Categories: TecnologiaVideoarte

Veja o que acontece na F.I.L.E 2017

Bolhas de sabão surgindo de grandes buzinas. Um tapete de sensores que cria música com o toque. Uma nuvem brilhante que respira. Corpos que tentam se encaixar entre retângulos animados e grandes infláveis. Um vaso que só quer mostrar seu lado perfeito aos observadores. Desconhecidos que ganham um momento mágico por meio de chamadas de vídeo. Essas e muitas outras experiências aguardam o público na 18ª edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE), que estreia dia 18 de julho no Centro Cultural Fiesp.

Considerado o mais importante evento de arte eletrônica da América Latina, o FILE irá traçar um panorama do que vem sendo experimentado e descoberto a partir da interação e da conexão entre dois mundos distintos: a arte e a tecnologia. Sob o tema O borbulhar de universos, a exposição reúne 370 trabalhos – desdeinstalações interativas, jogos eletrônicos e animações, até gifs, videoartes, sonoridades eletrônicas e projeções –, produzidos por 339 artistas estrangeiros e 18 brasileiros.

A programação gratuita fica em cartaz de 18 de julho a 3 de setembro em diversos espaços do Centro Cultural Fiesp, na Avenida Paulista.

Para Paulo Skaf, presidente da FIESP e do SESI-SP, “­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­na condição de uma das mais importantes fomentadoras de ações culturais no país, o SESI tem oferecido apoio a iniciativas inovadoras, capazes de atrair novos públicos e renovar o interesse das plateias cativas. Esse é o caso do FILE, que reúne diferentes e inusitadas manifestações culturais do Brasil e do mundo em diversas linguagens, e que o Centro Cultural Fiesp vai oferecer de graça para o público”, completa.

Quba Michalski – ExStatic

Como universos borbulhando em cores, sons e texturas, as obras selecionadas pelos fundadores e curadores do FILE, Paula Perissionotto e Ricardo Barreto, convidam os visitantes a experimentar e refletir sobre novos e antigos conceitos, não apenas com os olhos, mas com todos os sentidos. Ao explicarem o conceito que está por trás do mote desta edição, Paula e Ricardo assinalam que “a proliferação de mundos e tendências nos arrebata numa pluralidade indeterminada. Tudo e todos estão inflando-se como numa gigante vermelha prestes a explodir. O universo, outrora imenso e sem fim, torna-se pequeno diante do multiverso. Vivemos a época do borbulhar de universos”.

DESTAQUES
Logo na entrada da Galeria de Arte, o visitante se deparará com a obra Black Hole Horizont, do alemão Thom Kubli. Nesse trabalho, enormes bolhas de sabão emergem no ambiente, infladas pelo som de buzinas, e se espalham pela sala. Que tipo de relações existem entre o ar oscilante, buracos negros e bolhas de sabão? Qual é o impacto que a gravidade tem na consciência coletiva? Onde o espetáculo e a contemplação se encontram? Black Hole Horizon é uma meditação em forma de máquina espetacular, que transforma o som em objetos tridimensionais e mantém o espaço em constante transformação.

A obra vivencial Physical Mind é a tentativa do artista Teun Vonk (Holanda) de deixar os participantes e os observadores experimentarem de uma maneira diferente a relação entre o físico e o mental. Uma pessoa será convidada a se deitar entre dois objetos infláveis, sendo erguida e depois suavemente comprimida entre as curvas dos dois objetos. A obra explora a dualidade entre a sensação de estresse gerada pela instabilidade inicial em contraponto com o acolhimento provocado pelo contato com os infláveis.

Trabalhos de realidade virtual, com presença permanente e precursora no FILE, certamente terão seu espaço na mostra deste ano. Um deles, Dear Angelica, do premiado Oculus Story Studio (Estados Unidos) conduz a uma viagem mágica e onírica pelas lembranças de situações e entes queridos. Nesses cenários pintados a mão, as memórias se desenrolam em 360 graus. A história curta e imersiva é estrelada por Feena Davis e Mae Whitman.

O festival também se estende para o Espaço de Exposições, de 18 a 30 de julho de 2017, onde o destaque é um grande tapete musical coletivo. Na instalação The Flooor, dos suecos Håkan Lidbo & Max Björverud, ao ficar de pé ou dançar sobre os 36 sensores que compõe o tapete colorido, os participantes podem produzir até 68 milhões de combinações de sons diferentes e fazer sua própria música, que será transmitida por alto-falantes espalhados pela sala. Se ninguém estiver em alguma das seis zonas do piso, os loops sonoros serão aleatoriamente reorganizados e a brincadeira recomeça.

No mesmo espaço, também serão apresentadas as mostras de videoarte, mídia arte e hipersônica, e parte da programação de animação e games.

Faiyaz Jafri – Hello Bambi

O Espaço de Exposições também abrigará, na primeira semana do evento, de 18 a 21 de julho, várias oficinas gratuitas abertas ao público, que abordarão o uso criativo de diferentes tecnologias no FILE Workshop. As inscrições para os workshops e palestras podem ser feitas pelo site www.file.org.br.

Além disso, a Galeria de Arte Digital (grande plataforma de LED instalada na fachada do prédio), novamente fará parte do Festival e terá uma programação especial para iluminar as noites paulistanas, com obras ao alcance de todos os olhares. O FILE LED SHOW 2017: Diálogos possíveis apresenta 18 obras divididas em três mostras: Cinema Algoritmo, Projeto Faces e uma ação colaborativa com a Universidade de Nova York Abu Dhabi, desenvolvida especialmente para esta edição. O FILE LED SHOW 2017 acontece das 20h às 6h.

Para mais informações sobre a programação, acesse o site www.centroculturalfiesp.com.br.

Serviço:
FILE São Paulo 2017
Local: Centro Cultural FIESP (Avenida Paulista, 1313 – em frente à estação Trianon-Masp do Metrô)
Classificação indicativa: livre para todos os públicos
Entrada grátis. Mais informações em www.centroculturalfiesp.com.br e www.file.org.br.

GALERIA DE ARTE
Período: de18 de julho a 3 de setembro de 2017
Horários: todos os dias, das 10h às 20h (entrada permitida até 19h40)

ESPAÇO DE EXPOSIÇÕES
Período: de18 a 30 de julho de 2017
Horários: todos os dias, das 10h às 20h (entrada permitida até 19h40)

GALERIA DE ARTE DIGITAL
FILE LED Show: Diálogos possíveis
Período: de18 de julho a 3 de setembro de 2017
Exibições: todos os dias, das 20h às 6h

Não foi possível salvar sua inscrição. Por favor, tente novamente.
Sua inscrição foi bem sucedida.
Paulo Varella

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

Share
Published by
Paulo Varella
Tags: FIESPFile

Recent Posts

12 curiosidades sobre Alfredo Volpi que vão ajudá-lo a entender o artista

Alfredo Volpi nasceu em Lucca na Itália 1896. Ele se mudou com os pais para…

17 horas ago

Curiosidades sobre Anita Malfatti e a Semana de Arte Moderna

Anita Malfatti nasceu filha do engenheiro italiano Samuele Malfatti e de mãe norte-americana Eleonora Elizabeth "Betty" Krug, Anita…

17 horas ago

Rosana Paulino: biografia e trajetória

Rosana Paulino apresenta um trabalho centrado em torno de questões sociais, étnicas e de gênero,…

4 dias ago

O belo depois do moderno

Na arte, o belo é um saber inventado pelo artista para se defrontar com o…

4 dias ago

SPPARIS celebra 3 anos de moda e ativismo na Galeria Alma da Rua II

SPPARIS, grife de moda coletiva fundada pelo artista Nobru CZ e pela terapeuta ocupacional Dani…

4 dias ago

Galeria Andrea Rehder comemora 15 anos com exposição inédita de César Oiticica Filho

A galeria Andrea Rehder Arte Contemporânea - que completa 15 anos - apresentará, entre os…

4 dias ago