Bill era um desses artistas com senso estético apurado desde muito pequeno.
Começou com uma pequena “Brownie” fotografando nas ruas durante a Segunda Guerra Mundial.
Não considerava-se um bom fotógrafo por ser tímido demais e não ser suficientemente agressivo. Foi exatamente essa timidez que fez com que Bill Cunningham fosse um dos mais respeitado fotógrafos de moda que o mundo viu.
Observar as mulheres “maravilhosamente” bem vestidas – como ele mesmo dizia, era o que ele mais amava fazer. Os cultos da igreja de domingo eram para admirar os chapéus que as mulheres usavam e que ele se propôs a confeccionar mais tarde.
Em 1948, depois de ter estudado um semestre em Harvard, e ter desistido – decidiu que tentaria a vida em Nova York. Apesar de trabalhar em vários trabalhos paralelos, foi fabricar seus chapéus, feitos a mão, que realmente Bill amava fazer.
Apesar de ter clientes famosas, ele sempre dizia que:
“A fama não é importante para mim, mas fotografar uma mulher impecavelmente vestida isso sim”.
Em 1953, David Montgomery, um fotógrafo que Bill admirava muito, deu-lhe de presente uma Olympus Pen-D, uma câmera muito pequena que custava na época $35. Ele recebeu o presente como o melhor de sua vida e isso foi uma espécie de divisor de águas.
Bill, fotografava muitas mulheres e pessoas que estavam vestidas de uma maneira interessante. Ele não enxergava as pessoas, somente enxergava as roupas e a forma como elas estavam combinadas.
Seu material foi finalmente descoberto quando “sem querer” fotografou Greta Garbo. Bill não percebeu de quem se tratava, mas o caimento perfeito de seu casaco, isso sim foi notado.
Em 1970, Bill foi convidado para trabalhar oficialmente para o New York Times, e desde então fotografou milhares de editoriais de moda, desfiles, e sobretudo – o que ele mais gostava de fazer: fotografar o desfile de moda que acontecia espontaneamente nas ruas de Manhattan, sempre vestindo seu casaco azul e usando sua bicicleta.
Bill nunca procurava pessoas específicas ou celebridades – de fato isso era totalmente irrelevante para ele, mesmo sendo amigo e respeitado por todos os influenciadores do mundo da moda. Eram com as mulheres anônimas que desfilavam em Manhattan, com atitude, elegância e impecabilidade que Bill “gastava seus clicks” e que verdadeiramente o motivavam.
Bill Cunningham faleceu dia 25/06/2016 em Nova York.
Veja também:
O Espaço Arte M. Mizrahi, no centenário do surrealismo, apresenta a exposição coletiva 'Quimeras –…
O Espaço 8, em São Paulo, inaugura em 09 de novembro, a exposição "Dilúvio no…
A Galeria Estação foi ocupada, ao longo de 2024, por cinco mostras inéditas especialmente idealizadas…
Ter visibilidade é fundamental para que você consiga comercializar a sua arte e construir uma…
Os 10 mestres do autorretrato reunidos aqui são aqueles artistas que tiveram um volume considerável…
Olympia (1863) é uma obra controversa feita pelo pintor francês Édouard Manet. O quadro, que…