Num mundo até então dominado por homens, o graffiti e a street art (arte urbana) tem ganhado novos ares com as mulheres que resolveram se render a arte do spray. São muitos talentos sendo divulgados a cada dia, tanto de artistas emergentes quanto das que estão na luta há muitos anos. Na seleção de hoje mostramos 15 mulheres brasileiras que enfeitam os muros do país e do mundo.
Com o empoderamento feminino à flor da pele, as paredes das cidades viram alvo de protesto e mensagens sobre temas que rodeiam o universo da mulher: violência doméstica, feminismo, câncer de mama, padrões de beleza, resistência, espiritualidade e elementos da natureza. Enfim, uma voz que ecoa através de cores e da expressão artística, que tanto altera a nossa realidade quanto nos faz sonhar com situações melhores.
Outras técnicas da street art, como o stencil, o bombing e o lambe lambe também surgem por mãos femininas que encontraram neste meio uma forma de reivindicar seus direitos, mostrar seus medos, paixões e vontades numa era da qual ainda tentam sufocar suas palavras e desejos. Porém, a repressão só nos dá ainda mais força para gritar, pintar e embelezar até aquelas coisas que parecem incorrigíveis. Não há traços tortuosos que não se endireitem nessa vida.
Nascida na cidade de Tupã, Mari é artista plástica autodidata e encontrou no graffiti uma forma de criar e se expressar. Sempre rodeada de flores, explora o universo feminino com desenhos que retratam a mulher, espalhados pelos muros de São Paulo, em especial no bairro do Cambuci.
O trabalho da Siss ganhou notoriedade após estampar a capa do single Superstar, da Madonna, em 2012. Artista plástica há mais de 16 anos, tem foco no stencil e no lambe-lambe, também abordando temas que são parte do cotidiano das mulheres.
Magrela foi criada no antro da arte urbana, a Vila Madalena, e teve contato cedo com as artes plásticas graças ao pai, que pintava telas. Com desenhos espalhados pelo mundo, a artista inspira-se na euforia urbana de São Paulo para transitar por temas que falam sobre a mistura da cultura brasileira: a fé, o sagrado, o ancestral, a batalha do dia a dia, a resistência, a busca pelo ganha-pão, o feminino.
Irmã de cinco meninas, não é a toa que Nina leva para as telas traços muito delicados e femininos, que remetem à infância e a natureza. Do Cambuci para o mundo, ela já expôs e desenhou em países como Alemanha, Suécia, Nova York, Los Angeles e Escócia, onde pintou um castelo junto com Os Gêmeos e Nunca.
Evelyn Queiróz é uma figura conhecida no mundo da street art. Seu trabalho contestador denuncia das situações de opressão e preconceito sofrido por mulheres, principalmente, fora dos padrões estéticos de corpo. Atualmente, está com um projeto de mochilão no qual troca passagens por ilustrações, telas, graffitis, aquarelas e o que mais puder produzir.
A arte da Ju Violeta é assim, inconfundível. Os traços marcantes revelam um universo onírico bastante particular, “um mundo para além dos olhos que todos podem ver”, segundo a própria. Formada em Design de Interiores e Paisagismo, nota-se bastante a presença do verde e de elementos da natureza em seus trabalhos, que expressam a importância do meio ambiente, mesmo num cenário de sonhos.
A paulistana de Embu das Artes é autodidata em sua arte, influenciada na pintura desde cedo por sua mãe. Entrou para o mundo do graffiti depois de se envolver com a cultura hip-hop e atualmente coloca seu trabalho sob várias plataformas, retratando mulheres negras com elementos da África, do circo, da natureza e do Brasil, criando seu próprio universo lúdico.
Em constante parceria com Chivitz, a artista espalha seus inúmeros gatos coloridos por São Paulo. Os desenhos bem coloridos e de traços fortes tem uma pegada divertida, ideais para dar vida nova a pontos cinzas da cidade.
A arte da Mathiza tem traços delicados e ilustram os muros de São Paulo. O preto e o branco surgem constantemente para criar as linhas de seus desenhos, seja no graffiti ou nas demais intervenções que cria. Segundo ela, a intenção é comunicar justamente que há ali, sobras e sombras daquilo e daqueles que só são vistos com a força da nossa atenção.
Grazie é de São Paulo e retrata figuras femininas através de uma técnica que lembra a aquarela. Os traços delicados revelam mulheres distintas, sem fazer uso de um personagem único. A conscientização sobre o câncer de mama também foi alvo de seus trabalhos durante a campanha Tinta Contra o Câncer de Mama.
Flávio Cerqueira: 15 anos de escultura e significados A partir de 7 de dezembro, o…
As galerias Fortes D’Aloia & Gabriel e Quadra, em São Paulo, apresentam juntas a exposição…
No dia 11 de dezembro, o Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, abre as…
O Centro Cultural dos Correios do Rio de Janeiro tem o prazer de convidar para…
O Museu da Língua Portuguesa apresenta histórias de vida contadas no formato de literatura de…
O Instituto Tomie Ohtake lança seu novo podcast, A parte pelo todo: uma viagem entre arte,…