Arte de Rua

O Riocentro ganha grafitti em suas paredes

1.752 m² painéis de artistas como Kobra, Marcelo Ment, Acme e Rafa Mon ficam no Riocentro, na Barra da Tijuca

O Riocentro – principal equipamento de atração de eventos nacionais e internacionais para o Rio de Janeiro – acaba de ganhar um espaço cultural permanente. Batizado de Pavilhão das Artes, o local abriga a maior exposição permanente indoor de arte de rua da América Latina. São 1.752 m² de painéis pintados por sete artistas plásticos de todo o Brasil. A iniciativa de investir em uma galeria como essa no Rio de Janeiro foi da GL events, multinacional francesa que faz a gestão do Riocentro desde 2006.

“Queremos oferecer um ambiente interessante ao público que vem aos eventos no Riocentro, democratizar a cultura e valorizar a arte nacional contemporânea, em especial a de rua. São mais de 1 milhão de cariocas e turistas circulando por aqui todos os anos. Sem dúvida, para os artistas é uma grande oportunidade de terem suas obras chegando a um público tão grande e diversificado”, afirma Milena Palumbo, diretora da GL events no Rio de Janeiro e idealizadora do Pavilhão das Artes.

No processo de desenvolvimento do projeto, a executiva se tornou também curadora. Apaixonada por arte, ela escolheu os artistas e foi pessoalmente até eles fazer o convite para pintarem os paredões internos do antigo Pavilhão 1 do Riocentro, por onde entram os visitantes. A artista plástica Linda Valente, por exemplo, Milena conheceu na feirinha de arte da Praia de Copacabana. Já para selecionar os grafiteiros, ela foi pesquisando e pedindo indicações a pessoas ligadas ao movimento de arte de rua. No final, conseguiu reunir em um só lugar obras de grandes nomes do cenário nacional e internacional como Eduardo Kobra, Marcelo Ment, Acme, Rafa Mon e Mário Bands.

“Quando o grafite está em um local assim deixa de ser marginalizado e, por isso, é superimportante essa oportunidade que o Riocentro deu a nós artistas”, comemora a mineira Rafa Mon, que há mais de dez anos mora no Rio. No Riocentro, ela pintou seu maior painel, com pássaros e flores muito coloridos, como já é sua marca registrada. Ela aposta na liberdade criativa e também busca imprimir em suas obras certa militância pelos direitos das mulheres.

Centro de convenções e parque urbano

“Estamos muito felizes com o resultado, mas posso garantir que é só o começo. Aos poucos, vamos fazer com que o Riocentro seja não só uma referência no mercado de turismo de negócios e eventos, mas também uma espécie de parque urbano com belas instalações artísticas. Temos 500 mil m² de área total (sendo 98 mil m² edificada) e um imenso e lindo jardim tropical. Temos espaço suficiente para criar diferentes ambientes para o público e que podem até mesmo proporcionar opções de ambientações alternativas para alguns eventos”, garante Milena.

O acesso ao Pavilhão das Artes será gratuito e exclusivo para cerca de 1 milhão de pessoas que visitam o centro de eventos e convenções todos os anos. É no Riocentro que acontecem as principais feiras de negócios, técnico-científicas e de entretenimento do Rio de Janeiro, além de convenções de empresas, eventos culturais, sociais e esportivos. Entre eles a Bienal do Livro Rio, a LAAD Defence & Security 2019 – Feira Internacional de Defesa e Segurança, a Convenção da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e a Rio Oil & Gás.

Além de ser uma importante ferramenta de captação de eventos para a cidade, o complexo faz parte da história e da vida econômica, política, cultural e esportiva brasileira. Foi palco, inclusive, dos maiores eventos internacionais realizados na história recente do país: Jogos Panamericanos de 2007; Rio + 20; Copa do Mundo de 2014; Jornada Mundial da Juventude e Olimpíadas Rio 2016.

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Paulo Varella

Estudou cinema na NFTS (UK), administração na FGV e química na USP. Trabalhou com fotografia, cinema autoral e publicitário em Londres nos anos 90 e no Brasil nos anos seguintes. Sua formação lhe conferiu entre muitas qualidades, uma expertise em estética da imagem, habilidade na administração de conteúdo, pessoas e conhecimento profundo sobre materiais. Por muito tempo Paulo participou do cenário da produção artística em Londres, Paris e Hamburgo de onde veio a inspiração para iniciar o Arteref no Brasil. Paulo dirigiu 3 galerias de arte e hoje se dedica a ajudar artistas, galeristas e colecionadores a melhorarem o acesso no mercado internacional.

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