36ª Bienal de São Paulo. Foto: Thais de Albuquerque
O mundo da arte viveu, em 2025, um período de inflexão decisivo. Entre grandes exposições internacionais, recordes de público, roubos que expuseram fragilidades institucionais, reposicionamentos do mercado e a inserção da arte em debates globais urgentes — como a crise climática —, o sistema artístico revelou tanto sua potência quanto suas contradições. Reunimos a seguir dez acontecimentos que ajudam a compreender por que 2025 já ocupa um lugar central na história recente da arte, no Brasil e no cenário internacional.
Em 2025, artistas brasileiras ocuparam posições centrais no circuito internacional.
Beatriz Milhazes inaugurou uma exposição no Museu Guggenheim de Nova York, em março, enquanto Adriana Varejão apresentou uma individual no Hispanic Society Museum, em Manhattan, no mesmo período. Tarsila do Amaral teve uma grande exposição no Museu de Luxemburgo, em Paris, seguida por uma mostra no Museu Guggenheim Bilbao, em cartaz até junho. Já Lygia Clark foi celebrada com uma retrospectiva de grande porte em Berlim, entre maio e outubro, reafirmando sua relevância internacional como referência da arte sensorial, do neoconcretismo e das relações entre corpo e obra.
A 36ª Bienal de São Paulo abriu ao público em setembro de 2025 e se estende até janeiro de 2026, tornando-se a edição mais longa da história do evento.
Intitulada Nem todo viandante anda estradas — Da humanidade como prática, a Bienal tem curadoria geral de Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, ao lado dos co-curadores Alya Sebti, Anna Roberta Goetz e Thiago de Paula Souza. A edição reforça a Bienal como um dos principais espaços de debate da arte contemporânea global, abordando temas como deslocamento, memória e convivência.
O mundo da arte foi sacudido pelo roubo de joias da Coroa Francesa da Galerie d’Apollon, no Museu do Louvre.
Realizada em uma operação rápida e precisa, a ação reacendeu discussões globais sobre segurança, preservação de patrimônio histórico e os limites da proteção em grandes instituições museológicas.
No Brasil, o furto de gravuras raras de Henri Matisse e Cândido Portinari ocorreu durante a exposição Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade, realizada em parceria com o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).
O episódio expôs a vulnerabilidade de acervos públicos e reacendeu discussões sobre segurança, preservação e investimento em instituições culturais brasileiras.
A aproximação entre arte e moda ganhou destaque quando obras de Adriana Varejão foram incorporadas à passarela da São Paulo Fashion Week.
O gesto reafirmou o trânsito cada vez mais fluido entre linguagens artísticas e consolidou a presença da arte contemporânea brasileira em plataformas culturais ampliadas.
Em 2025, um autorretrato de Frida Kahlo foi arrematado por US$ 54,7 milhões em leilão, estabelecendo um novo recorde e tornando a artista a mulher mais valiosa da história do mercado de arte.
O resultado reacendeu debates sobre gênero, valorização histórica e os critérios de consagração no sistema artístico global.
A realização da COP30 em Belém marcou um momento simbólico ao incorporar a arte contemporânea como linguagem central nas discussões sobre crise climática, território e futuro do planeta.
Instalações, exposições e ações artísticas passaram a integrar a programação paralela do evento, colocando a Amazônia e seus imaginários no centro do debate global.
A lista Power 100 da revista britânica ArtReview destacou, em 2025, a presença brasileira entre os nomes mais influentes do mundo da arte.
Dalton Paula subiu para a 68ª posição, sendo o único artista brasileiro no ranking, reconhecido por uma prática comprometida com pedagogia e construção de comunidades. A lista também incluiu Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Raphael Fonseca e Thiago de Paula Souza, reforçando a força da curadoria brasileira no cenário internacional.
O MASP alcançou um marco histórico ao registrar 1 milhão de visitantes ao longo de 2025, com 55% do público acessando o museu gratuitamente. O recorde ocorreu em um ano de expansão institucional, marcado pela abertura do Edifício Pietro Maria Bardi, pela consolidação do museu como complexo cultural e pelo sucesso de exposições como A ecologia de Monet, a mais visitada da história da instituição.
O anúncio da abertura da primeira filial do Centre Pompidou no Hemisfério Sul, em Foz do Iguaçu, no Paraná, com inauguração prevista para 2027, representou uma decisão histórica. A escolha do Brasil como sede reforça o protagonismo do país no circuito internacional de arte moderna e contemporânea e sinaliza novas dinâmicas geopolíticas no campo cultural.
Entre consagrações internacionais, recordes institucionais, episódios de crise e reposicionamentos simbólicos, 2025 revelou um sistema da arte em transformação. O protagonismo de artistas e curadores brasileiros, a centralidade de debates climáticos e identitários e a tensão entre preservação e vulnerabilidade do patrimônio cultural evidenciam um ano que não apenas refletiu o presente, mas também redesenhou caminhos para o futuro da arte.
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