Aqui a spoilers, sobre a vida.
A série conta a história de Clay Jensen (Dylan Minnette), um adolescente recebe fitas gravadas por Hannah Baker (Katherine Langford), narrando os motivos que a levaram ao suicídio, em 13 fitas cassete, revelando 13 pessoas que foram ativas ou omissas ao seu drama.
Uma fato precisa de destaque:
NÃO HÁ NADA DE HERÓICO EM UM SUICÍDIO. Eu particularmente, não me preocupo apenas com o aumento da depressão, mas também com a glamurização da mesma.
O heroísmo está um passo além do “sobreviver”: é possível encontrar um glamour (solitário) no caminho entre a sobrevivência e a existência. Existir, em toda a sua essência, é o maior ato tanto de heroísmo quanto de subversão. Um informe para as novas gerações é que o sofrimento juvenil sempre existiu, os seus pais e avós sofreram, tão ou mais solitários do que vocês.
O bulling sempre existiu, os problemas emocionais extremos também, conjuntamente com a escolha de se acovardar atrás da morte ou sobreviver, geralmente por amor a si e aos que nos rodeiam. Simples assim.
A série para mim, fala é de EXISTÊNCIA, e não de sobrevivência. Fala de um sistema de forças que cria uma falsa moralidade, fala de um sucesso que resume “dignidade” como um conceito formulado por uma maioria, para a sua proteção e benefício, sendo assim, a ética (como “parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo esp. a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social.”) é mutável. Ela sempre foi mutável e o seu próprio conceito define essa maleabilidade.
A série ressalta o crime da OMISSÃO. Faz séculos que as crianças deveriam estar sendo ensinadas sobre “responsabilidade” de forma diferenciada: Somos culpados não apenas pelo mal ao qual colaboramos, somos culpados também pela culpa do mal ao qual somos omissos.
Então a trama não deixa de ser um julgamento, somos vítimas ou culpados desses julgamentos todos os dias, e na maioria das vezes a dignidade se ausenta onde há ingenuidade ou falta de traquejo social, e é substituída por uma dignidade moderna, a que paga contas, a que gera status social. Todos nós lutamos diariamente é pela DIGNIDADE, outra palavra que pode ter significados que sentam cada hora de um lado da balança.
Há nisso tudo um grande erro de julgamento?
Há, não somos estóicos.
Só gostaria que os jovens tivessem mais interesse para correr atrás de significado de palavras “estoicismo”, do que os seus cultos cegos e desenfreados por “lendas urbanas” como a da baleia azul.
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