Opinião

Mergulho no lado escuro: Salua Saleh


Arte é um enigma. E por isso fascina. Quanto mais nela mergulhamos, mais fica evidenciado o pouco que dela conhecemos. Seus segredos são inúmeros tanto no processo de criação como no de recepção. Palavras como ‘beleza’, por exemplo, são muito mais que relativos e qualquer certeza é proibida.

Salua Saleh oferece imagens, numa vertente figurativa, que trazem, no mínimo, duas indagações. A primeira está na ordenação de seus peculiares e pessoais casarios. Não se trata de uma representação realista, mas de um universo lúdico em que a justaposição de cores e formas ocorre de maneira a gerar diálogo entre contrastes e harmonias.

É estabelecido assim um diálogo denso e profundo das maneiras de lidar com os procedimentos da pintura. Não há resposta certa, mas sim perguntas adequadas. E são essas indagações criativas que levam às obras com representações humanas da artista nascida em Barrinha, SP, e radicada em Ribeirão Preto, SP.

A expressividade atingida impressiona. Há ali uma intensa humanidade, uma rica entrada e uma compreensão íntima do significado da vida, principalmente no sentido de que aquilo que é mais importante está no lado mais escuro de nós mesmos. Trazer essa percepção para as artes não é tarefa fácil, mas Salua Saleh sai vitoriosa da jornada.

Oscar D’Ambrosio, mestre em Artes Visuais, doutor em Educação, Arte e História da Cultura.

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Equipe Editorial

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