A história da arte, assim como a própria história, às vezes comete injustiças lançando holofotes em alguns fatos e pessoas, enquanto outros ficam esquecidos nas sombras.
Pelo menos foi essa a sensação que tive ao sair da exposição Stuart Davis – In Full Swing, na National Gallery of Art em DC.
Digo isso porque meu conhecimento de história da arte, aprendido em escolas e universidades brasileiras, nunca tinha passado por esse artista. Contudo, estudei por uns bons anos a obra e a vida de Andy Warhol. Não que eu queira diminuir a importância de um perante o outro, mas confesso que fiquei surpresa ao ver o trabalho abaixo, feito exatamente 30 anos antes da consagração de Warhol e da Pop Art.
Stuart Davis, artista norte-americano reverenciado nos EUA e desconhecido no Brasil, foi segundo Donald Judd, o grande pai da pop art.
Sua arte colorida, vibrante e cheia de “swing” atravessa vários períodos e influências, desde Van Gogh até Matisse. Mas foi na cultura popular e sobretudo na vibração do jazz, que Stuart Davis se consagrou.
Essa exposição, que já esteve em cartaz no Whitney Museum em NYC dá ao artista o destaque que ele merece.
Sua trajetória começa em 1921, onde Davis reproduzia freneticamente embalagens de cigarro e sabão de lavar roupa (familiar não?). No decorrer de cinco décadas o artista explorou a estética publicitária, das cores chapadas e primárias, reproduzindo com ironia os elementos da cultura popular. Frequentador assíduo da noite nova iorquina, dos bairros afro-americanos e dos bares de jazz, Davis sempre se posicionou politicamente em defesa das minorias.
Todo esse caldo tem papel fundamental em sua obra e suas pinturas reproduzem com inteligência as dificuldades e alegrias da vida nas grandes metrópoles, os contrastes sociais e principalmente o improviso e a energia do jazz, do qual Davis foi um amante fiel.
Para quem quiser saber mais recomendo esse vídeo disponibilizado pela National Gallery of Art.
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