A arte concreta foi o movimento conhecido pelos artistas que construíam uma nova estrutura de cor e espaço, no contexto da construção do mundo pós Segunda Guerra Mundial, havendo assim a ligação entre arte e indústria. No Brasil, a arte concreta se tornou símbolo de progresso e desenvolvimento durante o governo de Juscelino Kubitschek, e seu ápice foi a construção de Brasília nos moldes construtivistas.
A estética predominante é abstratogeométrica, e nega-se à correntes artísticas subjetivas, líricas, e religiosas, partindo de ideais da Bauhaus, em que a racionalidade deve estar presente na sociedade e na arte democratizada pela industria. Os princípios do construtivismo são: bi dimensionalidade, atonalismo (cores puras e secundárias) e movimento linear.
“Quando encosto uma cor na outra é que percebo a relação entre elas; nesse momento, é meu olho e não minha cabeça que decide.” (Hércules Barsotti)
As composições de Barsotti fascinam primeiramente pela experiência optica que as cores sugerem, e depois nos convidam à reflexão. O artista explora a cor e o dinamismo que cada uma oferece, criando uma ilusão de tridimensionalidade a partir de formas geométricas como losangos, pentágonos e circunferências. A convite de Ferreira Gullar, passou a fazer parte do Grupo Neoconcreto no Rio de Janeiro, e em 2004 o Museu de Arte Moderna de São Paulo organizou uma retrospectiva de suas obras celebrando seu 90º aniversário.
Pseudônimo para Lygia Pimentel Lins, Lygia Clark ao estabelecer que “a arte é o seu ato”, fundou a arte participativa, interativa e compartilhada, trocando as pinturas pela experiência com objetos tridimensionais. Em seus trabalhos inovadores, encoraja o espectador a participar da obra a partir de experiências sensoriais, mudando a configuração e resultando em uma obra compartilhada.
Dedica-se à arte terapêutica, pois ao participar das obras, é possível abrir caminho para o inconsciente e atingir ao primitivo interior, o self, resultando em um auto conhecimento revelador, logo, libertador.
As obras de Hélio Oiticica, artista performático, pintor e escultor, vão desde elaborações teórica-artisticas com a presença de textos, comentários e poemas, até experimentos que requerem a participação do público, assim como fazia Lygia Clark. Faz do observador parte integrante de sua obra, adquirindo uma nova dimensão e criando o conceito de “suprassensorial, que propõe experiências com a capacidade sensorial do espectador e dilatando-a, assim como drogas alucinógenas. De acordo com Oiticica, o suprassensorial levaria o indivíduo “à descoberta do seu centro criativo interior, da sua espontaneidade expressiva adormecida, condicionada ao cotidiano”.
Décio Vieira participa, na década de 1950, do Grupo Frente, constituído por artistas de tendências construtivo-geométricas. Nessa época, articula o espaço por meio de variações de formas e cores e por distorções da perspectiva, como ocorre em Espaço Construído, 1954. Em seus quadros, concilia a construção geométrica com a pesquisa de nuances cromáticas e o uso do sfumato, criando assim um jogo entre o definido e o indefinido.
Foi um pintor, desenhista, professor e gravadorbrasileiro. A obra de Ivan Serpa, desde o início de sua carreira, oscilou entre o figurativismo e a arte concreta.
Entre o final dos anos 50 e começo dos anos 60, seu trabalho ganhou novos contornos, passando a incorporar elementos menos determinados como gestos, manchas e respingos de tinta. Em 1960, influenciado pelo desenho infantil, construiu imagens entre a abstração e a figuração. Nessa época, atuou como restaurador de livros na Biblioteca Nacional do Brasil, trabalho que serviu como inspiração para a série dos Anóbios, feita entre 1961 e 1962.
A partir de 1963 intensificou-se seu interesse pela figuração, realizando trabalhos como os da Série Negra e das séries Bichos e Mulheres com Bichos. Algumas obras incorporaram letreiros e a sobreposição de formas geométricas. A produção foi exposta em mostras importantes, como Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira.
Em 1967 iniciou a série Op Erótica, que marcou seu retorno à linguagem construtiva. Interessado na op art, ele retomou a construção geométrica e os elementos bem definidos, tendo desenvolvido outras séries com essa característica, como Mangueira e Amazônicas. Essas obras o levaram às Arcas, móveis com formas brancas no seu interior que, por sua vez, deram origem às pinturas Geomânticas, a partir de 1969. Trabalhou nestes quadros até 1973, quando veio a falecer, com apenas 49 anos.
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