Categories: Pintura

Kunsthalle apresenta: Dwari

Quem é o artista? Dwari
O que vai ter na exposição? Pinturas
É um bom programa? Sim
A galeria é conceituada? Sim
Quantas obras serão expostas? Traz ao todo 22 trabalhos, além de 36 desenhos que forma a instalação “Identidades”
Até quando? 22 de dezembro

“A esperança de harmonia no mundo contemporâneo encontra-se em grande medida, em uma compreensão mais clara das pluralidades da identidade humana, e na apreciação de que elas se entrelaçam mutuamente e trabalham contra uma aguda separação ao longo de uma única linha rígida de divisão impenetrável.”

Amartya Sen

Dando continuidade à série Processos, que chega a sua terceira parte, a KUNSTHALLE São Paulo apresenta a exposição “Sou filha do caminho, minha pátria é caravana, e minha vida, a mais inesperada das travessias”, da artista paulistana Dwari. O anseio pelo novo, pela busca do inesperado e o questionamento sobre sua própria identidade são elementos que norteiam esta exposição, com curadoria de Marina Coelho.

Em cada uma das inúmeras viagens que faz, Dwari coloca suas certezas em risco, entrando em um espaço de negociação com sua própria vida, onde a noção usual de pertencimento a uma dada cultura e identidade dá lugar ao contato e à interconexão, ao relaxamento das fronteiras e certezas e a novos paradigmas. Segundo a curadora, “é através desse deslocamento e conexão com outras identidades, que crenças, preconceitos e costumes – que limitam nosso olhar – vão ganhando outros significados, e novas formas de representação e expressão se elaboram”. A partir da reorganização interna dessas vivências – associadas a lembranças, fotografias, objetos e outros registros afetivos, além de sua própria imaginação – que a artista desenvolve o trabalho apresentado nesta exposição, que traz ao todo 22 trabalhos, além de 36 desenhos que forma a instalação “Identidades”.

O primeiro núcleo da mostra é composto por cinco pinturas em grandes formatos batizadas de Paisagens Inventadas. Realizadas em nanquim colorido (de origem indiana), acrílica e aquarela sobre papel artesanal, essas obras têm a cor como elemento visual predominante. Elas materializam a luz e organizam o espaço pictórico por meio de manchas e camadas que se sobrepõem. Esse núcleo inclui ainda sete aquarelas em pequenos formatos e sete cadernos de viagem da artista, que serão apresentados em caixas acrílicas. Esses cadernos mostram estudos e apontam para elaborações daquilo que é visto, pensado e sentido, sendo assim o ponto de partida para suas obras. Para a exposição, a artista mostra ainda uma projeção contendo uma seleção de páginas desses cadernos com áudio de textos relacionados ao tema.

Duas pinturas em papel da série Florestas fazem a transição para o segundo núcleo, que apresenta obras monocromáticas. Tratando da questão da identidade, esse núcleo inclui uma tela e 36 desenhos a nanquim e aquarela que retratam raças, etnias e religiões (instalação Identidades). Essas obras não são retratos de pessoas específicas, mas representações da pluralidade de identidades humanas, pelas quais Dwari discute a idéia de identidade e cultura e a possibilidade de liberdade, ao mesmo tempo em que as imagens servem como um relato da experiência vivenciada nos lugares em que a artista esteve, especialmente a Índia e alguns países de cultura islâmica.

Sobre a artista:

Dwari (São Paulo, 1967), vive e trabalha na capital paulista. Mestre em Artes Visuais pela Faculdade Santa Marcelina, exerce o ofício de artista plástica desde 2000. Já participou das seguintes exposições: Coletiva, na Galeria Ponto e Arte (2011); Coletivo 2011, na FASM-SP (2011); Uma viagem de 450 Anos, no SESC Pompéia (2004) todas em São Paulo; individual Shunyata (2009); Mostra de Arte e Cultura (2005); Mostra de Arte e Cultura (2006); Individual (2002), todas em São Francisco Xavier; Coletiva, no Studio “S” (2001), em Pune, Índia. Pelo reconhecimento de seu trabalho, recebeu os seguintes prêmios: Menção Honrosa Aquarela Internacional, do Prêmio Mostra Nacional (2008); 3º. Lugar Categoria Jovens Artistas, na I Quadrienal Internacional de Aquarela, na FASM-SP (2003); 2°. Lugar do Prêmio VI Concurso Consulesa Antonietta Feffer Z´L, Categoria Artístico Adulto (2002), todos em São Paulo.

Sobre a KUNSTHALLE São Paulo

Aberto em setembro de 2012, a KUNSTHALLE São Paulo é um espaço dedicado à arte contemporânea. Abrigando exposições e projetos de artistas nacionais e internacionais, o espaço é caracterizado pela experimentação, formação de comunidade e criação de discussões em torno de temas atuais da sociedade e da arte contemporânea. Este conceito democrático busca proporcionar um ambiente informal, na tentativa de eliminar as hierarquias existentes nas relações entre artista, curador e público.

Composto por um espaço expositivo e um café / bar (Sulferino Café) a KUNSTHALLE São Paulo serve como um ponto de encontro para artistas, teóricos, e interessados em arte de forma geral, que podem sugerir projetos, eventos discursivos, como palestras e debates, bem como projeções de vídeos e concertos. Os projetos desenvolvidos juntamente com os artistas seguem temas anuais, de forma que o público possa desenvolver um maior entendimento sobre tudo o que é apresentando durante o ano.

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