O Instituto Artistas Latinas tem o prazer de convidar para a exposição “Tromba D’Água”, a ser realizada no Sesc São Gonçalo, com abertura em 15 de junho de 2024 (sábado), das 15h às 18h. A mostra, que tem realização do Instituto Artistas Latinas, reúne as elaborações de oito artistas mulheres latino-americanas sobre a força e a potência das águas, entendendo a coletividade enquanto catalisadora de transformações, apresentando 20 obras que ocuparão a Galeria da instituição.
Com curadoria de Ana Carla Soler, Carolina Rodrigues e Francela Carrera, a mostra reúne artistas do Brasil, Guatemala e Argentina em diferentes linguagens, como pintura, escultura, fotografia e videoarte, composta por trabalho das artistas brasileiras Alice Yura, Azizi Cypriano, Guilhermina Augusti, Luna Bastos, Roberta Holiday e Thais Iroko, da artista guatemalteca Marilyn Boror Bor e da argentina Natália Forcada.
As obras abordam assuntos ligados à espiritualidade, ancestralidade e à relação do feminino com a natureza. A temática gira em torno da coletividade e suas potências, partindo da ideia de afluência das águas para discutir questões sociais e de gênero que perpassam as vivências da América Latina.
“Em um contexto social em que se pretende sufocar, soterrar e ignorar essa pulsão ambiental, o fenômeno da tromba d’água surge como uma alusão ao respeito que se deve ter por esta energia impetuosa. Nesta exposição, as características das águas criam espaço para trilharmos outros percursos na construção de uma sociedade pautada em relações sensíveis entre a humanidade e a natureza”, destacam as curadoras, que assinam o texto curatorial coletivamente.
A exposição também cumpre um papel de intercâmbio cultural, visto que são apresentadas obras de artistas da Guatemala e Argentina.
A exposição, que parte do conceito curatorial desenvolvido pelo conselho de curadoria do Instituto Artistas Latinas, explora a força soberana das águas, que se assemelha ao papel do sol para os planetas. As águas estruturam sociedades, fornecem recursos vitais e revelam a fragilidade daqueles que tentam controlá-las. O fenômeno da tromba d’água, seja nos oceanos ou rios, cria uma conexão entre o mar, o céu, os rios e a terra, destacando o poder intrínseco das águas em sua ação transformadora e muitas vezes imprevisível.
O projeto visa não apenas promover reflexões sobre justiça climática e ações de preservação ambiental, mas também proporcionar espaços de diálogo e educação através de oficinas e atividades complementares. “Aqui, as artistas apresentam propostas que ignoram os obstáculos que poderiam limitar suas agências e abrem os caminhos que um dia estiveram obstruídos”, reforçam as curadoras Ana Carla Soler, Carolina Rodrigues e Francela Carrera.
Um dos destaques da exposição é um mural inédito, intitulado “A água me contou muitos segredos”, com 10,35 metros de largura, pintado pela artista Luna Bastos, direto na parede da Galeria.
A mostra, que faz parte da programação artística anual do Instituto Artistas Latinas, ficará em cartaz até o dia 1º de setembro de 2024.
Alice Yura é natural de Aparecida do Taboado, interior do Mato Grosso do Sul, e atualmente reside em São Paulo. Sua obra reflete seu interesse nas relações e processos entre arte e vida, afetos e encontros, bem como suas interseções com diversos campos, incluindo política, cultura, biologia, corpo e formação de identidade e alteridade. Em suas produções, explora as fronteiras e os tempos que a formam na busca de uma espécie de amor entre a ordem e o caos.
Azizi Cypriano atualmente reside no Rio de Janeiro, onde atua como artista, escritora e pesquisadora. Sua obra é marcada pela criação de poéticas e estruturas relacionadas às epistemes ancestrais, explorando as múltiplas formas de construir com as próprias mãos dentro da espiral do tempo. Atualmente, é graduanda em História da Arte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e já participou de diversos grupos de formação em arte e mediação cultural.
Guilhermina Augusti atualmente residente no Rio de Janeiro, é reconhecida por sua obra, incluindo a criação da bandeira ATRAVECAR-ESCURECER do Museu de Arte do Rio. Como artista plástica, suas criações abordam questões relacionadas ao corpo dentro de uma perspectiva outra de humanidade, explorando a interação entre o corpo material dos objetos e a natureza, geometria, simbologia, adinkras e fabulações, buscando a eclosão da racialidade. Essas reflexões são expressas através de diferentes linguagens, com destaque para a serigrafia, arte digital, bandeira e escrita.
Luna Bastos nasceu em Teresina e atualmente reside e trabalha no Rio de Janeiro. Sua prática artística aborda temas relacionados às suas experiências como mulher negra e sua ancestralidade, explorando diversas mídias, como pintura, bordado, escultura e graffiti. Uma parte significativa de sua pesquisa está centrada na simbologia Adinkra, buscando criar novos significados a partir de símbolos já existentes como uma forma de compreender o presente e o futuro à luz do passado.
Marilyn Boror Bor, artista maia-kaqchikel nascida em San Juan Sacatepéquez, Guatemala, em 1984, e atualmente residindo na mesma cidade, destaca-se por sua prática artística que desafia visões patriarcais e racistas. Utilizando diversas formas de expressão, como desenho, pintura, fotografia, design gráfico, instalação e performance, Boror Bor explora narrativas que confrontam essas estruturas opressivas. Seu trabalho foi exibido na BIENALSUR 2021 na Argentina, a Bienal del Sur – Pueblos en resistencia na Venezuela e a XIX, XX, XXII e XXIII Bienal de Arte Paiz na Guatemala, entre outros. Além disso, participou da última Bienal de São Paulo.
Natalia Forcada, nascida na Argentina, é uma cineasta, artista visual e cênica. Possui licenciatura e docência em Direção de Cinema pela Universidad del Cine. Além de seu trabalho criativo, Forcada atuou como jurada e palestrante na Espanha e Argentina. Expôs e realizou residências na Itália, Espanha, Colômbia, Equador, Uruguai e Argentina. Recebeu distinções como ser finalista no Prêmio ITAU 2018, ser selecionada para a Bienal PerfoArtNet 2018 na Colômbia, participar da Seleção Festival Anima Mundi em Veneza 2017, ser finalista do Talent Contemporains na Fundação François Schneider em 2016, e ter participado do Hors Pistes no Centro Pompidou em Paris, entre outros.
Roberta Holiday é uma artista que reside em Belford Roxo, RJ. Sua prática artística é profundamente influenciada pela música e tem como foco principal as experiências das mulheres negras e o território urbano. Em 2021, exibiu sua obra “Amor de Criação” na ArtRio, no Espaço da Rede NAMI. No ano seguinte, em 2022, participou da exposição coletiva “Um Defeito de Cor” no Museu de Arte do Rio, além de contribuir para a exposição coletiva “Acessos” na Escola de Artes Parque Lage. Em 2023, foi selecionada para participar da Residência Artística Elã.
Thais Iroko é uma artista do Rio de Janeiro. Além de sua prática artística, ela também atua como arte educadora e está atualmente cursando Engenharia Agronômica na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Integrante do Movimento Nacional Trovoa (RJ), Iroko utiliza a colagem como principal técnica, misturando fragmentos de imagens e sons obtidos por meio de pesquisa ou registros pessoais e familiares. Sua obra transita entre diferentes formas de expressão, incluindo pintura, objeto, performance, vídeo e palavra como instrumentos de virtualização criadores de imaginários, explorando temas como memória, imagem e território. Ao acumular e elaborar cenas, ela cria narrativas de pertencimento em um mundo que rejeita seu corpo, sua intelectualidade e sua história.
A exposição “Tromba D’Água” contará com atividades educativas destinadas a integrar a população do entorno da unidade do Sesc São Gonçalo ao conceito curatorial proposto pelo Instituto Artistas Latinas. as oficinas acontecerão no espaço expositivo e contam com a participação de agentes educativas e artísticas que tem, em seu trabalho, conceitos de coletividade.
Como facilitadoras das oficinas, estão Thaís Monteiro, fotógrafa e fundadora do Coletivo Analógico do Rio de Janeiro, Consuelo Bassanesi, artista e gestora cultural, fundadora da Despina, acompanhada de Marcela Fauth, ambas do coletivo Vem pra Luta Amada, além de Mery Horta e Laís Castro, artistas do corpo e da performance, também integrantes do Mó Coletivo.
Paulo Farias, presidente do Instituto Artistas Latinas, ressalta: “As ações educativas são essenciais para as nossas exposições. São a partir delas que o público visitante e, principalmente, a comunidade do entorno, conseguem aprofundar as poéticas e histórias que queremos contar.”
As oficinas serão abertas para diferentes públicos e contarão com tradução simultânea para Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), sendo oferecidas gratuitamente mediante inscrição prévia ou retirada de senha no dia da atividade.
29/06 às 11h – Oficina – Corpo coletivo: dinâmicas de ação em conjunto com Mery Horta.
Voltada para adultos maiores de 18 anos, a oficina abordará dinâmicas de ação em grupo, promovendo o cuidado e a escuta mútua como elementos essenciais para a integração com a natureza. Com exercícios práticos que estimulam a atenção aos sentidos, os participantes serão guiados na realização de ações em conjunto, visando desenvolver uma ecologia do cuidado. A atividade terá duração de 50 minutos e capacidade para 20 pessoas. Recomenda-se o uso de roupas confortáveis.
As senhas para participação serão distribuídas diretamente na unidade Sesc, uma hora antes do início da oficina.
13/07 às 11h – Oficina – Fotografia analógica com Thaís Monteiro.
A oficina promove uma imersão no mundo da fotografia tradicional. Durante esta experiência, os participantes terão a oportunidade de redescobrir a arte e a magia de capturar momentos com câmeras analógicas. A oficina abordará desde os fundamentos básicos da fotografia analógica até a composição da imagem, explorando diferentes tipos de filmes e suas características. Os participantes também terão a oportunidade de realizar fotografias ao ar livre pela unidade Sesc. A oficina é destinada a pessoas a partir de 10 anos de idade, com duração de 50 minutos e capacidade para 10 pessoas.
A inscrição é feita mediante formulário online.
27/07 às 11h – Oficina – Oficina de serigrafia feminista com Consuelo Bassani e Vem pra Luta Amada.
Esta oficina é uma oportunidade para expressão criativa e reflexão sobre questões de gênero, igualdade e empoderamento. Durante a atividade, os participantes irão aprender técnicas de serigrafia e participar de diálogos coletivos, utilizando a serigrafia como uma ferramenta poderosa para amplificar vozes e contar histórias importantes. Eles terão a opção de selecionar matrizes com frases icônicas do projeto Vem Pra Luta Amada ou criar suas próprias frases, criando estampas em tecidos coloridos de algodão. A oficina é destinada a pessoas a partir de 7 anos de idade, sendo obrigatório o acompanhamento de um responsável para menores. Com duração de 50 minutos, a capacidade é de até 20 pessoas.
A inscrição é feita mediante formulário online.
17/08 às 11h – Oficina – Oficina de experimentação coletiva com Lais Castro.
A oficina propõe uma reflexão coletiva sobre a relação com a terra e a materialidade das plantas, explorando as dimensões de brincadeira, vigor e cura. Destaca-se que muitas manifestações da cultura popular afro-brasileira estão conectadas a essas dimensões. Como introdução, a facilitadora propõe uma prática de corpo em grupo, utilizando movimentos importantes do jongo, como a umbigada e o passo do amassa café. Os participantes serão convidados a pisar na terra e se relacionar com algumas ervas, explorando criativamente o movimento do corpo com os aspectos sensoriais que as ervas despertam. A oficina é aberta para pessoas de todas as idades, sendo obrigatório o acompanhamento de um responsável para menores. Com duração de 50 minutos e capacidade para 20 pessoas, recomenda-se o uso de roupas confortáveis.
As senhas para participação serão distribuídas diretamente na unidade Sesc, uma hora antes do início da atividade.
Criado em 2019, o Instituto Artistas Latinas é uma instituição cultural dedicada para pesquisa, acervo e educação em artes visuais com foco em produções femininas latinoamericanas. Tendo como missão fomentar uma história da arte mais equitativa e inclusiva, produzimos conteúdos e projetos que auxiliam na construção de uma teia de conexões entre as diferentes personagens do ecossistema artístico nacional e internacional.
A instituição cria e apoia iniciativas que solucionem ou discutam questões que perpassam as vivências e produções femininas(istas), focando em ações de transformação social, de expansão educativa e práticas curatoriais contemporâneas. Seja no ambiente físico ou digital, já são mais de 15 projetos desenvolvidos ou apoiados, além de um intenso calendário de ações planejadas.
Já participaram de suas ações diretas mais de 300 artistas de 5 países diferentes, além das 900 artistas mapeadas, em projetos que se dividem entre ambiente virtual e o físico, atuando em espaços parceiros como o Museu de Arte do Rio, O Centro Cultural PGE/RJ, o Museu da História e Cultura Afro-Brasileira, o Paço Imperial, o Armazém Coletivo Elza, unidades do SESC Rio, nas feiras ArtSampa e ArtRio, além da Galeria Evoé.
Exposição “TROMBA D’ÁGUA”
Curadoria: Ana Carla Soler, Carolina Rodrigues e Francela Carrera
Realização: Instituto Artistas Latinas
Abertura: 15 de junho de 2024, das 15h às 18h
Visitação: Até 1º de setembro de 2024
Terça a sábado 9h às 18h
Local: Sesc São Gonçalo – Av. Pres. Kennedy, 755 – Estrela do Norte, São Gonçalo – RJ
Entrada gratuita
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