de uma mudança acelerada no sistema da arte contemporânea. Com a desaceleração nas vendas e o fechamento de diversas galerias menores, as mega-galerias expandiram seu alcance e passaram a competir diretamente por nomes em ascensão, alterando os caminhos tradicionais de carreira no mundo das artes.

Segundo a Artnet News, o segmento ultra-contemporâneo sofreu uma queda de quase 38% entre 2023 e 2024. Esse cenário fez colecionadores repensarem estratégias e estimulou galerias de grande porte a investir em artistas mais jovens, muitas vezes logo após suas primeiras exposições relevantes. O que antes era visto como um percurso construído em décadas, hoje acontece em poucos anos — ou até menos. Como resumiu um consultor citado pela reportagem, “antigamente medíamos carreiras em décadas; agora, em cinco anos — se isso”.

Disputa em torno dos artistas emergentes

A pressão sobre o sistema tradicional é visível. Lisa Offerman, da galeria LC Queisser, afirmou que “30 mil dólares já é considerado o teto de mercado para um artista emergente com pouca trajetória; 300 mil dólares compra uma obra de um nome de meio de carreira que dificilmente terá revenda imediata com lucro”. Essa mudança de valores mostra como o risco se desloca e como as grandes galerias concentram oportunidades e segurança financeira.

Um exemplo claro é o do britânico George Rouy, que em 2024 se tornou o artista mais jovem representado pela mega-galeria Hauser & Wirth. Casos como esse revelam a velocidade com que nomes promissores podem ser absorvidos por estruturas globais, muitas vezes antes de consolidarem parcerias duradouras com galerias de médio porte.

O novo ritmo do mercado

Esse movimento levanta questões sobre sustentabilidade, já que muitos artistas jovens veem suas trajetórias aceleradas sem tempo de amadurecimento. Para as mega-galerias, trata-se de garantir acesso exclusivo a futuros nomes de peso; para os artistas, é um caminho cheio de visibilidade, mas também de pressões comerciais intensas.

Como o artista pode se preparar para o colecionador informado

Fique de olho

Para quem acompanha o mercado, vale observar como os artistas emergentes estão sendo incorporados às mega-galerias e o impacto disso em sua produção e trajetória. Ficar atento a quais nomes passam rapidamente das exposições independentes para representações globais pode revelar tendências e mudanças nos valores de mercado. Também é importante pesquisar o trabalho desses artistas em seus estágios iniciais e acompanhar como instituições e colecionadores reagem, já que esse movimento pode indicar quem estará no centro das discussões da arte contemporânea nos próximos anos.

Fonte: Artnet news

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