Henri Matisse (1869 – 1954) foi um importante artista francês conhecido pelo uso intenso da cor e liderança no movimento fauvista.
Desenhista, gravador, escultor e pintor, é comumente considerado um dos artistas que ajudaram a definir os desenvolvimentos revolucionários nas artes plásticas nas primeiras décadas do século XX.
Entre suas primeiras palestras como professor de arte, entrevistas com jornalistas, cartas a familiares e reflexões gerais sobre arte, Henri Matisse deixou dezenas de textos que expressam seu pensamento sobre o que realmente significa ser um artista.
Nesta matéria reunimos 4 dos principais temas abordados pelo artista em relação ao fazer artístico.
Nas palavras do artista: “Todo o arranjo da minha pintura é expressivo: o lugar ocupado pelas figuras, os espaços vazios em torno delas, as proporções, tudo tem sua parte”.
Matisse procurou expressar a luz – não o fenômeno físico – mas a única luz que realmente existe, “aquela no cérebro do artista”.
Entretanto, ele acreditava que antes de buscarem suas expressões artísticas próprias, os artistas deveriam primeiro aprender os fundamentos básicos da arte – composição, linha e assim por diante.
Ainda estudante, foi ao Louvre copiar obras de artistas como Rafael, Nicolas Poussin, e Annibale Carracci (instruído a fazê-lo por seu próprio professor, Gustave Moreau). “Seria errado pensar que houve uma quebra na continuidade do progresso artístico desde os primeiros pintores até os dias de hoje”, escreveu ele em 1935.
Essa lição de Henri Matisse retrata o que acontece com todos os grandes nomes de todas as áreas. Antes de serem grandes profissionais, as pessoas precisam pensar nos estágios iniciais de seus cargos; treinar, evoluir, acertar e errar. A partir daí elas poderão atingir a maestria.
Desde jovem, Matisse era um violador de regras. Primeiro, ele deixou a faculdade de direito em 1892 para começar a pintar. Depois, abandonou seus estudos com artistas acadêmicos tradicionais, que o forçaram a pintar naturezas mortas e paisagens clássicas. Em 1898, após ser apresentado ao Impressionismo, decidiu passar o ano inteiro pintando como ele realmente queria.
“Logo, o amor pelos objetos veio a mim como uma revelação. Senti uma paixão pelas cores se desenvolvendo dentro de mim”, disse o artista. Essa “paixão pela cor” evoluiu para o fauvismo.
Em 1912, em resposta ao motivo pelo qual pintou tomates de azul em uma tela, ele disse: “Porque eu os vejo dessa maneira, e não posso evitar se ninguém mais os vê”. O artista sempre defendeu a originalidade ao longo de sua carreira, especialmente no uso da cor.
De acordo com Matisse, uma nova obra deve ser algo único; o artista deve reunir toda a sua energia, sua sinceridade e a maior modéstia, para “quebrar” os velhos clichês que são facilmente encontrados durante o trabalho.
Independente do local em que estava, o ateliê de Henri Matisse sempre possuía objetos que o fascinavam: cerâmicas, tecidos, estatuetas, plantas, pássaros, vasos, etc.
Além de visualmente atraentes, esses itens também serviam como temas para seus trabalhos.
“O objeto é um ator”, ele disse certa vez. “Um bom ator pode participar de 10 peças diferentes; um objeto pode desempenhar um papel diferente em 10 imagens diferentes”.
Em 1941, quando tinha 72 anos, Henri Matisse foi diagnosticado com câncer no intestino. Depois da cirurgia ele teve que passar os anos restantes de sua vida na cama ou em uma cadeira de rodas.
Apesar dessa grande adversidade, o artista viu isso como uma oportunidade para novos começos. Ele reorganizou seu quarto de forma que tudo que ele precisava para fazer arte estivesse ao seu alcance.
Para pinturas e desenhos maiores, Matisse prendia um pincel ou pedaços de carvão na ponta de um longo mastro, permitindo que ele alcançasse o longas distâncias.
Mesmo quando sua condição física se deteriorou ainda mais, forçando-o a desistir da pintura, ele continuou a fazer arte na forma de recortes. Nesse momento, o artista pedia para que seus assistentes pintassem pedaços de papel com guache em seus tons preferidos; depois, Matisse cortava-os em vários formatos e os colava no papel, tudo feito na sua cama.
Em cartas a seu filho, descreveu essa inesperada explosão criativa após a cirurgia: “Ainda estou aqui. Eu me concentro em apenas uma coisa – meu trabalho, pelo qual vivo”, escreveu ele.
“Do ponto de vista do meu equilíbrio mental, a minha operação foi extraordinária. Isso me deu um novo equilíbrio. Colocou minhas ideias em ordem. Isso me deu uma segunda vida. ”
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