Stuart Davis, Arch Hotel , 1929, óleo sobre tela, Sheldon Museum of Art, Universidade de Nebraska-Lincoln, Anna R. e Frank M. Hall Charitable Trust. Foto © Sheldon Museu de Arte
A história da arte, assim como a própria história, às vezes comete injustiças lançando holofotes em alguns fatos e pessoas, enquanto outros ficam esquecidos nas sombras.
Pelo menos foi essa a sensação que tive ao sair da exposição Stuart Davis – In Full Swing, na National Gallery of Art em DC.
Digo isso porque meu conhecimento de história da arte, aprendido em escolas e universidades brasileiras, nunca tinha passado por esse artista. Contudo, estudei por uns bons anos a obra e a vida de Andy Warhol. Não que eu queira diminuir a importância de um perante o outro, mas confesso que fiquei surpresa ao ver o trabalho abaixo, feito exatamente 30 anos antes da consagração de Warhol e da Pop Art.
Stuart Davis, artista norte-americano reverenciado nos EUA e desconhecido no Brasil, foi segundo Donald Judd, o grande pai da pop art.
Sua arte colorida, vibrante e cheia de “swing” atravessa vários períodos e influências, desde Van Gogh até Matisse. Mas foi na cultura popular e sobretudo na vibração do jazz, que Stuart Davis se consagrou.
Essa exposição, que já esteve em cartaz no Whitney Museum em NYC dá ao artista o destaque que ele merece.
Sua trajetória começa em 1921, onde Davis reproduzia freneticamente embalagens de cigarro e sabão de lavar roupa (familiar não?). No decorrer de cinco décadas o artista explorou a estética publicitária, das cores chapadas e primárias, reproduzindo com ironia os elementos da cultura popular. Frequentador assíduo da noite nova iorquina, dos bairros afro-americanos e dos bares de jazz, Davis sempre se posicionou politicamente em defesa das minorias.
Todo esse caldo tem papel fundamental em sua obra e suas pinturas reproduzem com inteligência as dificuldades e alegrias da vida nas grandes metrópoles, os contrastes sociais e principalmente o improviso e a energia do jazz, do qual Davis foi um amante fiel.
Para quem quiser saber mais recomendo esse vídeo disponibilizado pela National Gallery of Art.
Veja também:
A técnica de assemblage, caracterizada pela junção de objetos diversos para formar composições tridimensionais, emergiu…
Paulo Nazareth (1977, Governador Valadares, MG) ocupa hoje uma posição singular no campo da arte…
Lygia Clark (1920–1988) é uma das artistas mais decisivas na reformulação dos paradigmas da arte…
De 14 de maio a 8 de junho de 2025, a cidade de Paris recebe…
A icônica pintura “Madame X” é o destaque da grandiosa mostra “Sargent and Paris”, em…
A artista mineira Sonia Gomes, um dos nomes mais potentes da arte contemporânea brasileira, celebra…