Quem é o artista? Dudi Maia Rosa
O que vai ter na exposição? Pinturas e esculturas, Fiber.
Até quando? 20 de dezembro
Em sua próxima individual na Galeria Millan, Dudi Maia Rosa retoma a vertente figurativa de seu trabalho. Muito conhecido pelos seus fibers (obras em fibra de vidro que exploram questões tanto da pintura quanto da escultura, presentes em sua carreira desde a década de 80), o artista cria esta exposição com uma nova técnica, em que parte de aquarelas e desenhos criados por ele em 2011 e 2012.
Trata-se de uma nova frente de sua pesquisa com materiais, na qual aborda relações com a tradição pictórica de forma singular, através da revisitação de temas como a paisagem, natureza morta, cenas de cinema, fantasias e imagens para projetos não realizados. O artista apelida esses trabalhos de “cábulas”, termo que remete à sua iniciação artística, conforme seu depoimento:
Com 13 ou 14 anos, como tinha certa diferença com o ambiente da escola, precisava decidir como lidar com o tempo livre e com a solidão quando faltava deliberadamente a aulas. Depois de esconder a mala, começava a tentar decidir qual poderia ser a minha atividade. Aprendi a partir daí a inventar o que fazer. Não eram muitas as opções, mas foram determinantes para minha iniciação às artes: podia ir à sessão das duas de cinema, se tivesse dinheiro, ou perambular pela região central da cidade. Nesse mesmo “tempo livre” compreendi que queria e poderia criar algo artístico. Assim, em 1965, comecei a desenhar e criar imagens livres, com caneta bic.
Em 1978, fazendo minha primeira exposição individual no MASP, misturei técnicas diversas: telas em acrílica, peças em cerâmica pintadas e algumas vezes combinadas com colas sintéticas e pigmentos. Percebo hoje que uma das coisas mais importantes da exposição talvez seja um catálogo que produzi com baixa tiragem, com aquarelas que representavam praticamente todas as obras. A publicação teve ampla repercussão em todo o meu trabalho posterior, marcado pelo uso de uma mídia, um procedimento que está presente em meus ‘fibers’, algo “entre” a pintura e a releitura da mesma, incorporando também a matéria das esculturas.
Na presente exposição, retomo a ideia de retrabalhar imagens através de aquarelas e também poucas peças em fibra de vidro, algo bastante próximo das imagens do catálogo de 1978 – curiosamente intitulado ‘pinturas’, escrito a lápis, e marcado por um cromatismo dominante. Era um momento importante em que as “cábulas” iniciais ganhavam outra dimensão, uma certeza de que eram trabalhos que sintetizavam um risco e aventura através dos quais me comunicava com um público e me iniciava definitivamente às artes. (Dudi Maia Rosa, setembro de 2012)
SOBRE DUDI MAIA ROSA
(São Paulo / SP, 1946) Pintor e desenhista, com diversas exposições individuais e coletivas nacionais e internacionais. Participou da Bienal Internacional de São Paulo (SP), nas edições de 1987 e 1994, da Bienal de Johannesburgo (África do Sul) em 1995, e da Bienal do Mercosul em Porto Alegre (RS) em 2005. Em 2008, apresentou a exposição individual Eu Sou um Outro no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo (SP).
As férias estão chegando, e São Paulo está cheia de opções culturais imperdíveis! Com uma…
Fizemos um guia prático com dicas para te ajudar a ganhar dinheiro sendo artista. Hoje,…
Da segunda metade do século XVIII ao início do século XIX ocorreram inúmeras discussões no…
A Capela Sistina iniciada no século XV, deve seu nome ao Papa Sixto IV della…
Muitos séculos e fases caracterizaram o período de produção da arte grega. Embora se sobreponham,…
O termo “arte ultracontemporânea” foi adotado pela plataforma Artnet para designar trabalhos feitos por artistas…